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E se Gladson chutasse o pau da barraca…

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Um dia, não muito distante, o governador Orleir Cameli, tio de Gladson Cameli, chutou o pau da barraca e mandou os políticos que lhe cercavam as favas. Orleir era bem avaliado pelo povo, mas lidava com uma classe política velhaca, sanguessuga, ambiciosa e insaciável. Simplesmente descartou a reeleição quando tinha tudo para governar o Acre por mais quatro anos. Mas cansou, cansou da falsidade da maioria que lhe cercava. Era muita pressão. Ficou até o último dia de governo entregando o estado nas mãos de Jorge Viana.


O governador Jorge Viana teve a habilidade de conter a gula alimentando as feras com rações para poder não comprometer as finanças do Estado. Agiu com mão de ferro dando a cada partido e a cada aliado parte do bolo merecida e justa, mas nunca fatias grandes que fizessem engordar alguém de poder em demasia que pudesse se voltar contra ele como vem ocorrendo com Gladson Cameli.


Gladson entregou fatias grandes demais. Quis ser generoso. O que se vê agora são aliados donos de feudos que o afrontam todos os dias como se fossem os donos dos cargos. Cameli, por exemplo, não tem o controle do seu próprio partido. Jorge Viana, apesar dos enfrentamentos com Nilson Mourão, Sibá Machado, Socorro Lima, Marina Silva e Francisco Nepomuceno, o Carioca, detinha o controle sobre o PT. Aliás, com Jorge o PT tinha espaço generoso, mas controlado.


O governador Gladson tem várias opções. Não é fácil renunciar a um sonho. É um parto difícil como deve ter sido para o tio Orleir. Gladson é jovem e está disposto a ir para o enfrentamento com as feras. Sabe que poderá contar com a população, já que continua bem avaliado. Porém, sem partidos e sem políticos leais (não todos, é claro). O caminho difícil. Quer fazer o que o tio não fez: ser candidato à reeleição para fazer tudo diferente do que tem feito até agora na relação com a classe política.