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CPMI dos atos de 8 de janeiro: Quem quer saber o que houve?

No dia 8 de janeiro deste ano, uma semana após a posse do já diplomado presidente Lula da Silva, algumas dezenas, ou centenas de vândalos invadiram as instalações dos três poderes e causaram ali depredações e prejuízos de toda ordem. Um ato criminoso que deve ser punido severamente nos termos da Lei, repito, da Lei, pois fora dela, é vandalismo jurídico.


No mesmo dia, como noticiado, quase duas mil pessoas foram presas e levadas para um ginásio apelidado de “Lulag”, aí incluindo idosos, crianças e doentes que sequer estavam na esplanada, pois permaneceram acampados em frente ao Comando do Exército. Foram, mesmo assim, todos fichados como TERRORISTAS e centenas foram mandadas para presídios no DF (Papuda e Colmeia). 


Recentemente, o Senador Cleitinho e os Deputados Nikolas Ferreira, Marcel Van Hattem e Sanderson, entre outros que estiveram nos presídios, demonstram o grau de distorção do devido processo legal que sob hipótese nenhuma pode ser aceito. Os piores criminosos do país são diariamente soltos à canetadas por insuspeitas filigranas jurídicas garantistas, enquanto inocentes permanecem presos indevidamente.


Passou da hora dos homens e mulheres de bem deste país darem a devida atenção ao drama de nossos irmãos encarcerados. Muitos nem sequer desceram a esplanada e hoje estão afastados de suas famílias e empregos, psicologicamente destroçados, com filhos e netos passando necessidades, presos como se tivessem provadas condutas criminosas. Você sabia que das mulheres presas, 100% jamais tiveram qualquer problema com a polícia? Há avós sendo acusadas de terrorismo sem nem saber o que significa isto. O índio Tsererê está morrendo de inanição. Os brasileiros de bom caráter não podem fechar os olhos a essa tirania. Quer saber? Dá uma olhada neste vídeo. Se não quer saber de nada e continuar comendo na mão do Sistema, espere notícias na Globo.


Quando ouço a palavra “terrorista”, imagino o sujeito pertencente a um daqueles grupos do Oriente Médio, explicando ao amigo que de uma tacada só prenderam mais de mil terroristas no Brasil, sem que eles tivessem armas, ou apoio de qualquer organização, de partidos políticos, de forças militares, da imprensa, de grupos externos, nada. Deve ser duro convencer alguém no exterior, que no Brasil terrorista fica sentado durante dois meses comendo feijão tropeiro em frente ao quartel sem um traque no bolso.


Pior é que a suposta vítima não quer saber da apuração dos fatos, se contenta com a narrativa na mídia. O recém-instalado governo Lula que foi alvo de uma “tentativa terrorista de tomada do poder” escondeu as imagens do vandalismo e barra a apuração dos fatos pelo parlamento. Logo o PT que costumava pedir CPI pra apurar até espirro, agora quer jogar tudo pra debaixo do tapete. Não é estranho para o leitor que a vítima impeça a apuração do crime? Onde já se viu isso? Pois os acusados querem.


O terrorismo sui generis brasileiro precisa ser esclarecido. Aliás, peço publicamente aos nossos bravos parlamentares acreanos que assinem e, se já assinaram, mantenham suas assinaturas, para que a CPMI dos atos de 8 de janeiro, proposta pelo deputado federal cearense André Fernandes, alcance o número necessário (171 na Câmara e 27 no Senado), seja instalada e possa esclarecer definitivamente as perguntas que não querem calar: O que foi feito, quem fez, como fez, por que fez, a serviço de quem fez. Há inocentes entre os que foram presos e isto é inaceitável. Os parlamentares que não assinarem, provavelmente tem bons motivos, e não se envergonharão de apresentá-los aos seus eleitores, ainda mais se considerarmos que TODOS foram eleitos pelo lado não petista da disputa, ou seja, não possuem “fidelidade partidária” a preservar. 


Até o momento em que redijo este, segundo o twitter do Deputado André Fernandes (@andrefernm), do Acre 3 deputados (Coronel Ulysses, Roberto Duarte e Gerlen Diniz) e 2 senadores (Alan Rick e Marcio Bittar) assinaram. Da minha parte, gostaria muito de ver cada um dos invasores de 8 de janeiro identificado, processado, julgado e punido conforme sua conduta nos termos da Lei, o que, aliás, é apenas pedir o obvio.


Valterlucio Bessa Campelo escreve às sextas-feiras no site ac24horas e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do Puggina e outros.