Mesmo com a ajuda federal, que disponibilizou R$ 5 milhões para o governo do Acre e a Prefeitura de Rio Branco, muitas famílias continuam ilhadas e sem receber nenhum tipo de auxílio na alagação. Foi o que nos revelou a dona Regina do Vale, moradora da Rua C, bairro Palheiral, encoberta pela represa do igarapé que corta a região. Ela disse que assim como ela, dezenas de outras famílias estão sem a ajuda.
– É o maior protocolo quando a gente liga para a Defesa Civil, tem que passar pelo Corpo de Bombeiros depois não sei onde, estamos cansados de esperar somente por promessas, aqui não temos água e nem alimentos – disse dona Regina.
O seu pai, Claudomiro Cavalcante, é quem está fazendo com o auxílio de mais dois barcos, o transporte de quem precisa sair da rua para buscar ajuda em terra firme. Regina citou ainda a situação do senhor José de Oliveira Maia, pai de 06 filhos. Ela disse que a família só não passou fome por causa da misericórdia de alguns que ajudam.
– O meu pai tem bom coração faz a mudança e o transporte das pessoas de graça. O seu Clodomiro está desempregado com seis filhos e não recebeu sequer a visita da Defesa Civil – acrescentou Regina.
Na mesma situação está a jovem Rosiane Maia de Medeiros, ela disse que ficou sem teto, mora em casa cedida por amigos, mas que até agora ainda não foi cadastrada pela equipe de governo.
– Eles dizem que só tem alimento para quem está nos abrigos. Como vamos fazer, não estamos trabalhando, nem aula tem por que está tudo alagado? – pergunta a jovem.
A reportagem tentou falar com integrantes da Defesa Civil e do Comitê Gestor da Alagação, mas enfrentamos a mesma burocracia. Segundo o último boletim informado pela agência de notícias do Acre, em Rio Branco são 5.988 famílias desabrigadas. O nível do Rio Acre, às 21 horas desta sexta (24) atingia 17m57.