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Desentendimento em Galeria gera acusações de agressão e ameaças em Rio Branco

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Um desentendimento envolvendo a cobrança por estacionamento em uma galeria comercial em frente ao Horto Florestal, durante o Festival da Macaxeira, resultou em acusações de agressão física e ameaças de morte. Charles Roth, diretor do coletivo Feira Livre, relata ter sido vítima de violência por parte de um empresário local no último sábado (4). O acusado, por sua vez, nega as alegações e afirma ter agido de forma legal após ser provocado. Ambas as partes apresentaram suas versões, e o caso já é objeto de boletim de ocorrência policial.


De acordo com Roth, o incidente ocorreu na galeria onde o coletivo Feira Livre mantém sua sede e uma loja colaborativa, alugada para atividades como venda de comidas e brechós. Ele afirma ter recebido autorização do proprietário da galeria para transformar a área em estacionamento privado e cobrar pelo uso após o fechamento das demais lojas, visando complementar a renda durante o festival. “Eu tenho provas disso, eu tenho testemunhas”, disse Roth em entrevista, explicando que o estacionamento funcionou sem problemas na sexta-feira (3).


No sábado, porém, segundo dia do festival, uma placa indicativa do estacionamento foi deixada acidentalmente no local pela vigia noturna. Roth conta que viu o empresário, dono de uma loja de suplementos na mesma galeria, arrancar a placa e levá-la para dentro do estabelecimento. Ao pedir educadamente a devolução à esposa do empresário, ele a recebeu sem resistência. No entanto, ao se retirar, Roth alega ter sido confrontado pelo homem. “Ele veio de lá e falou ‘mas eu não autorizo essa porra aqui, não importa se o dono da galeria autorizou ou quem autorizou, mas eu mando aqui nesse caralho’ e me agrediu, me deu um soco no estômago, vários socos na minha cabeça, isso na porta do estabelecimento dele”, relatou Roth.

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Além da agressão física, Roth descreve ameaças graves: o empresário teria ameaçado matá-lo caso denunciasse o ocorrido ao proprietário da galeria ou a outras pessoas. “Ele ia mandar me matar, disse que ia mandar atacar fogo em mim e qualquer outro que fosse lá encher o saco dele, ameaçou as empreendedoras também”, acrescentou Roth, destacando o impacto no coletivo, que inclui várias mulheres empreendedoras agora com medo. O diretor do Feira Livre enfatizou que o local conta com câmeras de segurança e que comunicou o proprietário da galeria, familiares do acusado e registrou boletim de ocorrência. “Desde que ele me agrediu por volta de 14 horas da tarde até agora, a gente não conseguiu trabalhar em paz lá no espaço”, lamentou.


Em nota enviada nesta segunda-feira (6), o empresário João Mendes dos Santos Neto repudiou as acusações e apresentou uma versão distinta dos fatos. Ele afirma que não cometeu qualquer agressão e que agiu “em estrita conformidade com a lei, diante de situação em que fui prévia e indevidamente provocado e ofendido dentro do estabelecimento de minha esposa”. Santos Neto ressaltou que prefere não ampliar a discussão publicamente, sugerindo que os fatos sejam apreciados por órgãos competentes, como a polícia ou a Justiça, para evitar “qualquer sugestionamento imprudente de ocorrência de fatos ofensivos à honra de pessoa”.


O empresário também invocou direitos constitucionais para solicitar que seu nome, imagem ou qualquer identificação pessoal, bem como o nome da loja de sua esposa, não sejam divulgados, citando os artigos 5º, incisos V e X, da Constituição Federal, e o artigo 20 do Código Civil, que protegem a honra, a imagem e o nome contra uso indevido. Ele argumentou que o episódio trata-se de um “dissenso particular entre pessoas não públicas, ocorrido em ambiente privado”, sem interesse público que justifique a publicação de uma matéria jornalística. Caso haja divulgação, pediu expressamente a abstenção de identificações. A reportagem apreciou os pedidos, mas pelo caso envolver como suposta vítima um diretor de coletivo, e ter sua narrativa afirmada em boletim de ocorrência, foi decidida a publicação da matéria.


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