O presidente estadual do MDB no Acre, Vagner Sales, detalhou ao ac24horas, na manhã desta quinta-feira (11), os bastidores da visita feita pelo governador Gladson Cameli (PP) ao presidente nacional do partido, Baleia Rossi, em Brasília. A conversa, que movimentou o centro político da capital federal, ocorreu em meio à disputa cada vez mais acirrada pelo apoio do MDB na eleição para o governo do Acre em 2026 – um apoio considerado decisivo para Mailza Assis, pré-candidata governista, e para o senador Alan Rick, seu principal adversário até o momento.
Vagner narrou que foi o próprio Baleia quem lhe telefonou para informar sobre a presença de Gladson em seu gabinete. Segundo ele, o governador buscava oficializar seu interesse numa aliança com o MDB no Acre para fortalecer a candidatura de Mailza. O dirigente nacional, ainda segundo Vagner, destacou que a legenda no Acre tem autonomia para decidir seu rumo, mas reconheceu que “as coisas estão muito adiantadas dentro dos interesses partidários”.
A avaliação de Vagner é de que o gesto de Gladson foi correto e oportuno. “Ele fez o certo, ele tem que ir atrás mesmo”, afirmou. “Se ele quer apoio do partido, ele acha que o partido é importante, ele fez a coisa correta: ir lá no MDB e solicitar também da direção nacional.”
O presidente estadual disse ter ficado satisfeito com o movimento, interpretando-o como sinal claro de prioridade. “Fiquei feliz porque ele foi lá, ele demonstrou interesse em ter o MDB do lado dele, do lado da dona Mailza”, afirmou, referindo-se à vice-governadora. A ida do governador a Brasília, ressaltou, reforçou a dinâmica de trabalho conjunto entre a direção estadual e a nacional: “O que passa aqui, eu passo pro Baleia. O que passa lá em Brasília, se alguém procura ele, ele passa pra mim.”
Quando questionado se o Republicanos, partido do senador Alan Rick, havia tomado iniciativa semelhante, Vagner foi categórico: “Não, não, não. Procurou não.” Instigado se isso faria diferença, respondeu com uma frase que soou mais como aviso do que como análise: “Olha, na verdade, quem quer busca, né? Quem quer tem que ir atrás.” Para ele, o aceno público de Gladson contrasta com a ausência de movimentos do grupo adversário. “O governador demonstrou interesse no partido”, resumiu.
Vagner também comentou o processo interno de definição da aliança. Antes previsto para ser anunciado até o dia 15, o posicionamento do MDB poderia ser comunicado antes dessa data por questões de maioria, mas ainda há exigências em aberto. “Estamos também discutindo já com os candidatos. Não adianta vir só com conversa, que ‘vou ajudar, vou ajudar’. Preciso de nomes na mesa. Preciso de compromisso.”
Ele descreveu o tom das negociações: “Eu vou ajudar na chapa federal. Então cadê os nomes? Tem esse aqui, esse e esse?” Segundo Vagner, é essa clareza que o MDB exige para tomar sua decisão. Embora deseje anunciar “amanhã”, admite que o processo deve se estender por mais alguns dias. “Quero ver isso até o fim do ano, no início de 2026, o mais rápido possível”, afirmou, reconhecendo que há “muitas pessoas dentro do MDB” pressionando para resolver logo a questão e começar a trabalhar na montagem da chapa.
