O fio condutor que levou a Polícia Civil do Acre a investigar o suposto superfaturamento na compra de 2 mil computadores da C.Com Shopping pela Secretaria de Educação partiu de denúncias e questionamentos do vice-governador Major Rocha em suas redes sociais. A informação consta no relatório policial produzido pela Delegacia de Combate à Corrupção (Decor), que confirma que as declarações públicas sobre possíveis irregularidades resultaram na deflagração da Operação Trojan, que prendeu o empresário Cristiano Silva Ferreira, sócio da empresa, e o ex-secretário-adjunto de educação, Márcio Mourão. Além deles, também foram presos os servidores da educação Javã Sousa Costa, chefe do Departamento de TI, e Erick Reimar Soares Souza, fiscal do Contrato. Por parte da empresa, outras duas pessoas também foram detidas: Lucimar Martins Sampaio, responsável pelo Setor de Licitação da C.Com Shopping e Soneli Maria da Silva, sócia da C.Com Shopping e mãe de Cristiano.
O ac24horas levantou algumas publicações de Rocha em sua página no Facebook. Em um delas, datada de abril de 2020, o vice-governador afirmou diz que chamou o subsecretário de educação, Márcio Mourão, para questionar a compra de computadores.
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“Não esqueço que há poucos dias atrás chamei o subsecretário de educação para questionar uma compra de computadores pra lá de suspeita. Uma carona para aquisição de 2000 computadores com o preço aproximadamente mil e quinhentos reais (R$ 1.500,00) por unidade acima de outra compra realizada pelo governo, ou seja, três milhões de reais acima do preço, se for considerada a carona anterior. Só para esclarecimento, a empresa que ganhou a carona suspeita é ligada a outro deputado estadual. Solicitei a instauração de um inquérito policial para apurar os fatos”, escreveu o militar.
Em outra publicação de outubro de 2020, Rocha comenta uma reportagem do ac24horas que detalha um possível superfaturamento na compra das máquinas apontadas pelo Tribunal de Contas e voltou a citar o encontro com Mourão. “Naquela ocasião pedi que o mesmo reavaliasse aquela compra já que a diferença de preços era absurda. Lembro que ele me disse que não poderia fazer nada pois estávamos no final do ano e se a compra não fosse efetivada o Estado não cumpriria o limite mínimo de gastos com educação. Basta uma simples olhada nas compras da Secretaria de Educação, essas que são feitas no final do ano, no apagar das luzes, para notar que elas carecem de uma análise mais aprofundada. Vejo com muita preocupação a possibilidade de fatos semelhantes se repetirem nessas compras”, frisou.
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