Licenciado da presidência da Federação das Indústrias do Estado do Acre (Fieac) por quatro meses durante o período eleitoral, o empresário José Adriano voltou a assumir a direção da entidade no último dia 3 de outubro. Após o afastamento, vem imergindo nas atividades cotidianas do Sistema S e do Sebrae para retomar as agendas institucionais, que começaram na última semana.
Adriano acaba de se reunir em São Paulo em busca de parcerias que favoreçam o desenvolvimento da indústria acreana e, consequentemente, a geração de emprego no estado. Para isso, levou ao conhecimento de institutos privados projetos acreanos que conciliam inovação e sustentabilidade. As federações da Amazônia fazem parte do Instituto Amazônia +21, criado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que visa conectar projetos em andamento nessas regiões, principalmente do setor industrial, que estejam conectados com a sustentabilidade.
De acordo com o presidente, hoje qualquer produto a ser comercializado no mundo tem uma exigência de ter rastreabilidade e conseguir dialogar com alguma ação que visa mitigar a emissão de CO2. Segundo ele, a capital acreana tem o Fórum Empresarial, criado em 2016, que busca a captação de recursos para apoiar empreendimentos e investimentos do Acre, agora, por exigência de melhor competitividade mundial, que tenham a preocupação de também ter projetos dialogando com o desenvolvimento sustentável.
“O Fórum desenvolveu alguns estudos e nós apresentamos para a diretoria do Amazônia +21 e levamos ao presidente do Fundo Pactual de Investimento, André Esteves. Foi uma conversa muito positiva. Falamos sobre a realidade empresarial, a situação econômica do Brasil e a nossa expectativa para o estado do Acre nos próximos quatro anos”, destacou Adriano, que também pontuou mudanças que estão sendo implementadas no estado com apoio do governador Gladson Cameli, de ter cada vez uma gestão mais aberta, que visa o desenvolvimento e a liberdade ao empresário para investir. “Isso tem atraído vários investidores e ele [André Esteves] ficou muito entusiasmado com a proposta de que o Agro Business no Acre esteja deslanchando e acompanhando essas transformações”.
José Adriano afirma que na reunião ficou claro que todo e qualquer projeto que venha da Região Norte eles pretendem trabalhar via Amazônia + 21, que dialoga com o Brasil e o mundo inteiro. “Nós somos um dos estados da Amazônia mais avançados com esses estudos. Temos o Fórum com várias discussões em andamento e apresentamos três projetos que já estão caminhando. Pedimos o apoio e agora resta aguardar e saber qual será a decisão, tanto do Fundo Pactual, quanto do Amazônia +21. Mas temos boas expectativas”, declarou.
A Fieac garante que a proposta é trabalhar pela defesa dos interesses empresariais, visando a manutenção dos empregos e segue a mesma filosofia: unir todo o setor produtivo em torno do apoio aos governos, tanto estadual, municipal e federal, e seguir fazendo as mudanças necessárias na legislação para que a classe empresarial e industrial continue atraindo o otimismo de investidores ao Acre.
“Fizemos levantamento dos aterros sanitários de 8 municípios do Acre e estamos buscando apoio para que a gente chegue numa condição de orientar toda a organização desses aterros de acordo com a legislação e também aproveitar esses resíduos para geração de energia. Além disso, pedir uma organização de reciclagem que possa proporcionar o reaproveitamento de matéria-prima e a gente consiga ter outros derivados da construção civil e todos os outros setores”, disse o presidente da Fieac.
Segundo o empresário, trata-se de um projeto com grande interesse de todas as empresas que visam mitigar a emissão de Co2. “Também comentamos sobre os estudos em parceria com a Federação da Agricultura, que tem discutido a região a ser incentivada da Amacro, que já está em andamento pelo governo, para que a gente possa investir uma área ligando uma faixa de área a ser trabalhada com todos os conceitos da região do Acre, Rondônia e Amazonas”.
Adriano fez questão de destacar os projetos que a Fieac está trabalhando de identificação dentro do estado do Acre, que visam o uso da matéria-prima com a geração de empregos pelo programa de compras governamentais. “Esteves ficou muito animado e interessado em saber como estamos trabalhando com isso. O Amazônia +21 está nos assessorando nesse diálogo e essa foi só a primeira de várias que esperamos ter. Vamos em busca de apoio desses fundos privados que têm no Brasil, porque investir no Acre é um bom negócio, sobretudo nesse momento que o Brasil passa de ser visto pela comunidade internacional como um país que não estaria dando a devida importância à preservação de seu bioma”.
A Federação acreana assegura que está saindo na frente em busca de mais oportunidades e o presidente José Adriano garante manter o formato de ‘embaixador’ ao levar as propostas locais e vender o estado do Acre para esses fundos privados. “Nos interessa muito, pois é um recurso que vai fazer muita diferença na geração de emprego no Acre”, concluiu.