Foto: Marcos Vicentti
Durante os seis dias do 4° Festival Atsá, encerrado no último sábado, 23, cerca de 12 mil pessoas passaram pela Terra Indígena Puyanawa em Mâncio Lima. Além de dançar e cantar, tomar banho de igarapé, tomaram Ayahuasca e consumiram mais de 2 mil litros de caiçuma, a bebida de macaxeira fermentada.
Indígenas de 3 etnias, turistas da França, Bélgica Suíça e Grécia e da maioria dos Estados do Brasil, prestigiaram o festival.
“Nossa reunião aqui neste festival é uma homenagem aos antepassados e um ato de demonstração da nossa cultura, espiritualidade e dos nossos saberes. A comunidade se sente muito valorizada com esse momento”, afirmou o cacique Joel Puyanawa.
O turista grego, Ioannis Orphanos, participa desde o primeiro Festival e diz que o modo de vida dos indígenas demonstra evolução.
“A forma simples de viver, o amor pela natureza e pela família são os ensinamento que os indígenas passam pra gente “, ressaltou.
A ex-BBB Gleici Damasceno, tomou banho de igarapé e tirou muitas fotografias com os fãs. “É a primeira vez que venho aqui nos Puyanawas e é tudo muito bonito”, citou.
O governador Gladson Cameli também foi ao Festival neste sábado, 23 e destacou a importância do etnoturismo para a economia.
“O etnoturismo é uma atividade crescente no Acre e que ajuda a movimentar a economia. Para essa região, onde a farinha é o produto mais forte da economia, esse festival é de suma importância e quem chegar aqui, sai renovado”, declarou Cameli.
O festival fortalece economia
Durante o Festival os indígenas vendem alimentos, artesanato e fazem as pinturas corporais nos visitantes. Os turistas ficam hospedados na terra indígenas com pacotes a partir de R$ 1.500.
Um dos líderes do Puyanawa, José Luis, o Puë, disse que o Festival fortalece o povo indígena do ponto de vista econômico e é importante também para mostrar a cultura deles para o mundo.
“Aqui nós mostramos nosso canto e dança, modo de vida e alimentação e como resultado econômico damos sequência aos nossos projetos de conservação ambiental e fortalecimento de nossa cultura. O Festival é importante para nossa economia”, contou.
Dois mil litros de caiçuma
Atsá, que quer dizer macaxeira, é o destaque do Festival dos Puyanawa e durante os 6 dias do evento, mais de dois mil litros de caiçuma, feito da macaxeira fermentada, foram consumidos.
Para fazer essa quantidade foram utilizados 500 quilos de mandioca, água e batata roxa.
O processo de feitura de caiçuma já não é mais de fermentar o produto na boca. A macaxeira é cozida e ralada e fermenta de forma natural.
A bióloga Malika Simis, que é de São Paulo, consumiu bastante caiçuma durante o festival, o que a deixa Feliz. “Essa bebida traz alegria”, contou.