Medida visa descentralizar poder do Estado sobre Zona de Processamento para o recebimento de capital estrangeiro com o objetivo de gerar emprego e renda para os acreanos
O governador Gladson Cameli e o secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia, Anderson Abreu estiveram reunidos na manhã desta quarta-feira, 13, em Brasília (DF) com o Secretário Executivo da CZPE, Geanluca Lorenzon, do Ministério da Economia, para tratar da celeridade para publicação no Diário Oficial da União da autorização para que o governo do Acre possa iniciar os trâmites da venda Zona de Processamento de Exportação do Acre (ZPE). O procurador-geral do Estado, João Paulo Setti, acompanhou o encontro.
A expectativa é que o Estado seja autorizado já nas próximas semanas a realizar um leilão para vender a ZPE. Um grupo investidor da China já teria sinalizado com o interesse de compra desde que o empreendimento fosse gerido por chineses e em contrapartida a ação pode gerar milhares de empregos no Acre.
“O Acre tem o interesse de fazer a venda da Zona de Processamento de Exportação (ZPE/AC) e estamos esperando autorização do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) para iniciar a venda. Então, estamos pedindo celeridade nessa autorização. Sabemos que esse grupo chinês que tem interesse na ZPE daqui, está sondando Rondônia e vendo a viabilidade. Nós estamos apressados em fazer logo essa venda”, explicou o secretário Anderson Abreu.
O governo estuda vender a ZPE por um lance inicial de R$ 27 milhões, que foi o valor gasto até o momento na proposta. A venda seria parcelada pois o objetivo maior é gerar emprego e renda para a nossa região. “Evidente, que dentro do processo estamos colocando algumas exigências como: mão de obra local. É um projeto muito arrojado”, afirmou Abreu enfatizando que a China tem interesse em instalar uma indústria processadora de carne na Zona de Processamento. “A China quer comprar tudo de comida e em contrapartida irão trazer os produtos chineses pelo Acre. A ideia é vir pelos portos peruanos e fazer uma logística reversa: leva comida e traz produto”, pontuou.
O secretário executivo do Ministério da Economia, Geanluca Lorenzon, reafirmou a comitiva do Acre que a burocracia necessária para isso deve ser encerrada nas próximas semanas. “É difícil precisar uma data, mas a gente acredita que isso possa ser resolvido num curto espaço de tempo. Atrair investimentos externos é uma prioridade do Ministério da Economia e no que se trata de Zonas Econômicas, a ZPE é o futuro do Brasil para integrar as cadeias globais. Nós acreditamos que a ZPE do Acre pode ter papel fundamental, não só na região, mas como no Brasil como um todo. Nós vimos isso nas boas experiência do sudeste asiático e na Ásia como um todo, Zonas Econômicas Especiais como as ZPEs são o ponto de partida que geram impacto não só direto, mas também indireto muito forte. Então quando você tem uma ZPE bem estruturada, competitiva, com boas regras, você acaba gerando desenvolvimento para toda uma região e um país e é isso que a gente quer fazer”, destacou.
Lorenzon reafirmou ainda a importância de se trazer um investidor para a mesa de decisão faz toda a diferença. “Querendo ou não, quando se tem investimento em jogo, você que o melhor retorno, você traz experiências globais e como no Brasil nós não temos muita experiência nessas zonas especiais desse naipe, é muito importante trazer esse tipo de coisa. Então o Acre vai inaugurar esse novo modelo com sucesso e isso sem dúvida não vai fazer que seja um exemplo de sucesso para todo o país, mas que também possa ser exemplo para o resto do mundo ao trazer as práticas da Ásia para o Brasil”, explicou.
Com a sinalização positiva por parte do Conselho das ZPEs, o governador Gladson Cameli comemorou esse passo que pode gerar emprego e renda no Estado. “Nós estamos tentando de toda forma facilitar a venda da Zona de Processamento. Eu não quero que isso fique parado, se deteriorando e dando despesa. Quero que a iniciativa gere emprego e renda. A cada um emprego direto que a ZPE gera, ela cria mais três indiretamente, então estou fazendo tudo o que é possível para vencermos a burocracia e que o dinheiro seja injetado em nosso projeto”, disse.
Veja a entrevista com o secretário executivo do Ministério da Economia:
