Alguém desatencioso pode pensar que a fotografia do Sérgio Vale é de um menino cochilando em uma barraca de uma família acampada em uma praia paradisíaca às margens do rio Acre, como se via nas décadas de 70, 80 e 90 quando não existia o medo.
Vê-se os pés de um adolescente sob um fino colchão estampado. Cobrindo o corpo frágil, lençóis desalinhados coloridos se mostram pela abertura da cabaninha. Um par de sandálias repousa suave à porta da tenda de quem dorme o sono dos justos à espera de um milagre.
Sinto muito navegante dos mares profundos da web onde se escondem monstros humanos nas regiões abissais, mas não é um acampamento em nenhuma praia que você vê. A barraca não está fincada na areia branca, nem sopra a brisa suave da floresta para aliviar o calor, o sol escaldante do verão de um setembro (que mais parece agosto). Não, por Deus! Não é isso que você vê…
O que você está vendo, navegante, é um ser sem destino e sem futuro algum. É uma criança errante, um nômade acampado em um deserto de concreto e aço, cercado por uma multidão que não o vê. É um filho de Hagar, a escrava, sob a sombra de arbustos artificiais de prédios imponentes que se erguem em direção aos céus alheios à dor do abandono de quem não tem um lugar de repouso. Árvores sem frutos, arbustos sem sombras, sem deleite algum.
O que lhe reserva o futuro? A cruz da indiferença? A solidão das ruas? A fome? As drogas? A morte prematura? Assim como o Filho do Homem, ela não tem onde reclinar a cabeça. A tragédia maior, navegante, é que o sangue que corre em suas veias é o mesmo dos homens, mulheres e crianças que vieram além do mar sob açoites dos verdugos na noite escura do tempo. Noite negra como suas próprias peles. A sensibilidade de Sérgio Valle registrou essa dor. Não acordemos a criança, deixemo-la dormir… talvez, quando despertar, o mundo em que ela viva já não exista mais. Quem dera!
“Senhor Deus dos desgraçados! Dizei-me vós, Senhor Deus, Se eu deliro… ou se é verdade Tanto horror perante os céus?!… (O Navio Negreiro – Castro Alves)
. O PSD, do senador Sérgio Petecão, começa a se reorganizar com vistas às eleições de 2024 em todo o estado.
. Melhor ainda depois da depuração, da expulsão dos políticos infiéis que conquistaram o mandato às custas do partido e, em seguida, sumiram do radar.
. O deputado Eduardo Ribeiro (PDT) alargou as tendas no Vale do Acre reconquistando um território político que foi do pai, Valmir Ribeiro, quando parlamentar.
. Para Eduardo Ribeiro vale o provérbio de Salomão: “O Nobre projeta coisas nobres, na sua nobreza perseverará”.
. A propósito, Marcus Alexandre parece ter conquistado o coração dos filiados do PSD na reunião que o senador Petecão fez para recebê-lo na Casa Amarela no sábado.
. Dias agitados no Seringal Carmem!
. A deputada Michelle Melo (PDT) acertou em virar a página; o que tinha de acontecer já aconteceu, não adianta ficar cozinhando galo velho em água morna.
. Talvez seu principal erro tenha sido ter aceitado ser a líder do governo!
. Porém, isso também são águas passadas!
. Entre mortos e feridos escaparam todos, assim é a política.
. Quando é para aprovar uma reforma eleitoral esdrúxula sob a presidência da filha de Eduardo Cunha, esquerda e direita esquecem as diferenças, se abraçam, se beijam!
. Puts!!
. Clarice Lispector: Nelson (Rodrigues), você é de esquerda ou de direita?
. Nelson: Nem de esquerda, nem de direita, Clarice.
. Clarice: Por que, Nelson?
. Nelson: Depois de ter visto tantas guerras (século XX) e ter estudado a história não quero ser um canalha nem de esquerda nem de direita!
. Vida que segue!
. O movimento dos sem-teto da Terra Prometida tem cabeça, corpo e membros; é organizado e preparado.
. É necessário ver o lado deles também!
. Só quem tem dinheiro para socorrê-los é o governo federal; casas se faz com dinheiro.
. Me perguntaram por que o senador Alan Rick (União Brasil) e a vice-governadora Mailza Assis não se sentam para conversar sobre 2026?
. Talvez, não seja o momento!
. “Guarde a sua boca; o homem é livre do que não diz, mas escravo do que fala”. (Pr. Afif Arão).
. Bom domingo!