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O pai que renunciou à política para se dedicar a Deus e à Família

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Juracy Nogueira: o pai que renunciou à política para se dedicar a Deus e à Família

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Abrir mão do conveniente, certamente, não é tarefa fácil.  Para muitos esse é um dos maiores desafios que Deus [para quem Nele acredita] nos propõe. Mas, não se engane: se você quer ser um bom cristão terá de abdicar de muitas e muitas coisas para conseguir degustar a verdadeira felicidade. Foi assim que o agora ex-vereador Juracy Nogueira fez: deixou de lado a política e decidiu dedicar-se mais à família e à obra de Deus, àquele a quem diz dever o milagre vivido pelo filho.


Tarauacaense, Juracy nasceu em 1956 e hoje, aos 59 anos, goza dos seus 35 anos de casamento com a servidora pública Maria de Nazaré. Evangélico praticante, o político decidiu, na última terça-feira, dia 4 de agosto, abrir mão da cadeira de vereador que ocupava na Câmara Municipal de Rio Branco. Foram mais de dez anos e oito meses como representante político da sociedade rio-branquense.

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Após se posicionar firmemente contra conceitos que, para ele, não iam de acordo com os anseios da população, Nogueira precisou enfrentar, além de líderes partidários, críticas duras de internautas e, além disso, dos próprios colegas de parlamento, que exigiam dele um posicionamento mais claro sobre quem realmente seguia, se o prefeito, ou os partidos oposicionistas. Taxativo, responde ele: “sigo o povo!”.


Juracy, que muito gosta de citar textos bíblicos, poderia até ser comparado ao cobrador de impostos Zaqueu, que abriu mão das riquezas que tinha após ouvir e obedecer os ensinamentos de Jesus. Zaqueu foi escolhido entre muitos que clamavam, e Cristo, ao ver nele grande fé, o chamou e disse que queria ir até a casa dele.


Na verdade, dizem os teólogos, ao olhar para Zaqueu, Jesus teria visto um forte sentimento: a fé. Conta a história que muitos não gostaram do que viram, porquê para eles Zaqueu era como um ladrão. Mas, para Jesus, cuja Bíblia diz que conhece o coração dos homens, era Zaqueu um homem arrependido e decidido a mudar. Ele teria um coração aberto e disposto a fazer o bem, sem olhar a quem. Por isso, então, teve ele um encontro com o filho de Deus.


Baseando-se nessa antiga história, Juracy conversou com o ac24horas, e falou um pouco sobre política, família, Deus, e sobre os motivos que o levaram a tomar uma decisão que dificilmente se vê por aí. Agora, ele pretende seguir novos rumos nas vida profissional, familiar e espiritual. Juracy deixou tudo para fazer, como ele mesmo diz, “a obra de Deus” e para agradecê-lo “pelos milagres concedidos” à família dele.


O ex-vereador vai além e fala sobre o relacionamento que teve e continua tendo com políticos do Acre. “Jura”, como é chamado pelos mais próximos, se emocionou ao falar da saúde do filho e da esposa e revelou o que pensa sobre a política do Acre e do Brasil, como analisa os governos de Sebastião Viana e a Marcus Viana e, o que para ele, precisa melhorar dentro da Frente Popular do Acre.


CONFIRA A ENTREVISTA NA INTEGRA:


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Juracy: “Os humanos podem errar, mas todos eles têm o direito de se consertar e recomeçar”

ac24horas: O que lhe motivou a tomar essa decisão?
JuracyPrimeiro eu quero agradecer ao meu amigo “Eninho”, o N. Lima. Ele foi um grande parceiro, sempre fez uma política séria, até pelo homem sério que ele é. Ele me ensinou a ser um político sério. Estou saindo do mandato de cabeça erguida, com o sentimento de dever cumprido. Deus tirou a fome de muitas pessoas me utilizando como um instrumento. Estou com 59 anos e não mais me identifico com a política que está aí. Resolvi me afastar para ficar mais perto da minha família, e trabalhar na obra do Senhor Deus. Deus me fez um chamado. Deus curou o meu filho e eu preciso fazer a obra Dele. Eu tenho certeza que eu tenho de devolver tudo para Deus, tudo que Ele me deu, e será trabalhando para ele.


 O VEREADOR JURACY NOGUEIRA


ac24horas: Em dez anos e oito meses de política, quais foram os momentos mais difíceis? Vencer uma eleição ou defender a população?
Juracy-
Os dois momentos são muito difíceis, até porque Deus me honrou. Se você pensar que de mais de 300 candidatos, você ser o quinto mais votado, com pouco dinheiro, é algo de Deus. Ele é quem faz isso com o homem. O vereador é eleito pela comunidade, para ser fiscal dela, mas lá, na própria legislação, diz que o vereador não pode trabalhar, legislar, para criar projetos que gerem custo aos cofres públicos. Lá atrás, eu tive sorte, porque o prefeito Angelim sempre foi um grande parceiro do meu trabalho. A população não vê as coisas assim. A população quer saber das melhorias, mas nem sempre pensa no quão difícil é defendê-la.


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“Hoje a Câmara Municipal de Rio Branco tem um nome, hoje ele tem uma nova cara”, diz Juracy

ac24horas: O senhor se sentia mal ao ver críticas aos políticos do Acre? O senhor se sentia “injustiçado”?
Juracy-Eu me sentia mal quando eu era injustiçado. Eu tinha certeza e tenho de que muitas coisas que as pessoas falavam sobre os políticos, como se eles todos fosse iguais, nem tudo se encaixava comigo. É como numa família, nem todos são iguais. Nas melhores famílias existem bons e ruins. Mas como o político é vitrine, é a apresentação para a sociedade, a gente é o primeiro a ser apontado. Isso é normal. Mas o meu trabalho sempre foi pelo povo.


ac24horas: Em seu segundo mandato, o senhor foi presidente da Câmara de Rio Branco. Foi difícil comandar o parlamento naquele momento?
JuracyNossa! [reflete durante alguns segundos] Foi muito difícil! O meu grande desafio foi tirar os vereadores e servidores do Poder Legislativo daquele prédio antigo [que fica no Centro de Rio Branco] e colocar a estrutura do parlamento num lugar mais apropriado. Naquele tempo em que eu comandei o parlamento, nós fizemos um trabalho muito bom. Durante aquele mandato nós conseguimos dar seguimento a uma série de propostas que precisavam avançar, como por exemplo, a Lei Orgânica do Município, que logo depois continuou a ser aprimorada.


ac24horas: Durante o seu comando na Câmara de Rio Branco, os vereadores da capital ganharam o maior reajuste salarial do Brasil. Por que dobrar os salários?
Juracy Eu me lembro bem. Foi no meu mandato de presidente. Mas quero deixar claro que o vereador Roger [Correa – ex-presidente] e Artêmio [Costa- atual presidente] foram quem deram continuidade a esse processo do aumento salarial. Eu quero deixar claro que o aumento que eu dei era justo. A lei permite aumentar salários de quatro em quatro anos. Isso é legal. Eu procurei o Tribunal de Contas na época, e eles me disseram que se alei permite, pode ser imoral, mas é moral, e não ilegal. Eu só não podia fazer o que era ilegal.


Naquela época, os vereadores fizeram uma pressão muito grande pelo aumento, e eu, vendo as dificuldades que os vereadores passavam, dei o aumento, pois entendi como justo. Eu devo dizer, também, que o aumento é justo porque o salário de vereador não é só para ele. Esse salário é para dar condições de ele trabalhar, de ele ajudar as pessoas, porque foram as pessoas que o colocaram lá. Não foi só o aumento, conseguimos dar melhores condições para os vereadores.

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ac24horas: Seus projetos chegaram a ser engavetados durante os três mandatos na Câmara de Rio Branco?
Juracy- Nós nunca passamos por isso. Nós tínhamos um acordo desde a época do presidente Jessé [Santiago], um acordo de não engavetar projetos, até porque quando chegava no fim do ano, a gente tinha pilhas de papel e era preciso deliberar sobre todos eles em dois ou três dias, e aquilo não era legal, era péssimo e muito cansativo. Nós precisávamos trabalhar numa linha de raciocínio e coerência total. Quem tinha prejuízo era a população. Eu sempre tive muita proximidade com o prefeito, e um bom relacionamento com os meus pares, os colegas vereadores. Como tínhamos acordos, tínhamos um compromisso real de não engavetar, mas de votar tudo que tinha para ser votado.


Ac24horas: Nesse novo mandato, o senhor deixou o Partido Progressista, o PP, e foi para o PSB, o Partido Socialista Brasileiro. Por que o senhor tomou essa decisão?
Juracy-Quando eu fui eleito, mesmo candidato, eu descobri que a Câmara Municipal e a Prefeitura, são parte de poderes distintos, mas que longe uma da outra, o trabalho não andaria e a população teria prejuízos, ela seria prejudicada. Quando chegavam projetos bons para a população, por exemplo, eu votava a favor e aprovava a proposta. Teve momentos que pessoas do meu partido mandou eu votar contra um projeto que criava mais de duas mil casas para a população. Quando o meu partido saiu da base do prefeito Angelim, eles me chamaram para conversar e me orientaram sobre como agir. Mas eu questionei e disse: “olha pessoal, eu preciso estar junto com o prefeito, porque senão meus projetos não serão aprovados. Quero votar a favor do que realmente é bom para a população”.


Às vezes, chegaram a falar que eu estava em cima do muro. Eu fiz muitos ali entenderem que eu não estava ali por um partido apenas, mas por pessoas que votaram em mim, e que me escolheram para representá-las. Antes de tudo, eu era o representante do povo, da população. Eu fiz sempre meu trabalho voltado para a coerência e respeito com todos. Meu trabalho sempre foi pautado na responsabilidade e no compromisso com a sociedade de Rio Branco. Minha consciência está leve, limpa e disposta a fazer coisas novas e que ajudarão o meu próximo ainda mais.


ANÁLISE DA POLÍTICA


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“Apesar de a população criticar muito o trabalho do governador Tião Viana, eu vejo que o Acre tem mudado muito, o nosso estado tem melhorado. Não preciso puxar saco de ninguém”

Ac24horas: O senhor disse que está “decepcionado” com a política nacional. Isso não seria também um reflexo da política que tem sido feita no Acre?
Juracy – Apesar de a população criticar muito o trabalho do governador Tião Viana, eu vejo que o Acre tem mudado muito, o nosso estado tem melhorado. Não preciso puxar saco de ninguém. Não sou disso. Nem tenho mais motivos para puxar, se é que você me entende. O prefeito Angelim mudou a cara de Rio Branco. Olhe a cidade que temos hoje. O governador Tião Viana tem suas limitações, ele vive mais de repasses federais, que de recursos próprios daqui do estado. Nós não temos indústrias, e se temos, são poucas. Pouquíssimas, aliás. Como baixou os repasses, é claro que o nosso governador vai ter que enxugar. O mesmo aconteceu com o prefeito Marcus Alexandre. Algumas coisas desaceleraram, mas agora, com o apoio do senador Jorge, alguns reursos a mais estão vindo, e os trabalhos estão começando a caminhar com mais velocidade.


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Ex-vereador faz uma analise sincera sobre a conjuntura política

ac24horas: A Frente Popular precisa mudar a forma de fazer política? Existe a necessidade de mudanças?
Juracy: Olha, sem sombras de dúvidas, existe, sim, essa necessidade. Às vezes, o governador ou o prefeito nos trata com carinho, mas vem um secretário, um assessor do prefeito ou do governador e nos trata com grosseria, nos trata mal. Eu, particularmente, sempre fui bem tratado, mas vários colegas já me reclamaram esse tipo de situação. Isso não pode acontecer. Outra questão que precisa ser melhor obervada na forma da FPA [Frente Popular do Acre] de fazer política, é o tratamento com os partidos. Isso é muito importante, pois são esses partidos aí que fazer e formam a Frente Popular.


Eu não sei se o prefeito vai gostar do que eu vou falar, mas eu não posso mentir, pois sou um servo de Deus, mas essas isenções que a presidente Dilma [Rousseff] está fazendo aí, e são muitas isenções, tem dificultado alguns trabalhos aqui em Rio Branco. Corte de recursos, dificuldade de continuidade acelerada de projetos, e trabalhos.


ac24horas: Ainda sobre a política local, como o senhor tem observado esse impasse para a concessão de aumento salarial aos professores?
 Juracy: A baixa de repasses federais está dificultando muito as coisas. Mas os professores, e todos os outros trabalhadores do estado, precisam dar graças a Deus que os salários ainda estão vindo em dias. Eu mesmo já passei de quatro meses sem receber porque os servidores, em outros anos, fizeram pressão, e o governador, sem pensar, deu aumento, e depois não conseguia honrar com os compromissos. A minha dica para os professores é que eles estudem as planilhas que o governo está passando a eles. Tudo está lá, é importante estudar. Acho que o governador, nesse momento, está sendo coerente. Mas, assim, todos os servidores merecem aumento. Todos os professores devem ter esse direito garantido. Eu espero que o governador, assim que tiver condições, conceda esse aumento, e faça isso pelos nossos professores. Os professores, sim, merecem um aumento.Eu espero que eles consigam esse aumento que estão pleiteando, mas, claro, tudo deve ser feito com a mais profunda responsabilidade e respeito à classe e aos cofres públicos.


O CHAMADO DE DEUS


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Juracy: “Deus fez um milagre na vida do meu filho, e eu preciso agradecer e retribuir. Vou trabalhar para Ele”

ac24horas: Deus lhe deu um comando. Agora, o senhor diz que vai trabalhar para Ele. O que aconteceu? Qual foi esse comando dos céus?
 Juracy: -Ah! Como eu lhe disse, Deus me fez um chamando. [diz emocionado após cerca de 10 segundos em silencio e olhando para o jardim da casa] Ele me deu um comando. Essa minha última eleição, eu tenho certeza de que foi Ele quem me deu. Foi o agir Dele para essa vitória. Foi uma eleição muito difícil, mas Ele me deu a vitória. Como um homem de Deus, claro, tudo que eu faço é guiado pelo meu Deus, pelo meu Senhor, que é o meu ajudador [completa sinalizando positivamente com a cabeça].


 Eu já estava orando há mais de um ano, e pedindo a resposta de Deus. Há algum tempo, Ele [Deus] usou uma pastora para me responder e mandou me dizer que eu já podia tomar essa decisão: entregar esse mandato, renunciar. E aí, foi isso que eu fiz, eu renunciei, eu obedeci a ordem Dele.


Mas, para que todos possam entender, vou explicar direto: meu filho tinha dois tumores na cabeça. Um deles era impossível operar e tirar. Os médicos desenganaram a gente. Um deles foi possível fazer uma cirurgia, já o outro, foi preciso apenas fazer uma oração. Foi a fé de que ele ficaria curado que o deixou curado. Através de uma oração, o tumor desapareceu e hoje meu filho está curado para a honra de Deus.


A minha mulher também estava enfrentando alguns problemas de saúde, e isso também me levou a refletir sobre essa decisão. Mas tudo ocorreu no tempo certo, nada foi no meu tempo, tudo foi no tempo de Deus. Agora que eu tomei essa decisão, vou me dedicar mais à minha família, à minha esposa, meus filhos e netos. Agora, vou fazer a obra de Deus de verdade e viver a vida de Deus. É isso que Deus quer de mim: que eu faça a obra Dele como forma de agradecer que benção que eu recebi na vida do meu filho.


 


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