Comandante do Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron) diz que o Grupo representa um novo momento na segurança pública: “é hora de ir pra cima depois de um modelo de quase 20 anos que não deu certo”
Participam da terceira edição do Curso de Unidades Especializadas de Fronteira, 38 policiais militares, civis e rodoviários federais do Acre, Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima e Goiás, em Cruzeiro do Sul. O curso é promovido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública
O coordenador do curso é o Tenente Rômulo Modesto, que comanda o Grupo Especializado de Fronteira (Gefron/AC) que conta com 32 policiais militares, civis e bombeiros.
Entre as instruções do curso em Cruzeiro do Sul estão: patrulhamento embarcado, abordagem fluvial e rural, sobrevivência na selva e área ribeirinha, tiro, natação e identificação de artefato explosivo.
O curso começou no dia 18 de novembro e será encerrado nesta sexta-feira (13) resultado da vinda do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro no Acre.
O Gefron tem por missão combater crimes transfronteiriços como tráfico de drogas, armas e pessoas.
Segundo o tenente Rômulo, o curso “representa o novo jeito de fazer segurança pública depois de um modelo de quase 20 anos que não deu certo. Nós não saímos de casa para matar, mas vamos agir com rigor e vamos pra cima. O resultado deverá ser sentido em dez anos” afirmou.
O Grupamento de Fronteira atua desde agosto no Acre, com confronto armado, morte de traficantes no Rio Juruá e apreensão de 11 quilos de entorpecentes no Alto e Baixo Acre.
No dia 10 de novembro, o Gefron e o COE de Cruzeiro do Sul, mataram dois traficantes identificados como Loirinho e Isaac, no Rio Juruá. Os dois, que estavam armados com uma pistola 45 e espingarda 12, foram mortos com tiros de fuzil 762.
É o fuzil 762 que o Gefron usa em operações fora das cidade. Em área urbana utiliza carabinas 556.
Segundo o tenente, o Grupamento acreano, deverá receber novas armas, “com grande poder de fogo como as que são usadas pelo crime organizado. Na operação no Juruá, um dos ocupantes do barco estava com uma pistola 45. Nós temos que responder à altura as injustas agressões”, afirmou.
De acordo com Rômulo, a integração é a palavra do momento na segurança pública, por isso as forças estaduais, estarão cada vez mais, atuando com a Polícia Federal, Rodoviária Federal e Exército.
“Onde se viu antes Polícia Militar atuar em fronteira? Esse novo entendimento sobre a segurança precisa ser acompanhado pelo legislativo, com leis mais duras”, ponderou.
O Acre é o quinto Estado do Brasil a ter o Grupamento de Fronteira e o primeiro da região Norte. Segundo o Tenente Rômulo, foi uma decisão do governo do estado com total suporte do governo federal .
Os integrantes foram selecionados por meio de edital. Se inscreveram 80 candidatos e apenas 32 concluíram todas as etapas e seleções. Em 2020, o efetivo será ampliado.
A sede do Gefron fica em Rio Branco e de acordo com o coordenador, uma das características do grupo é o rápido e fácil deslocamento.
As ações previamente planejadas são avaliadas e autorizadas pela Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça. O Secretário Estadual de Segurança, Paulo César, tem autonomia para decisões sobre deslocamentos do Grupo.
A Operação Hórus, que já teve fases no Alto Acre e Juruá, desde o dia 9, atua de novo no Alto e Baixo Acre.
O tenente Rêmulo, tem 26 anos de polícia militar do Acre e já foi capacitado no PEFRON Pará, na Unidade Especializada de Fronteira do Mato Grosso do Sul e no Departamento de Operações de Fronteira DOF.