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Em 12 meses o preço da carne bovina já caiu mais de 11%, em Rio Branco

Foto: reprodução/arquivo

Leio a notícia do dia 18/7/2023na coluna que é assinada pelo jornalista Mauro Zafalo no Jornal Folha de São Paulo, que, com os  preços internacionais  em queda, demanda externa com ritmo menor e dólar menos aquecido afetam o mercado interno da carne bovina com a redução dos preços. A arroba de boi gordo está em R$ 257, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), abaixo dos R$ 293 do início de ano. Infere-se que essa seja a explicação pela queda de 11,22%, em média, no preço da carne bovina, nos últimos 12 meses, na cidade de Rio Branco.


Conforme o gráfico a seguir, o IPCA medido pelo IBGE para a cidade de Rio Branco, o preço da carne bovina, em média, nos últimos 12 meses (outubro de 2022 a setembro de 2023), caiu consideravelmente em relação ao índice geral que variou negativamente (-024%) e muito mais que o grupo de Alimentação e Bebidas que apresentou um crescimento de 5,29% no mesmo período.



Os cortes da carne bovina que apresentaram as maiores quedas, no período, foram: peito (18,28%), pá (17,84%) e costela (15,92%). É importante observar que as quedas verificadas até setembro de 2023, ainda não compensaram os  aumentos verificados em setembro de 2021, conforme pode ser observado no gráfico a seguir, onde pode-se observar um aumento para o peito de 37,95%, pá (43,38%) e costela (38,33%).



As quedas em 2022, aconteceram em todos os principais cortes da carne bovina, conforme pode ser observado na tabela a seguir. A menor queda se deu no contrafilé (5,30%). A queda do filé-mignon foi quase o dobro do verificado para o contrafilé (11,3%). Chama a atenção, também, a queda para o músculo (15,65%) e para a chã de dentro (13,52%).



Sobre as causas da queda nos preços da carne bovina, leio no site da Agroband (9/9/2023), onde explica que, no campo, a queda dos preços tem relação com a queda dos preços das commodities, que compõem a ração de gado (milho e farelo de soja) e com o ciclo da pecuária. 


Diz a matéria, que o ciclo da pecuária é um fenômeno caracterizado pela flutuação dos preços do gado e da carne, com fases de baixa e de alta que se repetem de tempo em tempo. Essa flutuação é causada pela natureza da pecuária de corte, que é uma atividade de ciclo longo em que a resposta da produção a estímulos externos, como os preços recebidos, acontece de forma muito lenta.


Diz ainda que quando cresce a oferta de bois gordos, os preços caem, e as demais categorias como os bois magros, bezerros e matrizes também se desvalorizam. Pressionados por dificuldades financeiras, os criadores vendem mais vacas para o abate. O abate de fêmeas aumenta a oferta de carne e os preços caem ainda mais.


As perguntas são: 1. Como ficam os preços para os próximos meses, será que vai continuar a tendência de queda nos preços?  2. Qual é o prognóstico para os preços no futuro próximo?


O jornalista Mauro Zafalo no Jornal Folha de São Paulo. Na edição do dia 11/10/2023, relata que após forte retração, valor do boi gordo volta a subir no mercado paulista,  que influencia nos preços de todos os estados da federação.


Na coluna o autor destaca que a arroba de boi iniciou uma recuperação nas últimas semanas, após forte redução. Entre os motivos da retração nos preços não faltaram também uma queda de braços nas negociações com a China e perda interna de renda do consumidor.


Cita como exemplo que, em outubro de 2019, a arroba valia R$ 163, valor que subiu para R$ 262 no mesmo mês de 2020, e continuou subindo até atingir R$ 350 em março de 2022. No início do mês passado (setembro/2023), a arroba estava abaixo de R$ 200. E agora, o Cepea registrou R$ 233 na semana passada. 


Além da melhora do cenário externo e do aumento no preço do Boi Gordo, a jornalista Nayara Figueiredo do site do Globo Rural do dia, 12/09/2023, destacou que, tradicionalmente, o fim de ano é marcado por aumento nos preços da carne bovina puxado pelo aquecimento na demanda. Em tese, 2023 poderia ser diferente, já que o alto nível de abates de bovinos deixou carne de sobra no mercado interno, mas analistas ouvidos acreditam que a proteína tende a subir no varejo até dezembro, mesmo num cenário de ampla oferta.


É o cenário.


Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas