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Moradores da invasão Terra Prometida se manifestam no centro de Rio Branco

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Cerca de 200 manifestantes se reúnem em frente ao Palácio do Governo, em Rio Branco, na manhã desta sexta-feira, 11, num ato que deve reunir mais de 600 pessoas fechando ruas e pontes da região central da capital, em resposta a ações do governo que busca reapropriar terras invadidas no Irineu Serra.


Conhecida por ser uma comunidade onde se originou o Daime, o local ocupado irregularmente é Área de Proteção Ambiental (APA) criada em junho de 2005 e possui mais de 908 hectares de terra. O local também é o único trecho de floresta que ainda resta no perímetro urbano da capital acreana, nas margens do igarapé São Francisco, ficando lá também o patrimônio histórico e cultural da comunidade Alto Santo, fundada pelo mestre Irineu Serra, que deu origem ao culto do Daime no estado do Acre. Hoje, ao menos 500 famílias se instalaram em cerca de 30 hectares, que são hoje conhecidos como invasão Terra Prometida.

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Jéssica Barbosa, moradora da invasão, explica que a situação da ocupação se agravou depois que o governador Gladson Cameli, supostamente, teria se comprometido a não retirar os invasores, o que teria dado segurança para mais famílias terem se instalado na localidade: “ele nos deu a palavra dele, nos garantiu que ficaríamos lá. Agora estamos sendo coagidos, a polícia fica lá dia e noite. Conseguimos com muito esforço pagar uma máquina para fazer algumas ruas, mas recebemos uma ordem de despejo. Para onde vamos? Somos 500 pessoas que não tem para onde ir. São crianças, adultos, idosos, pessoas com deficiência”, disse.


Michael Mendes da Cruz, que também é morador da invasão, afirmou que as supostas promessas do governador do estado deram respaldo para as famílias continuarem ocupando o local: “ele disse que ia deixar a gente lá, ou que ia fazer um conjunto habitacional para morarmos lá, mas nada aconteceu”, afirma.


Histórico da Invasão Terra Prometida

Após a desocupação por meio de ordem judicial, em julho de 2022, dezenas de pessoas voltaram a ocupar a invasão que passou a ser chamada de Terra Prometida. Na época, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedur) falou ao ac24horas sobre a existência de um projeto de habitação para a área.


Em outubro de 2022, informações passaram a circular dando conta de que a invasão seria organizada por um grupo criminoso oriundo do Rio de Janeiro, mas procurado pela reportagem do ac24horas, o então secretário de Justiça e Segurança Pública do Acre, Paulo César Rocha dos Santos, disse que não haviam informações concretas de que isso fosse fato: “Nós não temos elementos que apontem para isso, considerando que as tratativas a respeito da reintegração de posse naquela área estão inteiramente a cargo da Seplag. Contudo, a partir da informação que chega agora, iremos indicar ao nosso serviço de inteligência que investigação seja feita nesse sentido”, disse o secretário.


Em dezembro de 2022, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, juntamente com a Polícia Militar, cumpriram mandados de busca e apreensão em desfavor de duas pessoas acusadas de comercializar lotes de terra. Segundo o MP, investigações apontaram que os responsáveis por negociar os lotes pertencem a uma “organização criminosa” com forte presença no estado. O Gaeco destacou que um dos investigados teria apresentado como a pessoa que passa as orientações de como obter um lote de terra na invasão, cobrando o pagamento de R$ 200,00 referente a limpeza do terreno, e R$ 50,00 para a ligação da energia. Já o segundo alvo da operação foi um empresário, dono de uma loja onde os materiais para construção das casas poderiam ser adquiridos pelo valor de R$ 2,7 mil.


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