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Cruzeiro do Sul receberá teste e vacina contra Malária até 2024

Enfermeira prepara dose de vacina contra malária - REUTERS/Baz Ratner
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A primeira inovação contra a malária dos últimos 60 anos do Ministério da Saúde, chegará à Cruzeiro do Sul até 2024. A segunda maior cidade do Acre contará com o teste G6PD e a um novo medicamento em dose única contra a malária no Brasil: a tafenoquina. O anúncio foi feito essa semana pelo Ministério da Saúde e o tafenoquina será usada para tratamento da malária Plasmodium vivax. O medicamento é uma variação da primaquina, desenvolvida em dose única.


Em Cruzeiro do Sul, os casos de malária tiveram um acréscimo de 9% entre janeiro e agosto deste ano em comparação aos números do mesmo período do ano passado. De janeiro a agosto do ano passado, foram registrados 1.889 casos da doença e este ano, no mesmo período, já são 2.062 Em 2017, o município teve um surto de malária, com 20.892 casos.


Além de Cruzeiro do Sul, a implantação do novo tratamento, inclui as cidades de Calçoene – AP, Manaus – AM,e Porto Velho – RO. De acordo com o Cássio Peterka, técnico integrante da Coordenação de Eliminação de Malária do Ministério da Saúde, os municípios foram escolhidos por critérios que incluem o número de casos, capacidade da rede de saúde para treinamentos e registros dos dados.

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“Até o primeiro semestre de 2024, queremos implementar a tafenoquina nos municípios de Calçoene, Cruzeiro do Sul, Manaus e Porto Velho. No segundo semestre de 2025, queremos ter a tafenoquina implementada em todos os municípios do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Amapá e Acre, incluindo áreas indígenas. Para o primeiro semestre de 2026 iremos implementá-lo em todos os estados da região extra-Amazônica”, explica.


O objetivo do Ministério da Saúde é que as tecnologias ajudem a eliminar a malária até 2035 no Brasil.


“Temos esse desafio de implementar a tafenoquina junto com o teste, mas estamos em um bom caminho e num bom momento. Precisaremos dessas medidas inovadoras para atingir a meta de eliminação”, disse a Dra. Alda Maria da Cruz, diretora do Departamento de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.


Malária vivax

A malária P vivax tem um impacto significativo na saúde pública e economia, especialmente no Sul e Sudeste Asiático, América Latina e Chifre da África. O parasita Plasmodium é um organismo complexo com um ciclo de vida que abrange humanos e mosquitos. Após uma picada do mosquito, o parasita P. vivax infecta o sangue e causa um episódio agudo de malária. Ele também tem a habilidade de ficar dormente no fígado – na forma de um hipnozoíto, de onde periodicamente se reativa, causando recaídas de malária por P. vivax. Assim, uma única infecção de P. vivax pode gerar múltiplos episódios de malária na ausência de uma nova picada de mosquito. Essas recaídas podem acontecer semanas, meses e até anos após a infecção inicial. As formas hepáticas dormentes do parasita não podem ser tratadas com a maior parte dos tratamentos antimaláricos ativos contra o parasita em sua fase sanguínea.


Avanços

Em junho, o Brasil atingiu o objetivo de se tornar o primeiro país endêmico de malária a incorporar o teste de G6PD STANDARDTM e a tafenoquina de dose única no sistema público de saúde para o tratamento da malária por P. vivax em adultos. Em agosto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, aprovou a nova formulação pediátrica da droga para crianças de 2 anos ou mais.


Essas ferramentas pioneiras oferecem uma cura radical simples, mas efetiva, prevenindo as recaídas de malária por P. vivax.


Essas conquistas foram possíveis graças ao compromisso do Ministério da Saúde do Brasil com a inovação e a eliminação da malária e da sua colaboração com a iniciativa PAVE, um consórcio multisetorial de programas de malária, pesquisadores, financiadores e outras organizações para eliminar a malária por P. vivax e ajudar países a atingirem seus objetivos de eliminação.


O estudo foi copatrocinado pelo Ministério da Saúde do Brasil e a organização sem fins lucrativos, Medicines for Malaria Venture – MMV e foi liderado por dois pesquisadores: Dr. Marcus Lacerda da Fundação de Medicina Tropical, Dr. Heitor Vieira Dourado – FMT-HVD e Dhelio Pereira do Centro de Pesquisa de Medicina Tropical de Rondônia – CEPEM, nos municípios de Manaus e Porto Velho.


“O mundo está acompanhando o progresso do Brasil; É um país pioneiro em adotar formalmente estas ferramentas [diagnóstico e tratamento de próxima geração para P. vivax com o objetivo de melhorar o tratamento da malária. O trabalho de viabilidade cuidadosamente elaborado pelo Brasil para determinar como implantar estas novas ferramentas servirá como um guia para os países vizinhos nas Américas que estão considerando as mesmas opções”, disse George Jagoe, Vice-Presidente Executivo de Acesso e Gestão de Produtos da MMV.


Parceria para Eliminação do Vivax

A Parceria para Eliminação do Vivax – PAVE, é liderada pela Medicines for Malaria Venture (MMV) e pela PATH, duas organizações sem fins lucrativos, e financiada por múltiplos parceiros, incluindo a UNITAID e a Fundação Bill e Melinda Gates. A iniciativa é um consórcio multissetorial de Programas Nacionais de Malária, pesquisadores, financiadores e outras organizações para eliminar a malária por P. vivax e dá suporte a seus objetivos de eliminação de malária ao trabalhar com Programas Nacionais de Malária para identificar opções e estratégias de cura radical otimizadas e adaptadas aos contextos locais;


Gerar e disseminar evidência de alta qualidade sobre o manejo de casos de P. vivax para informar decisões de política pública e guiar implementação;


Avançar o desenvolvimento de medicamentos e diagnósticos com garantia de qualidade para o P. vivax.

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Com informações do Ministério da Saúde e PAVE


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