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Não enganem os trabalhadores

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O Congresso Nacional discute a jornada de trabalho 6×1, na qual cada pessoa precisa trabalhar 6 dias seguidos para folgar um.


Esse modelo antigo e burocrático impõe como os negócios devem funcionar, pelo menos os que necessitam de funcionários.


Se uma empresa não tem a necessidade de atuar nos 6 dias da semana, há uma dificuldade em se encaixar na legislação, como, por exemplo, os restaurantes que funcionam somente, de quinta a domingo.

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O artigo 67 da CLT impõe que o domingo será o dia de folga semanal, salvo em atividades essenciais(supermercados, farmácias, hospitais, transporte público, entre outros).


Porém, nessas atividades, a empresa precisa compensar o funcionário com folga na semana ou indenizar o funcionário com 100% de acréscimo nas horas trabalhadas.


Até aqui, a mudança do regime não parece prejudicial, e até poderia criar modelos mais adequados e liberais.


O que não se evidenciou ainda foi a ideia central de aumentar as folgas semanais, benefício que agrada uma grande parcela da população, em tese.


Isso faz parte da cultura do “sextou”, que nos desconecta do foco no trabalho e abre espaço para as recompensas sociais, as quais não me dedicarei nesse artigo, apesar de reconhecer a importância.


Sob a lente comercial e empreendedora, na qual tento me apoiar, temo que, uma vez mudado o regime 6×1, se proponha de forma mais contundente a jornada 4×3, onde se trabalharia 4 dias com três dias de folgas semanais.


Isso, sim, poderia mudar bastante o cotidiano das empresas, visto que o faturamento seria duramente atingido, como já acontece em feriados, por exemplo.


Esse modelo de jornada já existe em alguns países mundo afora, Emirados Árabes, Bélgica, Islândia e Escócia são exemplos de jornada 4×3.


O que diferencia todos esses países do Brasil é o índice de desemprego, que nesses casos externos fica em torno de 3,5%.


Acredito que esse modelo seja um arrefecedor de demanda, já que ali não faltam postos de trabalho.


Se uma empresa passa a vender menos, o caixa dá maus sinais no curto espaço de tempo. Com o caixa em declínio, cabe ao empresário a difícil missão de reequilibrar as finanças da empresa.


Se aumentam os preços, com a ideia de aumentar o lucro e compensar a perda de vendas, desafia o limite de poder de compra em que o brasileiro já vive, afinal não é porque a feira ficou mais cara que as pessoas terão mais dinheiro para pagar o aumento.

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O que acaba acontecendo em grande parte é a diminuição dos itens comprados, limitando as compras ao valor disponível.


Se a empresa não consegue resolver a questão, aumentando vendas, o jeito é diminuir as despesas.


Já adianto que, a principal despesa de uma empresa, é a folha de pagamento.


Artigo do empresário Marcelo Moura — presidente da Acisa


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