A desembargadora Denise Bonfim, presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJ/AC), assinou uma autorização para que o Poder Judiciário gaste R$ 77 mil em dois aparelhos que vão impedir que as conversas dela, em salas fechadas, ou telefônicas, sejam gravadas.
O documento foi publicado no Diário da Justiça, edição desta quarta-feira, dia 28, e chamou atenção pelo contexto que arrodeia o país, com a mídia publicando gravações telefônicas que alardeiam esquemas de corrupção e a criação de estratégias para burlar as leis.
Até a manhã desta quinta-feira, dia 29, o TJ/AC ainda não tinha um posicionamento oficial sobre a aquisição que será feita com dinheiro público. Há que m interprete isso como sinal de medo entre os magistrados, que estariam preocupados em serem gravados durante conversas nos gabinetes ou por telefone.
Os aparelhos serão disponibilizados pela empresa Berkana Tecnologia em Segurança Ltda, escolhida pela Corte para o repasse dos equipamentos. Contudo, ainda não se sabe exatamente o que deseja a desembargadora ao gastar tamanha quantia com o material.
Segundo a empresa Berkana, o aparelho adquirido por Denise Bonfim impede a gravação de escutas analógicas e digitais suprimindo o funcionamento de gravadores pela irradiação da interferência de ruído. O sistema é compatível com 85% dos dispositivos analógicos e com 55% dos digitais.
A empresa também orienta, no site institucional, que o bloqueador pode ser usado dentro do escritório, ou dentro de uma pasta, disfarçadamente. É possível ativar e desativar o bloqueio através de controle remoto.