Na Aleac, equipe de governo é constrangida em audiência com grevistas e CR da Educação

As comissões de Educação e Serviço Público da Assembleia Legislativa do Acre realizaram nesta quarta-feira (8) audiência pública para debater demandas dos trabalhadores em educação, entre elas a convocação do cadastro de reserva da Educação no concurso realizado em 2018. São 379 professores nessa situação.
Os representantes do governo, entre eles os secretários Ricardo Brandão (Planejamento), Socorro Neri (Educação) e Amarísio Freitas (Fazenda) viveram momentos constrangedores em meio à chuva de críticas dos professores e deputados.
Adson Silva, advogado dos integrantes do cadastro de reserva da Educação, apontou que o que se discute é uma questão já prevista na Constituição Federal, que garante piso salarial e recursos para valorização da docência.
“Em especial a lei do piso não é cumprida. Algumas alegações do governo já foram debatidas. A lei do piso é constitucional e tem de ser aplicada”, disse Silva. O comprometimento da Lei de Responsabilidade, segundo ele, não procede.
O Novo Fundeb tem acréscimo relevante, de R$ 61 bilhões e a receita sempre vai aumentar. No entanto, os gastos com a educação tem diminuído. “O que aparenta para a população é que se trata de falta de vontade política perante as pessoas que estão aprovadas”, afirmou.
Já a professora provisória Maria Rocha, que é de Cruzeiro do Sul, levou aos deputados a indignação dos professores do Vale do Juruá quanto à não convocação dos aprovados. “Queremos nossa convocação”, pediu ela. A mestra em Letras, Ana Beatriz, pediu valorização dos professores diretamente à secretária Socorro Neri. “Quais são as vagas disponíveis? Queremos transparência”.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre, Rosana Nascimento, disse que o Governo do Estado ignora a causa da educação mesmo com a greve fazendo movimento no Centro de Rio Branco. “O governo fecha os olhos e o amanhã com ele nunca chega”, afirmou. Segundo ela, há mais de R$ 200 milhões do Fundeb para promover a valorização dos professores -mas o governo é “desumano”. “Nunca tinha enfrentado um governo tão desumano quanto esse, que nos humilha. Vivemos escravizados”.
O ativista Claudio Ezequiel disse que os professor está endividado e com dificuldade para ter comida em casa. A presidente do Sinproacre, Alcilene Gurgel, disse estar satisfeita com a preocupação dos deputados do Acre mas criticou a completa falta de valorização à categoria. “A grande política neste Estado tem de ser o fortalecimento de salários. Se pode contratar polícia porque não pode chamar da Educação?”
O sindicato que representa o pessoal de apoio da Educação disse que é preciso lembrar dessa categoria, esquecida inclusive internamente.
O representante da comissão dos aposentados, professor Mário, disse que a equipe de governo não se manifesta sobre as demandas apresentadas.
O secretário de Planejamento, Ricardo Brandão, relatou as condições em que o governador Gladson Cameli recebeu o Estado quando assumiu o Palácio Rio Branco. De 2019 a 2021 houve uma redução no limite de gastos, ação que continua. “Vale lembrar que enquanto estivermos acima do limite de gastos existe impedimento mas a gestão não fez vista grossa às alterações do PCCR”, disse Brandão.
Foram feitos ajustes que até então não existiam, melhorando a aplicação da lei em consenso com o Tribunal de Contas do Estado. A ideia, diz Brandão, é fazer compensação de horas de modo a não desempregar ninguém. Segundo ele, o TCE prepara um laudo de como deverá ser feito o processo legal dos ajustes no PCCR, piso e demais demandas salariais. “Estamos preocupados em atender os anseios daqueles que estão na linha de frente”, disse Brandão.
O Líder do Governo, deputado Pedro Longo, diz que a equipe governamental tem sido sensível e a Aleac tem ajudado a construir consensos. Ele propõe que seja aplicado o mesmo modelo do cadastro de reserva da Polícia Militar à convocação dos professores aprovados em concurso da Secretaria de Educação.
A secretária Socorro Neri disse que ocorreu uma ampliação no entendimento jurídico que possibilitou chamadas no cadastro de reserva e, segundo ela, muito mais serão chamados. “Desse edital já foram chamados 647 profissionais. Trabalhamos com um número de 378 que ainda não foram chamados e com a ampliação do entendimento estamos fazendo levantamento de 2014 para cá para levantar as vacâncias e identificar quais as necessidades do sistema de educação e escolas que possam ser preenchidas”, disse, alertando que nem todas as áreas serão chamadas. Ou seja: um grupo ainda não dimensionado pode ficar de fora.
Sobre o piso salarial, a consulta ao TCE se fez necessária porque na lei não é automático a aplicação do piso à carreira a não ser que lei local autorize. Ela explicou que há garantias de que nesta quinta-feira (10) o TCE repasse o laudo.
O procurador-geral do Estado, Marcos Motta, destacou o limite de gastos em que o Acre vive desde 2017 e esse fato por si impede o Estado de avançar nos PCCRs de qualquer categoria. Ele citou os avanços no cadastro de reserva da PM, Civil e há superação de barreiras com estudos e debates.
O secretário de Fazenda, Amarísio Freitas, disse que Socorro Neri é muito sensível à causa dos trabalhadores. “Sabemos que vocês merecem mais”, disse, relatando que o governador tem dito a ele que não prejudicará o servidor público.
Destaque 2
Bocalom diz ter R$ 400 milhões em caixa e que vai usar o que for necessário para ajudar alagados

Em meio a crise causada pela enchente dos igarapés e Rio Acre, o programa Bar do Vaz entrevistou na tarde desta terça-feira, 28, o prefeito Tião Bocalom (Progressistas) e abordou diversos temas referente a situação de emergência decretada pelo município. Na ocasião, o gestor revelou que dispõe de mais de R$ 400 milhões em recursos e afirmou que vai construir mais de mil residências populares em apenas 24 horas.
Ao explicar sua ausência da capital no início da enchente, Bocalom alegou que teve uma conversa com o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão e não havia previsão de uma chuva acima dos 180 milímetros. “Eu havia falado com o Falcão antes de ir e infelizmente veio essa chuva de mais de 180 milímetros. Atingiu mais de 32 bairros e afetou mais de 800 famílias atingidas diretamente, estamos com o nível do Rio em 16,88 metros”, comentou.
O chefe do executivo municipal reforçou que sua economia vem gerando resultado e hoje os cofres da gestão contam com mais de R$ 400 milhões de recursos próprios. “Da última vez que nos falamos fizemos uma economia de R$ 250 milhões, agora, nós temos R$ 413 milhões”, ressaltou.
Ao ser indagado pelo empresário e jornalista Roberto Vaz sobre o desafio de construir mais de mil casas em um só dia, o prefeito garantiu que deverá executar o desafio e revelou que será necessário o empenho de 10 mil pessoas. “É um sonho e já fizemos o piso, primeiro, são 30 painéis cada casa dessa, quando chegar o dia vamos montar. Vamos precisar de mil carpinteiros, mil eletricistas e mil encanadores, um movimento de 10 mil pessoas. Eu sou madeireiro e marceneiro, sei como fazer isso. Hoje temos um recorde, além de fazer as mil e uma casas temos que bater um recorde. Todo mundo que falo do projeto eles abraçam na hora”, explicou.
Sobre a crise da enchente, o gestor culpou a classe política que fez vista grossa às inúmeras construções na cidade. “A nossa Rio Branco não foi planejada e muitos políticos tem culpa nisso, para ganhar votos fizeram vista grossa, com isso, sobra para a prefeitura, invadem de qualquer jeito, sem planejar rua”, analisou.
O prefeito da capital destacou no decorrer da entrevista que será necessário investir mais de R$ 400 milhões para desobstruir os igarapés – em especial, o São Francisco e que no próximo ano será feito um grande trabalho por parte da prefeitura. “R$ 250 milhões é para fazer apenas limpeza e desobstrução do leito. O que dá mais trabalho é o igarapé São Francisco, ano que vamos fazer um trabalho de desobstrução. Precisamos que as pessoas que moram na beira não joguem entulhos, da última vez tiramos um Fusca, desta vez, saiu um carro Fiat. Tem que mudar a educação”, mencionou.
Tião também criticou indiretamente os pouco recursos anunciados pelo governo federal e enalteceu a desativação de R$ 15 milhões dos cofres da prefeitura para ajudar as famílias atingidas pelas águas. “Já pensou que fosse esperar recursos do governo federal, a gente já comprou sacolões, produtos de limpeza. Esse R$ 1,4 milhões deve chegar no fim de semana só, eu estou feliz em ver a felicidade das pessoas em receber sacolão. Isso não é para agora, a Câmara deve aprovar a lei e depois fazermos o cadastro das pessoas, isso demora 30 a 40 dias para atender as pessoas”.
ASSISTA A ENTREVISTA:

Destaque 2
Chefe do MP do Acre, Danilo Lovisaro vistoria abrigos para vítimas da enxurrada em Rio Branco

O Ministério Público do Estado Acre (MPAC), por meio do Grupo Especial de Apoio e Atuação para Prevenção e Resposta a Situações de Emergência ou Estado de Calamidade devido à ocorrência de Desastres (GPRD), realizou neste sábado (25) visitas aos abrigos montados pela Prefeitura de Rio Branco e Governo do Estado para atender a população afetada pelas fortes chuvas que causaram o transbordamento de rios e igarapés na capital.
O procurador-geral de Justiça, Danilo Lovisaro do Nascimento, que esteve à frente das ações, destacou que o MPAC pode contribuir com o Estado e o Município para verificar as necessidades mais urgentes e cooperar para que o socorro, a assistência e a fiscalização dos espaços de abrigamento sejam realizadas de forma efetiva. Após visitar alguns abrigos, o PGJ também esteve no Parque de Exposições, que está sendo preparado para receber vítimas dos transbordamentos.
“Durante as visitas realizadas hoje, foi constatado que as instalações estão sendo bem coordenadas pelo Estado e pelo Município, inclusive no Parque de Exposições. Prestamos a nossa solidariedade à população e nos colocamos à disposição para auxiliar o executivo estadual e municipal, bem como também para coletar doações e ajudar a população naquilo que for necessário”, frisou o PGJ.
As vistorias, que envolveram entre membros e servidores cerca de 70 integrantes do MPAC, tiveram como propósito verificar o perfil das pessoas abrigadas e presença de grupos vulneráveis, condições dos abrigos, disponibilidade de alimentação, higiene, necessidade de medicamentos, entre outros. Desde a sexta-feira (24), vem crescendo o número de abrigos mantidos pela Prefeitura de Rio Branco e o Governo do Estado, que já chegam a 26, a maioria em escolas da capital.
De acordo com o último boletim do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), o Rio Acre está com 16,31 metros na medição das 12 horas, ultrapassando a cota de transbordo de 14 metros. Foram afetados 48 bairros e sete igarapés em Rio Branco, e 23.356 pessoas necessitaram de atendimento.
O promotor de Justiça Luis Henrique Rolim, coordenador adjunto do GPRD, apontou a necessidade de identificar e buscar rapidamente soluções para os problemas nos locais. “Com base nas reuniões que participamos, foi verificado que a previsão ainda é de mais chuvas até o domingo, o que pode provocar mais desalojamentos. Estamos atuando em parceria para dar respostas rápidas a todas as demandas”, afirmou o coordenador- adjunto do GPRD.
Por sua vez, o coordenador-adjunto do Núcleo de Apoio Técnico (NAT), promotor de Justiça Bernardo Albano, salientou que o MPAC vem realizando as vistorias não apenas para fiscalizar, mas com o propósito de auxiliar os trabalhadores dos abrigos. “Nossa missão principal nesse momento é fazer a ponte entre os executores de políticas públicas, identificando solicitações, problemas ou vulnerabilidades nesses abrigos, para buscar solucionar por meio da interlocução com os gestores responsáveis”, ressaltou o coordenador adjunto do NAT.
Também participaram da mobilização a procuradora-geral para Assuntos Administrativos e Institucionais, Rita de Cássia Nogueira, o secretário-geral, Gláucio Oshiro, o procurador de Justiça Francisco Maia Guedes, e os promotores de Justiça Iverson Bueno, Alekine Lopes, Abelardo Townes e Fernando Cembranel.

A imagem de um pai atravessando a correnteza de água em uma rua do bairro Recanto dos Buritis, em Rio Branco, emocionou internautas nesta sexta-feira, 24.
Luciano Cunha da Silva, que se apresenta nas redes sociais como recepcionista do Hospital Santa Juliana teve a casa completamente invadida pelas águas da enchente que assola a capital acreana.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, Luciano, junto com a mãe das crianças, é amparado por outras pessoas para conseguir enfrentar a correnteza e salvar os filhos, batizados de Lorenzo e Angelo, que são recém nascidos.
O vídeo emocionou centenas de pessoas e se tornou um exemplo do caos vivido pela população, mas também da esperança da população enfrentada pela população de Rio Branco.
Luciano e esposa perderam móveis e quase tudo que tinham em casa. Uma campanha foi criada para ajudar Luciano. O PIX é o CPF 787.093.502-68, em nome de Luciano Cunha da Silva.
VEJA VÍDEO:
Ao menos cinco voos que estavam marcados para esta sexta-feira, 24, pertencentes às empresas Gol e Latam em Rio Branco, foram temporariamente suspensos. O cancelamento se deu em razão da interdição da via que dá acesso ao aeroporto internacional Plácido de Castro, ocorrido após inundação de córregos e igarapés na capital acreana.
Funcionários das empresas Gol e Latam entraram em contato com a Polícia Rodoviária Federal do Acre para informar sobre o cancelamento e emitiu uma nota de esclarecimento.
O acesso ao aeroporto em Rio Branco foi um dos sete pontos interditados na manhã desta sexta-feira. Por causa das fortes chuvas que ocasionaram alagamentos, o aeroporto afirma que busca preservar a segurança e o conforto de todos.
“Passageiros com viagens previstas para hoje (24) devem entrar em contato com as companhias aéreas para informações sobre reprogramação de voos”, diz nota de esclarecimento.
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