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Acreana cria grupo emagrecedor com saúde e atende mais de mil mulheres pelo mundo

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Tudo começou com uma brincadeira entre amigas durante o início da pandemia de Covid-19 em Rio Branco, capital do Acre. Elas notaram que estavam ganhando peso com a vida mais sedentária em home office e o que era para ser apenas um hobby temporário, acabou se tornando uma das principais funções da educadora física Luziane Mesquita e pioneiro no quesito saúde e emagrecimento no estado.


Apesar do início despretensioso, Luziane decidiu permanecer com o projeto após conhecer as histórias das clientes que a procuravam. Trata-se do Mulheres em Foco, um programa de emagrecimento unicamente direcionado para o público feminino. Além da educadora física, o programa conta com outras três profissionais, tornando-o um serviço novo relacionado à promoção da saúde e qualidade de vida.

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Mesmo se tratando de emagrecimento, o intuito do projeto não é a preocupação com a aparência física. “Nosso foco não é bumbum na nuca, mas mudar o comportamento e, consequentemente, a autoestima das mulheres”, alerta Mesquita.



A criação

Com o período de pandemia, Luziane se isolou com a família num sítio localizado na zona rural da cidade, em meados do mês de março de 2020. Algumas de suas amigas começaram a reclamar -via mensagens em aplicativo de celular- que estavam engordando e não sabiam o que fazer. “A partir daí eu sugeri fazer um desafio e iniciei o projeto como uma brincadeira. Já estou há dois anos com ele e todos os meses abro turma, todos os meses tenho alunas novas e temos resultados”.


Hoje, o Mulheres em Foco é uma ferramenta que busca ajudar pessoas a emagrecer com saúde. Porém, antes dele, Luziane nunca havia pensado em trabalhar com esse método. “Eu tenho meu trabalho fixo onde já atuo há 20 anos como gestora de qualidade de vida e promoção de saúde no Sesi”, explica.


No entanto, sair de sua zona de conforto a fez querer alçar novos voos profissionais, que ela nem mesmo conhecia profundamente. “Todo meu trabalho envolve a atividade física, que é a minha formação. Na pandemia, como tive esse período de afastamento do trabalho, passei a conciliar o home office com essa nova atividade que ocorre de forma online e me apaixonei”.


Consolidação

Da criação do programa até a consolidação desse novo serviço não demorou muito. Luziane conta que viu alunas emagrecerem de 5 a 20 quilos ao se empenharem no projeto Mulheres em Foco. Até agora, foram mais de mil mulheres atendidas em apenas dois anos de trabalho. “E não são mulheres só do Acre, mas de outros estados e países, como Estados Unidos, Austrália, Japão, além de São Paulo, Bahia e Minas Gerais. São vários os estados que já participaram”, afirma.


A rotatividade de alunas é bastante presente. Algumas aderem ao projeto, mas ficam apenas um mês, até alcançar o objetivo de atingir menos 3 ou 4 quilos. Outras recorrem ao programa imaginando ser fácil e acabam desistindo, mas a grande maioria permanece no mínimo 3 meses junto aos ensinamentos do Mulheres em Foco.


“Elas têm realmente um resultado melhor com nosso acompanhamento. Conseguem entender que a ideia não é só emagrecer, mas mudar o comportamento, se reeducar. Tem alunas que estão comigo desde o início, há quase dois anos, e não saíram ainda do programa”, destaca a educadora física.


Diferencial

Depois do Mulheres em Foco, vários outros programas semelhantes foram lançados por profissionais no estado, no entanto, Luziane revela que o projeto que encabeça possui diferenciais e relata o motivo de ter permanecido com ele. “Optei por dar continuidade a ele pelas histórias que são contadas por nossas alunas. É tão bom a gente ver que consegue ajudar pessoas, algumas com depressão, a ponto de fazerem uma bobagem por não se aceitarem mais. As experiências que a gente tem no grupo proporcionam isso”.


O projeto não se trata só de treino físico, mas conta com acompanhamento de nutricionista, que monta o protocolo de dieta das alunas, uma coach e uma psicóloga. “A gente tem essa troca. A psicóloga dá as dicas [da mente], a coach o direcionamento e a nutri coloca as receitas. Tenho uma motivação, e vi que esse programa – que me toma um tempo danado- é também gratificante por ver que a gente está ajudando outras pessoas e vendo elas mudando o estilo de vida”.

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Se as idealizadoras do Mulheres em Foco fossem colocar no papel o custo total que valeria participar do programa, seria extremamente alto, mas na prática, o que o projeto realmente cobra é bem abaixo do valor de mercado. “O que a gente cobra, na verdade nem compensa, mas falando pela minha área de atuação, vejo hoje que de 100% da população brasileira, a gente tem 97% das pessoas sedentárias, então eu me vejo na obrigação de poder ajudar, já que eu posso. Isso é uma forma de eu ajudar essas pessoas e, obviamente, ainda tirar uma receita disso tudo, mesmo não sendo rentável”.


A profissional nunca imaginou que o novo modelo de negócio daria tão certo. “Cresceu muito e o boca a boca foi muito bom. Comecei atendendo 10 pessoas, depois já estava com um grupo de 50 mulheres”, explica. Dessas 50, de alguma forma uma participante havia sido indicada por amigas ou familiares que já estavam no projeto. “Nunca imaginei que teria essa proporção”, ressalta.


O período de final do ano é o que menos possui alunas novas querendo integrar o Mulheres em Foco, muito devido às festas e viagens. Contudo, os meses de fevereiro e março, são os que mais movimentam clientes.


Novidade

O programa atraiu muitos olhares, principalmente porque o formato em que ele é oferecido não existe outro da mesma forma na cidade. Luziane salienta que o serviço não era oferecido quando abriu a primeira turma. “Acredito que não tinha nada nesse sentido, principalmente no formato que eu faço. Tinha personal que montava treino e enviava para o aluno, mas o atendimento com essas outras profissionais, não tinha e acredito que ainda não tem uma equipe tão completa assim”.



A ideia de reunir quatro diferentes profissionais no programa veio pelo fato de não pensarem no negócio apenas como um trabalho físico. “A gente quer visar essa mudança de dentro para fora para que depois que a mulher emagreça, não volte a engordar, que é o que acontece quando você não tem suporte. Geralmente, as meninas que passaram pelo programa e permaneceram mais tempo, até hoje têm o ritmo de atividade física todos os dias, retomam as dietas, têm o equilíbrio”.


A faixa etária de mulheres que são atendidas atualmente é de 27 a 60 anos. Vez ou outra o grupo recebe ligações de homens, mas o Mulheres em Foco não atende o público masculino. “Não atendemos porque tira a privacidade das meninas. Se tiver demanda, a gente abre um grupo só para meninos, mas hoje ainda não tem. Pode haver constrangimento das integrantes, porque a gente posta foto, posta o treino, e com homem ficaria mais complicado”.


Expectativas

Daqui pra frente, Luziane não pensa em desistir do negócio, pelo contrário. “Quero que a gente crie um curso online, montar uma plataforma digital e assim levar a essência do programa para o mundo. Como é online, a gente consegue sair da caixinha, então a proposta é não parar e realmente levar para um maior número de pessoas possíveis fora do estado”.


Atualmente, a educadora física observa que as pessoas aumentaram o interesse pela saúde no Acre, mesmo que um pouquinho só. “Elas praticam atividade física, têm mais consciência de que precisam. Mas, às vezes, o que acontece é que a consciência é diferente da prática”. Segundo ela, algumas até começam com o projeto de vida saudável, fazem um mês, e depois desistem o ano inteiro. “Ficam um mês seguindo à risca e depois cai o rendimento e não querem mais saber”, detalha.


Para evitar esse tipo de situação, é preciso ter determinação, dar continuidade e cuidar do lado psicológico, que às vezes não ajuda e já sabota o interessado antes mesmo de começar. “As pessoas visam muito na doença, em hospital, remédio, médico e não visam na promoção da saúde, no antes da doença. Por mais que tenha governos que invistam nisso, a gente não vê campanhas incentivando caminhada, hidratação, atividade física na rua, e são coisas simples”.



Enquanto isso, o grupo fomenta um trabalho de formiguinha nas redes sociais ao lado de outros parceiros. “Se a gente previne, não tem tanta gente dentro de hospitais, dentro de UPA’s, isso é comprovado cientificamente. O corpo da gente é o nosso templo, se a gente não cuida dele, quem vai cuidar?”.


O projeto tem consciência de que por vezes perde clientes por não priorizar o corpo, mas sim a saúde como um todo. “Nosso foco é que a mulher mude e consiga ter uma vida saudável e lá na frente se olhe no espelho e se ache bonita, acho que a mensagem é essa. A pessoa pode mudar comportamento e consequentemente ter uma autoestima melhor, se sentir mais bonita”, conclui.


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