Menu

Pesquisar
Close this search box.

Acre vendeu mais de R$ 2,5 bilhões em 2020

No artigo de hoje vamos detalhar as relações comerciais interestaduais do Acre em 2020. Os dados foram coletados e disponibilizados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), através de seu site: https://www.confaz.fazenda.gov.br/balanca-comercial-interestadual. O CONFAZ utiliza as notas fiscais de vendas de bens e serviços dos 26 Estados e do Distrito Federal e as notas fiscais de compra dessas Unidades Federativas. Os valores estão a preços correntes. Ressalte-se que não estão computadas as mercadorias e serviços que estiveram em trânsito nos Estados e no Distrito Federal, inclusive aquelas destinadas à exportação ou à importação para o mercado externo.


Em 2020 o comércio interestadual do Acre (compra e venda), foi de R$ 11,733 bilhões, 19,5% maior que os R$ 9,017 bilhões de 2019. 


Nossos maiores parceiros comerciais foram São Paulo (R$ 2,9 bilhões), Rondônia (R$ 2,7 bilhões) e Amazonas (R$ 936 milhões). No gráfico abaixo constam os 10 maiores parceiros comerciais interestaduais do Acre em 2020. Eles representam quase 90% do total das transações do Acre com os demais estados e o DF.



O Acre vendeu R$ 2,52 bilhões para os outros estados, R$ 715 milhões a mais que em 2019, um aumento de quase 40%. 


Não deixa de ser uma notícia muito boa o aumento das nossas vendas em um ano marcado pela grave crise pandêmica. Mesmo não dispondo dos dados por produtos, entendemos que a venda de carne e derivados de bovinos foi responsável pela maior parte dos produtos acreanos para o mercado interno brasileiro. Nos gráficos abaixo destacamos os 10 maiores destinos dos produtos acreanos em 2019 e 2020. Os dez maiores, representaram mais de 94% do total, em 2020 e mais de 85% do total, em 2019. O destaque é o aumento em mais de 75% nas vendas para São Paulo, que saíram de R$ 460 milhões em 2019 para R$ 826 milhões em 2020.



Compramos R$ 9,21 bilhões de outros estados, R$ 1,5 bilhão a mais que em 2019, aumento de 19,5%.


O estado de Rondônia foi o responsável por 25% das mercadorias compradas pelo Acre em 2020. Nos gráficos abaixo destacamos os dez maiores responsáveis pelas vendas realizadas para o Acre em 2019 e 2020. Os dez maiores representam mais de 89% de tudo que foi adquirido pelo estado nos respectivos anos.



O Saldo negativo da balança comercial interestadual foi de R$ 6,69 bilhões, R$ 785 milhões a mais que em 2019 aumento de 13,3%.


O Acre foi um dos 19 estados da federação a ter um saldo negativo nas relações comerciais interfederativas. No Brasil em 2020, somente os estados de São Paulo, Santa Catarina, Amazonas, Paraná, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás apresentaram saldo positivo no ano. No gráfico abaixo consta a relação comercial do Acre com todos os Estados. O único que apresentamos saldo positivo foi com o estado de Roraima (R$ 9,26 milhões). Os maiores déficits foram com Rondônia (R$ 1,84 bilhão) e São Paulo (R$ 1,2 bilhão). Chama a atenção o equilíbrio que o Acre apresentou com o estado do Amazonas, nosso terceiro maior parceiro comercial que demostra um certo equilíbrio, pois o de um total de mais de R$ 936 milhões, nosso déficit foi de somente R$ 8,95 milhões.



Mesmo que lentamente, estamos verificando que as vendas do Acre para os seus parceiros estaduais estão aumentando. É um bom sinal.


Em 2017, de todas as transações de compra e venda, a participação das nossas vendas era de pouco mais de 17,8%. Em 2020, elas já representavam 21,5%. Apesar dos avanços, os resultados demonstram que o Acre é exportador de produtos primários de baixo valor agregado (principalmente carne bovina), portanto, somos muito dependentes de produtos importados de outros estados para atender nossas necessidades de consumo e de insumos industriais.



A implementação de políticas públicas que coordene as atividades econômicas e que estimule uma maior cooperação dos produtores locais, criando uma interdependência entre eles é fundamental para melhorar os indicadores da economia acreana. A criação de um ambiente competitivo e, ao mesmo tempo cooperativo, vai propiciar que as empresas alcancem um melhor desempenho. É importante lembrar que os investimentos do setor privado são fundamentais e significam oportunidades de emprego e de promoção de desenvolvimento econômico e social. A união coordenada entre o setor público e o setor privado é fundamental para conferir uma maior efetividade às políticas públicas e aos investimentos privados no Acre.



Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.