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Nível de anticorpos cai rapidamente após a infecção por Covid-19, apontam estudos

Um profissional de saúde realiza um teste finalizado em um local de testes de coronavírus fora dos Serviços Comunitários de Saúde Internacionais no Distrito Internacional de Chinatown durante o surto de doença por coronavírus (COVID-19) em Seattle, Washington, EUA, em 26 de março de 2020. REUTERS / Lindsey Wasson
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Dois estudos britânicos publicados nesta semana apontam que o nível de anticorpos cai rapidamente após a infecção por Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).


Uma das pesquisas, feita pelo King’s College de Londres com 96 pessoas, já havia sido divulgada de forma preliminar em julho e foi publicada na segunda-feira (26), depois de ser revisada por outros cientistas, em uma revista do grupo “Nature”, um dos mais importantes do mundo.


O segundo estudo, ainda não publicado e divulgado nesta terça (27) em uma versão prévia, é do Imperial College de Londres, e envolveu 365 mil pessoas.

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Veja as principais conclusões do estudo já publicado:


Os cientistas fizeram um estudo ao longo do tempo, com as mesmas 96 pessoas, coletando soro de 65 pacientes e 31 profissionais de saúde que já haviam se recuperado da Covid-19.


As coletas foram feitas várias vezes até 94 dias (cerca de 3 meses) depois do início dos sintomas. Os pesquisadores descobriram que 95% dos pacientes desenvolveram anticorpos contra o Sars-CoV-2 após o oitavo dia desde o início dos sintomas.


A concentração de anticorpos decaiu, em todos analisados, após um pico inicial – e o tamanho desse pico dependia da gravidade da doença.


Segundo os pesquisadores, os resultados podem sugerir que uma dose de reforço seja necessária em eventuais vacinas contra a Covid-19.


Veja as principais conclusões do estudo ainda em prévia:


Os pesquisadores fizeram três rodadas de testes para detectar anticorpos contra o Sars-CoV-2. Na primeira rodada, foram testadas 99.908 pessoas; na segunda, 105.829; e, na terceira, 159.367. Ao contrário do estudo do King’s College, foram analisadas pessoas diferentes em cada etapa.


Na primeira rodada, 6% dos pacientes testados tinham anticorpos contra a Covid-19; na segunda, o número caiu para 4,8%; e, na terceira, para 4,4%.


Segundo os cientistas, os resultados sugerem a possibilidade de diminuição da imunidade da população contra o novo coronavírus ao longo do tempo – o que aumentaria a possibilidade de reinfecção.


Casos de reinfecção pelo novo coronavírus já foram confirmados ao redor do mundo, de forma pontual. No estudo do Imperial College, os pesquisadores lembram que, para haver prova definitiva da reinfecção, é necessário haver um sequenciamento genético do vírus, o que “raramente é possível na prática”, afirmam.


Células T

Vários estudos já apontavam que os anticorpos desenvolvidos contra o Sars-CoV-2 desapareciam depois de um tempo – e isso já era esperado, de certa forma, pelos cientistas, porque também ocorre em outras doenças (como os resfriados).


O que a ciência ainda tenta determinar é quanto tempo a imunidade contra a Covid-19 dura – e outros fatores além dos anticorpos podem influenciar nisso, como a ação das células T, que também fazem parte do sistema de defesa do corpo. Essas células têm, entre outras funções, desenvolver respostas imunes de longo prazo contra doenças.

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É por isso que as vacinas em testes contra a Covid-19 têm buscado estimular as duas respostas do sistema de defesa: a geração de anticorpos que neutralizem o novo coronavírus e a do sistema imune celular, que envolve as células T.


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