Jairo Barbosa
Quando recebeu sua casa no residencial Juarez Távora, no bairro Alto Alegre, em Rio Branco, a secretária Romília Santiago acreditava está realizando o sonho de milhares de famílias Brasil á fora: finalmente morar na casa própria.
O sonho virou pesadelo. No dia 30 de novembro do ano passado, ela e outros 255 contemplados receberam as casas construídas dentro programa Minha Casa Minha Vida. A nova moradora imaginava viver dias tranqüilos no novo endereço, mas não demorou muito para perceber os muitos problemas que a unidade habitacional apresenta.
Romília ocupa a casa 5 da quadra 29 do residencial, local que inunda toda vez que chove. A água escore por um pequeno barranco nos fundos da quadra e invade as casas. A calçada apresenta rachaduras. Lá dentro, a moradora percebeu que faltavam vários acessórios que deveriam constar na casa, de acordo com o contrato.
O kit do banheiro não foi instalado e a parte de sustentação do telhado foi construído em madeira tipo compensado.
A moradora contou que ao perceber os problemas procurou a empresa responsável pela obra, de quem recebeu a orientação para mudar-se para um apartamento enquanto os reparos seriam realizados.
Passaram-se dois meses e até agora ninguém da empresa esteve no local para vistoriar a casa. Continuando com sua batalha para tentar amenizar o drama que enfrenta, Romília foi á Caixa Economica Federal, financiadora da obra, que disse a mutuaria que nada poderia ser feito.
Na ultima semana, a casa da mulher foi invadida pela água da chuvas duas vezes.
Empresa diz que não é responsável pelas inundações
O representante da MAV Construtora, empresa responsável pela obra, Renilsom Gomes,afirmou que a empresa mantém um escritório no local e que providenciou todos os reparos nas unidades nas quais os moradores solicitaram uma vistoria. No caso específico de Romília Santiago, ele informou que a moradora não compareceu no dia marcado para a vistoria por isso os serviços não foram feitos.
Perguntado sobre o problema de inundação das casas pela falta de uma parede de contenção, Gomes respondeu:
“A gente não é responsável por esse problema. A chuva vem e entra nas casas pela parte dos fundos porque o terreno é um pouco inclinado. Nos só temos responsabilidade pela estrutura física das unidades, só isso”, disse ele.