>>> Ex-prefeito acusa pastor Vilseu Ferreira e professora Socorro Lima de inventarem consórcio para patrocinar a morte do vereador Pinté
>>> Autodefesa de Carlinhos do PSB durou 3h10. O réu chamou a promotora de mentirosa
A autodefesa do ex-prefeito Carlinhos do PSB durou exatas três horas e dez minutos. Durante vários momentos o réu chorou, principalmente quando lembrou o sofrimento da família e as humilhações que disse ter passado no presídio. O interrogatório foi assistido pelo pai do ex-prefeito, Paulinho Araújo, sua esposa Francinete e irmãos da família. Paulinho saiu do Tribunal do Júri bastante emocionado.
Carlinhos desqualificou os depoimentos das testemunhas que foram arroladas durante o processo [Ação Penal Pública nº 0000202-72.2011.8.01.0006,], afirmando que todas são adversárias políticas. Ainda segundo o ex-prefeito, a trama sobre a formação de um consórcio para matar Pinté surgiu após o assassinato.
– A CPI que iria ser formada era contra o Pinté. Essa história de consórcio foi inventada pelo Pastor Vilseu Ferreira. Essa Socorro Lima é candidata a prefeita, passou a denegrir a minha imagem depois que neguei fazer uma licitação fraudulenta para uma empresa que o esposo dela abriu – disse Carlinhos em depoimento a juíza Maria Rozinete
O réu por várias vezes bateu boca com a promotora Maria Fátima e no calor do debate chegou a lhe chamar de mentirosa, quando questionado sobre os motivos da greve. Para Carlinhos, ao utilizar documentos sobre a prestação de contas do Fundeb, a acusação desvia o foco da principal motivação do julgamento.
– Eu quero responder sobre quem mandou matar Pinté. É para isso que esse Júri está aqui. A minha prestação de contas quem vai julgar é o Tribunal de Contas do Estado – repetia insistentemente o réu.
Carlinhos afirmou que quem se beneficiou com a morte de Pinté foi o suplente, vereador Baiano e as viúvas: Cida e Glaucia. O ex-prefeito questionou o porquê dos citados não terem sido investigados durante o processo. Ele finalizou dizendo para os jurados que se devesse algo sobre esse crime já teria assumido a culpa para livrar sua mãe [Maria da Conceição] da prisão.
Promotora apresentou dados de improbidade administrativa como fonte das investigações
Era 12h10 quando o Ministério Público começou a interrogar Carlinhos do PSB. O Ministério Público utilizou como principal estratégia, demonstrar que aconteceram várias irregularidades na aplicação de recursos do Fundeb. Contra Jonas Prado é imputado o pagamento indevido de R$ 35,3 mil. Os pagamento feito para uma OCIP também foi alvo do interrogatório.
– O senhor tem conhecimento do pagamento de R$ 208 mil à senhora Cristiane Augusto Silva? – questionou a promotora Joana D’arc.
A promotora afirmou que as investigações que comprovaram ato por improbidade administrativa e que apontam desvios da educação e saúde, deram início as investigações do Caso Pinté. Outro ponto defendido na tese da acusação foi a investigação paralela feita pelo delegado Carlos Bayma e o ex-policial Cirino, na tentativa de subornar as principais testemunhas do processo.
– A intriga foi criada a partir da greve e das declarações dadas por Pinté, de que iria abrir uma CPI no dia 3 de maio contra a administração de Carlinhos. Quem testemunhou esse fato foi vitima de tentativa de suborno – se pronunciou a promotora Joana D’arc.
O Outro lado:
O advogado Sanderson Moura utilizou pouco mais de cinco minutos para interrogar seu cliente. Ele voltou a cobrar do Ministério Público a interceptação telefônica da suposta conversa entre o ex-prefeito Carlinhos e Granada, o principal delator do grupo preso desde setembro de 2010.
O caso – A morte de Fernando José da Costa ocorreu no dia 1º de maio de 2010, na cidade de Acrelândia, onde ele era, à época, presidente da Câmara Municipal.
De acordo com denúncia do Ministério Público Estadual, o assassinato foi motivado pelo comportamento da vítima, que, na condição de vereador, mudou seu posicionamento político e passou a se opor publicamente à gestão do então prefeito Carlos César.
Ainda de acordo com denúncia do MPE, Pinté começou a angariar provas da má administração pública do prefeito em diversas pastas, como educação, saúde e obras. Ele teria afirmado que no dia 3 de maio mostraria essas provas no plenário da Câmara, ocasião em que pediria a instauração de CPI contra Carlos César. Visto que foi assassinado dois dias antes, a suspeita recaiu sobre o prefeito e os demais acusados. [Agencia TJ/Acre]
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Jairo Carioca, direto do fórum em Acrelândia-AC