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Sammy Barbosa faz balanço de sua gestão no MPE

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O Procurador Sammy Barbosa Lopes deixou o cargo de Procurador-Geral de Justiça do Acre na semana que passou com a sensação de dever cumprido. Prestes a completar 40 anos ele agora se prepara para outros desafios. Um deles é a candidatura à vaga que se abre ao Ministério Público no Superior Tribunal de Justiça que será preenchida a partir de fevereiro. Pela primeira vez o Acre tem uma candidatura consistente e com chances reais. É um projeto audacioso, mas resultado do esforço e da visibilidade que conseguiu através de sua gestão, que inclusive o lançou como vice-presidente do Conselho Nacional de Procuradores Gerais dos Estados e da União – CNPG.


Filho de família pobre que migrou de um seringal em Xapuri para a periferia de Rio Branco, Sammy Barbosa Lopes sempre estudou em escolas públicas. Concluiu o curso de direito aos 22 anos e aos 24 ingressou no Ministério Público do Estado do Acre como promotor de justiça se notabilizando ao ser recrutado para ficar a frente do Grupo de combate ao Crime Organizado e enfrentar o então coronel Hildebrando Pascoal, mais conhecido como o “homem da motoserra”.


Pensando em uma instituição do futuro, Sammy implantou em sua gestão uma idéia absolutamente nova no MPE, a da Gestão Estratégica Orientada para Resultados. Para o Procurador, se até pouco tempo atrás a atuação da instituição parecia suficiente aos olhos da sociedade, hoje os níveis críticos e de exigência da população também vêm se espalhando em velocidade e intensidade aceleradas. O Planejamento Estratégico segundo ele é o caminho natural para quem deseja uma instituição forte e importante para a sociedade. E ouvir o que as pessoas queriam do MPE foi o primeiro passo. Depois de duas grandes audiências públicas em Cruzeiro do Sul e em Rio Branco envolvendo a sociedade civil organizada, a instituição começou a planejar seu rumo até 2015.

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Foram muitos os projetos elaborados e concretizados entre janeiro de 2010 e janeiro de 2012 e vão desde investimentos em informatização e a valorização de membros e servidores, por exemplo. Também foram reformadas e construídas sedes de promotorias em municípios, como Mâncio Lima, Acrelândia, Tarauacá e Senador Guiomard. Várias ações e operações projetaram o MPE no cenário estadual e nacional. Além de legitimar o papel do MP como defensor da lei e da sociedade, o trabalho desenvolvido nesses últimos anos reforçou a credibilidade da instituição junto à população e aos demais órgãos do poder público.


Sobre a nova Procuradora-Geral Patrícia de Amorim Rêgo, Sammy Barbosa faz questão de ressaltar “Cada vez que uma pessoa se faz substituir por outra, nós temos a oportunidade de sonhar que aquela que vem será melhor, e em regra, é. Não há qualquer dúvida de que a gestão da Dra. Patrícia será de muito sucesso. Desejo que as coisas que não foram possíveis até agora, possam acontecer. Ela tem meu total apoio. A própria candidatura dela contou com meu total apoio. E se esse projeto de Brasília não der certo, eu estarei aqui, ao lado dela, apoiando, contribuindo, colaborando da mesma forma com que ela me dedicou sua atenção e seu esforço”.


Sammy Barbosa classificou como ímpar a experiência de comandar o Ministério Público. “Dediquei grande parte da minha vida aos bancos da escola, mas o que aprendi nesses dois anos, certamente supera todos os anos que passei na sala de aula aprendendo”, revela.


Mais alguns trechos da entrevista abaixo:



Com que sentimento o senhor deixou a chefia do Ministério Público do Acre?
Sammy– É uma sensação do dever cumprido, principalmente por entregar o cargo maior do Ministério Público a uma pessoa como a Patrícia Rêgo, uma mulher, acreana de fibra e que tem uma história de luta institucional. A Constituição prevê o período de dois anos para o cargo de procurador-geral e prevê também a possibilidade excepcional de esse período se prolongar por mais dois anos.


O que marcou a sua gestão nesses dois anos?
Sammy-
Hoje tenho uma visão muito madura da função do procurador-geral. Acho que cada um que passa por aqui coloca um tijolo na construção de uma instituição que seja forte e importante para a sociedade. Mas eu poderia pontuar alguns projetos que deram início na nossa gestão, como, por exemplo, o planejamento estratégico, que eram um desejo antigo de um grupo de pessoas para que isso acontecesse.


Por que optou por um modelo de gestão estratégica?
Sammy-
Nós pensamos numa instituição do futuro. Se até pouco tempo atrás a nossa atuação parecia suficiente aos olhos da sociedade, nesse contexto, marcado pela velocidade e pela intensidade das transformações tecnológicas, econômicas e sociais, onde os desafios e demandas por justiça seguem em ritmo e intensidade sem precedentes, os níveis críticos e de exigência da população também vêm se espalhando em velocidade e intensidade aceleradas. Há dois anos começamos com essa idéia absolutamente nova e claro que isso ainda é um embrião. Mas tivemos muitas vitórias, a adesão de toda a instituição, resultando em alguns projetos que ganharam vida própria. Alguns projetos sobreviveriam mesmo se nós abandonássemos o planejamento estratégico. É muito gratificante ver isso.


É verdade que o senhor está concorrendo a uma vaga no Superior Tribunal de Justiça?
Sammy-
Sim. É um projeto um tanto audacioso. O fato é que o Acre nunca teve uma candidatura densa à vaga que se abre ao Ministério Público no Superior Tribunal de Justiça. Sou candidato porque, pelo fato de estar na Procuradoria Geral, isso acabou por me dar certa visibilidade no colegiado de procuradores nacionais, o que me levou a assumir inclusive a vice-presidência. Essa vaga será preenchida a partir de fevereiro. O Superior Tribunal de Justiça vai analisar a lista de candidatos dia 13 de fevereiro.


Quais as suas expectativas em relação à gestão de sua sucessora, a procuradora Patrícia Rêgo?
Sammy-
A minha história sem confunde muito com a história da doutora Patrícia, no Ministério Público. Nós fazemos parte de uma nova geração, uma geração que enfrentou um momento muito delicado na história do Acre e que faz agora uma transição de momento. Da nova geração, eu sou o primeiro a assumir a chefia do Ministério Público e ela está chegando em seguida e esteve ao meu lado durante esses dois anos como procuradora-geral adjunta. Ela tem meu total apoio. A própria candidatura dela contou com meu total apoio. E se esse projeto de Brasília não der certo, eu estarei aqui, ao lado dela, apoiando, contribuindo, colaborando da mesma forma com que ela me dedicou sua atenção e seu esforço.


O senhor é de origem humilde e sempre estudou em escola pública. Quais os fatores que o levaram a ocupar o mais importante cargo do Ministério Público do Acre?
Sammy-
Em tudo que nós vamos fazer tem sempre alguém dizendo que você não vai conseguir porque é pobre, mora no Acre. Mas o que vai determinar é o tanto que você quer. Eu sempre tive a convicção de que o Ministério Público era o lugar que Deus reservou pra mim. Ninguém sai das barrancas do rio Acre para sentar na cadeira de procurador-geral sem ser extremamente teimoso. 



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