Quem viveu os anos 60 e 70 em Rio Branco sabe: nunca houve corredor de rua melhor do que Floriano, um soldado do Exército Brasileiro que serviu na 4ª Companhia de Fronteira – hoje 14° Bis. Franzino e de boa forma física, deixou muita gente comendo poeira durante a famosa corrida Coronel Sebastião Dantas, a principal da cidade.
Pelo rádio, o povo torcia e na rua balançava bandeiras em homenagem ao grande campeão que participava anualmente do maior evento esportivo do Acre. Velhos e bons tempos que são revividos por Floriano Sebastião da Costa, que hoje, aos 80 anos de idade, ainda corre recreativamente.
Nesta quinta-feira, 10, mestre Floriano esteve no Bar do Vaz, onde relembrou os tempos de glória que viveu. E fez uma revelação: treinava de coturno e durante as corridas usava o velho e durável Kichute, que quando removida as travas, era o que mais se aproximava de um tênis.
Ele guarda as melhores lembranças e histórias que retomam o quanto o Acre era gostoso. No momento, segue a vida ensinando a formar novos talentos na Praça do Juventus. “No começo eu treinava era de coturno mesmo. Não existia tênis para corrida, não tinha preparação especial. Me dedicava sozinho, ia treinar sozinho, para aprender como correr”.
Sua última competição profissional foi em 2016, em Curitiba. Atualmente, corre apenas para mante a saúde, mas está todos os dias na ativa. “Sinto saudade daquele tempo. A liberdade que a gente tinha de andar na rua sem preocupação”, relembrou.
Apesar de ter aposentado os tênis de corrida, Floriano segue atuando, mesmo que indiretamente. É que ele ensina jovens carentes a aprender e se dedicar ao esporte, com ênfase no atletismo. A ideia é descobrir novos talentos a partir dos 14 anos. “Vou aplicando devagarinho para cada coisa. Hoje, os atletas treinam, treinam, e ninguém ajuda. Ninguém ajuda ninguém mais”.