Ray Melo, da redação de ac24horas
raymelo@ac24horas.com
Os deputados estaduais visitaram nesta quarta-feira (10) o município de Brasileia, na fronteira do Brasil com a Bolívia. O objetivo dos parlamentares seria verificar de perto o caos social que tomou conta das cidades de Epitaciolândia e Brasileia, com o fluxo descontrolado de haitianos e dominicanos que chegam diariamente nos municípios de fronteira.
O presidente da Aleac, deputado Elson Santiago (PEN) não descarta o fechamento da fronteira para impedir a entrada de novos imigrantes ilegais. “A questão tem que ser resolvida em Brasília, mas não podemos ficar de braços cruzados. A população de Brasileia está em risco. A ideia de fechar a fronteira é boa, mas precisamos discutir mais o assunto”, enfatiza.
Segundo informações de servidores do Hospital de Clínicas Raimundo Chaar, quatro casos de Aids teriam sido confirmados entre os imigrantes haitianos. Em média, 50 novos imigrantes estariam chegando ao dia, na fronteira do Acre. Mais de 1.600 haitianos estariam alojados nas cidades de Brasileia e Epitaciolândia. A saúde pública estaria próxima de um colapso.
Em depoimento aos deputados estaduais, os imigrantes revelaram a rota de saída do Haiti e os preços pagos, para eles chegarem à fronteira do Acre. Os haitianos estariam pagando US$ 600 para passar pela República Dominicana e mais US$ 1 mil pela passagem. Os dominicanos estariam fazendo um tipo de comércio com a fuga dos refugiados haitianos.
O Governo do Acre estaria fornecendo café da manhã, almoço e janta aos refugiados que chegam diariamente ao Acre, além de pagar quartos de hotéis, ceder ginásios de esportes e espaços públicos para abrigar as pessoas que procuram ajuda no Brasil. Um dos maiores problemas seriam as condições precárias de higiene dos locais onde eles estão alojados.
“A população de Brasileia está sufocada. Vamos pedir uma audiência com o governador e dividir nossa preocupação com ele. Tanta gente nossa precisando de apoio e temos que resolver problemas diplomáticos. O Governo Federal e a diplomacia brasileira precisam entrar em campo e encontra uma solução para a situação de risco social na fronteira”, diz Elson Santiago.
De acordo com o presidente da Aleac, o número de imigrantes ilegais se aproxima de 10% da população de Brasileia. “A saúde pública começa a enfrentar dificuldades. Além de atender cidadãos bolivianos, os hospitais de Brasileia estão com uma demanda crescente, com a nova demanda de mais de mil pessoas que chegam com os mais diversos problemas de saúde”.
Elson Santiago justifica o pedido de ajuda urgente ao Governo Federal, com as dificuldades enfrentadas pelos acreanos. “Temos muitas pessoas vivendo com problemas de saúde e financeiro, temos pessoas precisando de emprego e ainda precisamos nós preocupar em resolver a situação de cidadãos de outros países. Está é uma questão da União”, enfatiza.
