No dia 05/9 passado, comemoramos o dia da Amazônia. Ela é um dos patrimônios naturais mais encantadores e valiosos da humanidade. A Amazônia é a maior floresta em território e ocupa cerca de 9 países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela. No Brasil, o bioma ocupa 9 estados: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Tocantins, parte do Maranhão e do Mato Grosso. Isto equivale a 49,29% do território brasileiro. A Amazônia faz uma contribuição significativa para toda a humanidade por retirar o dióxido de carbono da atmosfera, resfriando o planeta.
Aproveito o espaço de hoje para divulgar e comentar alguns indicadores da economia, principalmente algumas características da força de trabalho, desta importante Região Brasileira. Os dados são do IBGE, constantes na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Pnad Contínua Trimestral referentes ao segundo trimestre de 2022. Observa-se que os dados que vamos trabalhar referem-se a Região Norte do Brasil, portanto exclui-se os dados do Maranhão e do Mato Grosso.
A Região representa 5,7% do PIB e possui 8,1% da força de trabalho do Brasil
Vamos iniciar demostrando o tamanho da economia regional na economia nacional. Os dados do PIB de 2019 foi estimado em R$ 7, 385 trilhões e o da Região Norte foi de R$ 420 bilhões. Ou seja, o PIB da Amazônia em 2019 representava somente 5,7% do PIB nacional. No gráfico acima, observa-se que, no segundo trimestre de 2022 a força de trabalho regional, estimada em 8,312 milhões, representava 8,1% dos 108, 349 milhões da brasileira. Outro dado interessante é que no Brasil, da população acima dos 14 anos (população em idade economicamente ativa), 37,4% estavam fora do força de trabalho. No Norte esse percentual era um pouco maior (38,8%), demostrando que no Norte, existia uma proporção maior das pessoas em idade de trabalhar que não estavam empregadas ou procurando emprego.
A taxa de desemprego do Brasil (9,3%) foi maior que a da Região Norte (8,9%) no segundo trimestre de 2022.
Como pode ser observado no gráfico a seguir, que embora com uma taxa maior de pessoas na força de trabalho (62,6%), no Brasil a taxa de desemprego (9,3%) ficou acima daquela verificada para o Norte (8,9%). Eram 784 mil pessoas desempregadas na Região no segundo trimestre do ano.
A agropecuária e a exploração florestal ocupam 15,8% da mão-de-obra empregada no Norte. No Brasil é de somente 8,9%
A proporcionalidade dos ocupados por categoria do emprego no trabalho principal superaram a proporcionalidade do Brasil nas seguintes categorias: Empregados no setor privado sem carteira de trabalho assinada (15,1% x 13,3%), Empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) (16,5% x 12,1%), os Autônomos ou Conta-própria (33,1% x 26,2%) e os Trabalhadores familiares auxiliares (5,1% x 1,8%).
Em relação ao setores de atividades, conforme pode ser observado no gráfico acima, a proporção das ocupações da mão-de-obra no Norte supera aquelas verificadas para o Brasil nos seguintes setores: Agropecuária e exploração florestal (15,8% x 8,9%), comércio (20,3% x 19,3%) e Administração pública (19,5% x 17,4%).
Rendimento médio do trabalho dos moradores da Região Norte é 21,5% menor que o Rendimento médio no Brasil
Como pode ser observado no gráfico a seguir, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, dos ocupados com rendimento de trabalho no segundo trimestre de 2022 na Região Norte foi de R$ 2.082,00. Esse valor médio é 21,5% abaixo daquele recebido pelos trabalhadores do Brasil como um todo. O número proporcionalmente maior de autônomos, dos empregados sem carteira assinada podem explicar esses números.
Enquanto no Brasil a taxa de informalidade no segundo trimestre do ano foi de 40,0%, no Norte foi de 51,3%, cerca de 4,119 milhões de trabalhadores estão nessa condição. Existem 485 mil desalentado na região, o percentual de pessoas desalentadas na população na força de trabalho ou desalentada foi de 5,2%, no Brasil foi de 3,8%.
Uma região tão importante para o Brasil e para o mundo, conforme o Portal UOL do dia 04/9, a Amazônia brasileira registrou em apenas três dias de setembro um total de 8.740 focos de incêndio medidos pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Em setembro de 2021, foram registrados 16.742 focos de incêndio pelo, isso no mês inteiro. Agora, apenas 10% do mês passou, e esse número já se aproxima de 9 mil. O Portal continua afirmando que, as queimadas estão se concentrando no sul da Amazônia. Imagens de satélite que fazem a medição por CO² mostram que há uma mancha gigante na região, cobrindo boa parte dos estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Rondônia, além de quase a totalidade do Acre.
Os números, tantos da economia como dos focos de incêndio, indicam a necessidade de uma atenção maior para com a Amazônia. Estamos perdendo a guerra.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.