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Por quem choramos?

Hoje, dois de novembro, é Dia de Finados. Dia de relembrar e chorar nossos mortos. Eu choro a ausência de meus avós paternos e maternos, meu pai Astério, minha mãe Maria das Neves que tanto amei. Também choro meus tios, tias e amigos que se foram para a eternidade. J. Edson, Jessé Santiago, Afif Arão, professora Socorro Frota, Chico Frota, Daniel Gomes, Rogério, minha sogra dona Nazinha Hassem… são muitos!


Recordo pessoas que nunca souberam de minha existência, mas que derramei lágrimas de dor e saudade em suas partidas trágicas: Natalie Wood, Elis Regina, Tancredo Neves, Ayrton Senna, princesa Diana … Deus como eu chorei naqueles dias que parecem tão distantes dentro de mim, uma eternidade. Como se fosse em um outro mundo, um outro lugar no passado.


Mas hoje eu choro pelos amigos e amigas que morreram na pandemia de covid. Em especial o médico e amigo Tufic Saad. Foi ele que, em 1996, quando atravessamos toda a cidade de Brasiléia com o corpo de meu pai em um caixão para sepultá-lo, e eu chorava inconsolavelmente ao ponto de quase morrer também, colocou a mão sobre meu ombro direito e disse com voz firme: _ Tenha calma Asterinho, estamos todos aqui, seus amigos, amigos de seus avós e de seus pais. Você não está só! (na verdade nos sentimentos infinitamente sozinhos nesses momentos de perdas).


Nesse Dia de Finados também lembro de momentos felizes e de coisas que meu pai e minha mãe diziam em casa em volta da mesa no café, no almoço e na janta. Entre elas o valor de uma amizade sincera e duradoura. Uma amizade verdadeira. Acho que por isso mesmo Jesus disse: “Não chamo vocês de meus discípulos, mas de meus amigos, o amigo é capaz de dar a vida pelo outro”. Foi exatamente o que ele fez na cruz. Choramos hoje, um dia alguém chorará por nós: Os amigos!