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Há 8 anos, Marcelo Moura encara sucessão do pai e gere o Grupo Recol em três estados

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Quem desconhece a história de Marcelo Moura deve apostar que se trata apenas de mais um herdeiro nascido em berço de ouro e que sempre teve tudo “de mão beijada”. Enganam-se. Bastam 10 minutos de conversa para saber que está diante de um verdadeiro sucessor e fazedor de negócios, que conhece todos os cantos dos grandes conglomerados empresariais que integram o Grupo Recol, nascido no Acre e instalado em três estados na Região Norte e Centro-Oeste do Brasil.


Aos 32 anos, precisou enfrentar a partida precoce do pai, seu ídolo e inspiração no mundo dos negócios. Até então, Marcelo não imaginava (e nem queria) substituir tão precipitadamente a força e eixo principal do Grupo, empreendimento que se tornou uma das marcas mais fortes no estado por abranger distintos ramos no Acre, Rondônia e Mato Grosso, que são: Recol Distribuidora, Recol Veículos, Recol Farma, Supermercado Pague Pouco, TV Gazeta e Distribuidora Ambev, todos fundados como selo do saudoso empresário Roberto Moura.

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Ao contrário do que muita gente supõe, Marcelo não começou como gerente, mas iniciou por baixo dentro das empresas até se tornar o que é hoje, diretor executivo (CEO) com a responsabilidade de exercer o principal cargo dentro dos negócios. O fato de ser “filho do dono” nunca lhe deu garantias de que seria um empresário de sucesso. Para isso, teve de caminhar com as próprias pernas e provar que carregava o sangue empreendedor do pai nas veias.


Privilégios ou tratamento diferenciado perante os demais colaboradores não estavam inclusos na relação de pai e filho. Ao invés disso, era o mais cobrado a exercer um bom desempenho em seus papéis, que começaram no almoxarifado e no depósito das empresas. A relação de pai e filho era frequentemente confundida com uma relação entre patrão e funcionário. O trabalho duro deu certo. Marcelo é hoje detentor de um poder que só a dedicação poderia lhe dar: a credibilidade.


Agora, com 40 anos, não se arrepende nem por um segundo em ter seguido os passos de Roberto Moura. Atuar exercendo responsabilidades, gerenciando recursos, resolvendo problemas e tomando decisões importantes na organização empresarial que tem mais de 1.500 funcionários, lhe custou tempo, numa trajetória que para ele começou há 25 anos.


A paixão pelo ramo – “Comecei a trabalhar com 15 anos, em 1996. Fazia pequenos serviços. Meu pai me chamou para trabalhar logo cedo, era meio que um estágio. E ali fui dando prosseguimento, me interessando, gostando de trabalhar no comércio. Primeiramente na distribuidora e depois fui tendo novas experiências em outras empresas do grupo”, diz Marcelo.


O Grupo Recol foi se desenvolvendo, algumas empresas a mais foram abrindo, momento em que ele teve a oportunidade de participar da construção, do início das operações e, por fim, se apaixonando pelo ramo. “A primeira atividade com responsabilidade foi trabalhar no almoxarifado da TV Gazeta. Lá, eu controlava a frota de veículos, das equipes de externa, controlava o abastecimento dos veículos e o material que era entregue aos repórteres no período da manhã”.


Roberto Moura sempre foi muito objetivo, até no momento de fazer com que o filho começasse a trabalhar com ele. “Ele me chamou e falou: a partir de agora você trabalha! E aí comecei a trabalhar. Logo depois, dos 16 para os 17 anos, passei a estudar a noite e comecei a trabalhar em horário integral”, relembra.


Após um ano trabalhando na televisão, Marcelo migrou para a Recol Distribuidora, onde passou a lidar com toda a logística de depósito. “Eu acompanhava o descarregamento de mercadoria, expedição de pedidos para clientes, separação de pedidos. Fiquei uns três anos trabalhando com isso, até completar meus 20 anos. No começo, eu não gostava, fazia porque era obrigado mesmo. Meu pai me condicionava a trabalhar, e eu não tinha opção. Tinha que estudar à noite para trabalhar durante o dia. Mas eu confesso que com o tempo fui pegando amor ao negócio, demorou um pouco, mas pegou no tranco”, brincou.


Temporada em Mato Grosso e Rondônia – Na casa dos 20 anos, ingressou no curso de Administração na FIRB/FAAO, mas não concluiu porque nesse período, nos anos 2000, teve de se mudar para Cuiabá (MT). “Nós fomos convidados pela Johnson & Johnson a montar uma distribuição lá, e meu pai me chamou e disse: olha, eu não tenho mais idade para estar mudando de cidade, por mim eu não vou. Se você quiser ir, a gente abre uma filial da nossa empresa e você me ajuda de lá”.


Marcelo aceitou a oferta e ficou cerca de três anos em Cuiabá, onde participou do início da empresa, desde o aluguel de depósito, contratação de funcionário e recebimento das primeiras mercadorias para estoque. “Isso me deu um sentimento de amor pelo negócio”, revela.


De lá, foi para Rondônia em 2003, onde Roberto Moura enfrentava algumas dificuldades na gestão da empresa de Porto Velho na época. Marcelo relembra que o pai chegou a falar que não sabia se iria conseguir manter a empresa aberta no estado vizinho ao Acre. “Ele estava pensando em fechar e eu pedi para ele a oportunidade de participar por um tempo da gestão dessa empresa. Cheguei a Porto Velho para ficar um mês e acabei passando mais três anos”.

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O negócio de Rondônia engrenou novamente e os empreendimentos foram crescendo. A partir de 2005, Marcelo começou a ficar mais em Rio Branco aos finais de semana. Foi quando conheceu a esposa e resolveu voltar a morar de vez no Acre. “Sempre tive na minha cabeça que voltaria para cá. Comecei a namorar, noivei e voltei a morar em Rio Branco”, explica.


O Grupo Recol – Criada em fevereiro de 1984, foi a Recol Distribuidora que deu origem a um dos maiores grupos empresariais da Amazônia Ocidental. Com o passar de mais de 30 anos, atuando em mais de seis ramos, a empresa se tornou o principal atacadista de produtos farmacêuticos e hospitalares no Acre, Rondônia e em Mato Grosso, expandindo para outros segmentos.


Entre diversas atividades, o maior negócio continua sendo a Recol Distribuidora. São eles [os Moura] que representam atualmente grandes marcas, tais como Johnson & Johnson, L ́Oréal, Marilan, Chamex, Volkswagen, Ford, Ambev e Yamaha.


O Grupo ainda conta com quatro concessionárias de automóveis e motocicletas, uma retransmissora da TV Record, que é a TV Gazeta, a rede de supermercados Pague Pouco, rede de farmácias Recol Farma e uma distribuidora da Ambev que se chama AcreBeer.


A partida de Roberto Moura 


Marcelo Moura mal pôde se recuperar da perda do pai e já teve de encarar um mundo completamente novo para a sua realidade na época. “Meu pai foi embora muito cedo, foi uma ruptura muito abrupta. Meus planos, com certeza, não eram fazer o que eu faço agora. Já gostava muito de trabalhar, mas eu não pensava numa sucessão rápida, nem a suceder. Sempre pensei no meu pai como uma pessoa que teria uma longevidade pela saúde que parecia ter, pela disposição, pelo perfil dele; sempre achei que meu pai chegaria fácil aos 80 anos trabalhando”, comenta.



Antes do falecimento do pai, Marcelo atuou na gerência da Recol Motors e do supermercado Pague-Pouco, mas depois, teve de assumir o domínio de todo o Grupo.  Ele enumera algumas semelhanças com o jeito de trabalhar herdado de Roberto. “Primeiro o respeito com a dificuldade de gerir um negócio, o respeito às pessoas. Meu pai sempre foi um bom líder, um bom patrão, valorizou muito os profissionais que ajudaram ele. Ele sempre foi um homem de palavra firme, não se comprometia com o que não conseguia cumprir e aprendi muito isso com ele. Acredito que essa seja uma base minha, o caráter”.


Sem sombra de dúvidas, a falta do pai foi o momento mais difícil na vida do filho empresário. “Conciliar família e trabalho na ruptura de uma pessoa tão importante, foi o mais difícil. Meu pai não era coadjuvante, ele era um gestor. Ele dava direcionamento aos negócios, ele falava onde crescia e onde não iria crescer. Sempre foi muito forte, 100% do tempo dele era dedicado aos negócios. Fazer esse papel foi um desafio de vida para mim”, lamenta.


Felizmente, o sucessor foi positivamente abraçado por todos os diretores e gestores das empresas, que possuem mais de 1.500 funcionários. “Todos eles me receberam muito bem, me aceitaram. Não tive nenhum tipo de resistência de nossos gerentes ou colaboradores. Isso me ajudou muito. Respeitar todos eles para mim foram a forma de perpetuar [o legado do pai]. Acredito que a legitimidade que me deu foi eu ter crescido junto, sempre estive por dentro, passei por todas as empresas”.


Felizmente, com a benção e reconhecimento de seu preparo pela avó Raimunda Alves (mãe de Roberto Moura e sócia majoritária do grupo), o sucessor foi positivamente abraçado por todos os diretores e gestores das empresas, que possuem mais de 1.500 funcionários. “Todos eles me receberam muito bem, me aceitaram. Não tive nenhum tipo de resistência de nossos gerentes ou colaboradores. Isso me ajudou muito. Respeitar todos eles para mim foram a forma de perpetuar [o legado do pai]. Acredito que a legitimidade que me deu foi eu ter crescido junto, sempre estive por dentro, passei por todas as empresas”.


Os negócios com a pandemia – A pandemia de Covid-19 também afetou o cotidiano do Grupo Recol. O desafio inicial foi a falta de confiança, saber se o mercado teria manutenção dos negócios nesta situação. “Esse foi o primeiro impacto. Foi a primeira vez que as empresas não puderam abrir. Tinha cliente para consumir, mas não podia abrir o negócio. Foi difícil e muito apreensivo”. Para contornar o medo, Marcelo resolveu fazer o que sempre faz de costume: conversar com empresários mais experientes.


“Liguei para Dona França da Agroboi, Aldenor do Araújo, Guerra do Barriga Verde, para perguntar o que eles achavam que iria acontecer. Eles me tranquilizaram muito e me ajudaram bastante. Me disseram que a situação iria ter uma saída. Pela minha falta de experiência e pela minha idade, essas conversas me ajudaram”, salienta. Essa é uma atitude que ele diz ter aprendido com o pai. “Ele sempre me falava: ouça as pessoas experientes sobre o que tem que decidir para ter assertividade melhor e não tentar não resolver as coisas no calor do momento”.


O Grupo também precisou se desfazer de funcionários por conta da crise imposta pelo novo coronavírus. Quanto a isso, o empresário aborda que o país vem passando por crises desde 1994, e isso vem fazendo com que as empresas busquem cada vez mais eficiência operacional. “Muitas vezes a eficiência é o corte de mão de obra. Cada vez mais os concorrentes dão o tom de como vai ser nosso negócio. Não consigo concorrer com o concorrente se eu gastar mais com funcionário do que eles. O mercado não aceita. O empresário não escolhe mais o preço que vende. A globalização trouxe isso”, destaca.


O sucessor dos negócios está esperançoso na atual situação do comércio. Para ele, 2020 foi um ano mais difícil, de adaptação, e as ações tomadas pelo governo federal em fornecer Auxílio Emergencial e permitir a suspensão de contratos trabalhistas evitou uma catástrofe ainda maior. “O desemprego está altíssimo, mas estaria muito mais alto se não existisse o auxílio e a suspensão nos contratos de trabalho, que evitou muita demissão”.


Apesar de não ser especialista na área da saúde, Marcelo está confiante de que a pandemia esteja sendo vencida, principalmente pela aplicação das vacinas. Sobre uma possível expansão do Grupo Recol, Moura afirma que o crescimento do empreendimento só se dá com a manutenção de um bom ambiente econômico. “Nós precisamos viver esse bom ambiente econômico. 2019 foi um ano bom. 2020 teve a pandemia, mas ainda não foi um ano tão ruim pelas ações federais, isso manteve os negócios, teve muita empresa até que melhorou seus resultados. Porém, a inflação está comendo o poder de consumo da população”.


O preço dos alimentos encareceu muito, assim como os bens de consumo, em virtude do valor do dólar, os combustíveis, aço, plástico, tudo isso, segundo o CEO, fez com que a composição do custo do produto tenha aumentado. “Alguns pensam que o empresário está ganhando mais. Mas não. Está ganhando menos. O custo aumentou muito mais do que você consegue repassar”, declarou.


Rotina entre as empresas e a Acisa


Dividindo-se entre mais de 10 locais de trabalho, Marcelo teve de organizar uma agenda um tanto apertada durante as semanas para conseguir dar conta dos negócios. Nesse processo, existe aquela empresa que ele mais se faz presente, que é a Recol Distribuidora. “Tenho uma rotina distribuída. Faço uma agenda semanal, converso com meus gestores. Em algumas [empresas] sou um pouco mais distante quando não vejo tanta necessidade de estar próximo, mas acompanho semanalmente, mensalmente os resultados e a necessidade de intervenção, afirma.


Segundo ele, a negociação é constante. “Fico muito perto da Recol Distribuidora, que é a principal. Mas também fico perto das concessionárias, que são vizinhas da Recol. Eu começo meu dia na Recol Veículos, de lá vou pra Recol Distribuidora, muitas vezes volto para concessionária, e assim vai, fico rodando entre uma e outra. Não tenho cerimônia para chegar. Meus gestores sabem que a qualquer hora posso estar na empresa”.



Com tantas empresas, o contato com o cliente se tornou imprescindível, ainda mais se tratando de Acre. “Aqui tem uma coisa interessante: o cliente quer ser recebido pelo dono do negócio. Já perdi venda de carro porque eu não estava disponível para atender e a pessoa foi noutra loja e comprou só de raiva”, contou aos risos. Marcelo conta que essa cultura pode ser explicada porque às vezes pode haver um desconto final que só o dono dá. “A gente se conhece muito, Rio Branco é muito pequeno. Então dentro da minha agenda sempre tenho um tempo disponível para atender meus clientes”, relata.


Há quase um ano, ele aceitou um novo desafio, que é a presidência da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre (Acisa). Dentro de suas necessidades de realização, veio também a de representar os empresários do estado. “A Acisa representa os interesses dos empresários junto aos governos. Estar junto aos empresários, saber o que se pode fazer para melhorar essa classe, é a base”. Marcelo Moura foi convidado para ser membro da Acisa logo após o falecimento de seu pai. Antes da presidência, atuou como diretor na entidade.


“Fui muito reticente no começo, até porque não tenho tempo, mas fui perdendo medo até ser convencido. Brinquei até que se tivesse um concorrente para presidência, eu votaria no outro. Mas não teve, foi proclamação e aceitei esse desafio de dois anos. Com isso, passei a ser mais procurado, principalmente na pandemia com pedidos de conselhos, ajuda e cobranças quanto a discussões com o governo”.


Relação com o governo e o Acre


Moura reconhece ter facilidade de lidar com o atual governo do estado, ele oferece abertura para discussão junto à classe empresarial. “Ele [governador] está sempre buscando ideias, e eu, como representante, tento manter o governo municiado de boas propostas. A Acisa tem uma proximidade muito boa com o governo, à mesa para tentar influenciar de forma positiva”, comenta Marcelo.


Segundo o empresário, Gladson Cameli escuta muito e por isso vem avançando em setores empresariais. “Este ano tivemos o melhor Refis da história. Ele pergunta, questiona, recebe, ajuda muito a gente a fazer essa interlocução e nos permite passar para ele a sensibilidade dos empresários”.


Contudo, Marcelo acredita que o estado precisa voltar a rediscutir a vocação econômica para crescer economicamente. Para ele, atualmente o estado vive de “mesada” de Brasília. “Metade do nosso orçamento vem de Brasília. A grande fonte geradora de empregos no estado, são os governos. Hoje, quem consome no comércio é funcionário público. O adolescente já pensa em ser funcionário público porque não vê nenhum outro meio de ter um emprego, uma renda”, critica.



A esperança, para ele, é o agronegócio. O empresário aponta que o Acre tem um bom potencial no agro, mas que ainda precisa discutir e ouvir todos os segmentos. “O Brasil virou o celeiro do mundo, fornecendo alimento como nenhum outro lugar. Rondônia e Mato Grosso se desenvolveram pelo agronegócio. Mês passado [maio] vendi 13 Amaroks e 11 foram para pecuaristas. E ainda ouço dizer que a pecuária não gera emprego. Como não gera se está sustentando o meu negócio?”, questiona.


O Acre apresenta um PIB hoje de quase 3 bilhões no setor, mas Marcelo acredita que esse valor pode ser triplicado. “Evidente que tem legislação, que tem de haver consenso sobre isso, uma boa discussão.  Mas o Brasil vai precisar dobrar o fornecimento no mundo nos próximos 50 anos. Acredito que nesse contexto o Acre esteja muito bem posicionado, inclusive geograficamente. Nós não temos que olhar para São Paulo, temos de olhar para o Peru no quesito escoamento”.


Ele é um dos que defende a saída por Pucallpa via estrada. “O governo tem de trabalhar nesse relacionamento internacional para que consigamos viabilizar essa ponte para escoamento de produção. Rondônia e Mato Grosso pagam muito caro por escoamento de produção e se eles passarem a virar para cá, o Acre vai enriquecer”.


Marcelo pontua que não se consegue gerar riqueza abrindo comércio, pois este é um setor secundário. Se consegue gerar riqueza produzindo alguma coisa. “Nos outros estados o interior manda riqueza para a capital. No Acre, a capital que manda dinheiro para o interior, porque não temos produção. Há 30 anos, bebíamos leite do Acre, mas perdemos isso, que é responsabilidade não só do governo, mas da sociedade organizada, das federações aliadas a políticas públicas”, lamenta.


Vida em família


Pai de dois filhos, o empresário revela que ainda pensa muito se pretende passar o legado do Grupo Recol para os netos de Roberto Moura. Apesar de saber da responsabilidade de formar o caráter e os princípios dos filhos, Marcelo tem se questionado e conversado com a esposa sobre inserir os filhos na empresa. “Fico pensando: será que vou ter a mesma postura com meus filhos que meu pai teve comigo? Porque é duro”, afirma.


Ele conta que teve de aprender tudo “na raça” ao lado de seu pai. “Ele sempre foi muito rígido, rigoroso, não só comigo, mas com minhas irmãs também. Sempre me pergunto: será que vou querer ser patrão dos meus filhos?”. Enquanto isso, o empresário aproveita os momentos de lazer com a família. Caseiro, prefere ficar em casa ou na casa de parentes e amigos e jogar bola, videogame assistir filmes e séries quando pode.


Filho do meio de nove irmãos, divide os afazeres das empresas com duas irmãs, que atuam na gestão da TV Gazeta. Há quatro anos, Marcelo optou por transitar com seguranças pelas ruas de Rio Branco. “Por medo”, disse. Católico, sempre busca estar semanalmente na igreja. “Invoco muito a Deus para ter equilíbrio e sabedoria, isso pra mim é fundamental. Estou em comunhão constante. E isso me ajuda muito. A força de qualquer pessoa vem de Deus. A riqueza material não dá esse amparo. Minha fortaleza vem da minha religiosidade. Quando não vou à igreja, me sinto desprotegido”, comentou.


Como começou a trabalhar muito cedo, ele se deparou várias vezes com situações em que as pessoas não davam credibilidade pela aparência jovem e pouca idade. “Eu já era gerente em Rondônia, com 23 anos, liderava mais de 100 pessoas, e ainda assim alguns não confiavam. Tive que adotar uma postura muito firme. Claro, sem desrespeitar ninguém, mas separar o que é trabalho e o que não é. Contornei essa situação com trabalho e dedicação”.


São essas qualidades, respeito e dedicação, que Marcelo Moura aconselha quem se inspira na sua trajetória ou deseja abrir um negócio hoje. “Empreender no Brasil não é para leigo, é para gente dedicada que vive dentro da empresa. Muitas vezes, o empresário pinta o prédio da empresa e não pinta a própria casa, pelo amor que ele tem ao negócio. São pessoas aguerridas. Tem semana que é mais difícil, mas se o empresário passar duas semanas sem problemas, ele monta outra empresa”, brinca.


Por fim, se diz esperançoso com o fim da pandemia e tendência de crescimento econômico no estado. “Daremos adeus ao coronavírus e voltaremos a pensar em crescer, e gerar emprego e renda. Acredito que nesse curto prazo, precisaremos de investimentos públicos, como obras e construção para gerar emprego a quem está desempregado. Principalmente pela indústria. A indústria aquece o comércio e isso gera consumo, que é importante para todos. Se o comércio está aquecido, o estado arrecada mais em imposto”, finaliza.


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