O vice-governador eleito Major Rocha (PSDB) confirmou ontem à coluna o que tinha sido prometido durante a campanha: “vamos fazer uma auditoria em todas as secretarias do estado”. Rocha diz que na decisão não está embutido nenhum sentimento de vingança ou caça às bruxas, mas sim no fato do novo governador Gladson Cameli saber exatamente qual o tamanho do governo, onde e como foram aplicadas verbas federais, quais são as dívidas, seus vencimentos e o valor, quanto tem em caixa, para ter condições de fazer uma administração com dados reais. “Quem não tem nada a temer, não tem com que se preocupar”, enfatiza. Rocha defende que para a auditagem de secretarias grandes como Saúde, Educação, Segurança, DEPASA, SEAPROF, DERACRE, tem que ser contratada uma empresa especializada em auditorias independentes. Acha que nas outras secretarias pode ser montada uma equipe de técnicos locais para realizar o trabalho. “Se não for feita uma auditoria ampla em todas as secretarias, os políticos do PT podem mais na frente dizer que entregaram um estado saneado, sem dívidas, com dinheiro em caixa, tudo funcionando a contento, e não teremos como rebater as inverdades”, diz Rocha. As sindicâncias devem começar nos primeiros meses após a posse em janeiro. Este também é o pensamento do Gladson Cameli, garante o Major Rocha.
NINGUÉM É DONO DOS VOTOS
Nada é mais nojento que a bajulação e o servilismo na política. Ninguém é dono dos votos.
META É O DEBATE
O deputado eleito Roberto Duarte (MDB) descartou ontem à coluna qualquer interesse na disputa da presidência da ALEAC. Diz que vai focar no debate dos grandes temas na tribuna
NENHUMA DÍVIDA
Nesta campanha o deputado Roberto Duarte (MDB) não deve ter nenhum sentimento de gratidão com o MDB, porque toda a cúpula do partido trabalhou exclusivamente para reeleger a deputada Eliane Sinhasique (MDB), que perdeu. Seus votos vieram de mérito pessoal.
PRAZO DE CARÊNCIA
O deputado Jonas Lima (PT) promete cobrar as promessas de campanha do governador eleito Gladson Cameli (PP), mas dará um prazo de carência de um ano sem críticas. Considera o prazo suficiente para que o novo governante monte a sua equipe e mostre as primeiras ações.
DEIXANDO CLARO
Vamos deixar bem claro, que esta coluna não será na administração Gladson Cameli um puxadinho do seu governo. Adotarei uma postura crítica e de cobrança como faço com o governo estadual do PT. É a coluna majoritariamente acessada, pela sua independência.
JONAS LIMA
Não deve a sua eleição a nenhum grupo do PT, não era o candidato da cúpula petista, o PT de Cruzeiro do Sul não pediu voto para ele, e se reelegeu graças a um trabalho político pessoal.
NÃO FICA NO PT
Conversei ontem na ALEAC com o deputado Ney Amorim (PT). Muito tranqüilo, mas consciente do jogo bruto da máquina estatal. Deu a entender que não deve ficar no PT. “Vou me reunir com o meu grupo e tomar uma decisão sobre tudo o que aconteceu”, afirmou.
JOGO BRUTO
Para se ter idéia da brutalidade do jogo contra a candidatura ao Senado do deputado Ney Amorim (PT), um parlamentar petista recebeu de uma das mais altas figuras do estado um pedido inusitado: “não vote no Ney Amorim”. Não sei se atendeu, mas o pedido existiu.
CONVITE DO ROCHA
O vice-governador eleito Major Rocha esteve com o deputado Ney Amorim (PT) e o convidou para entrar na oposição. Somou-se ao convite feito pelo governador eleito Gladson Cameli.
NINGUÉM ESCOLHIDO
O que existe nos bastidores é muita especulação sem nenhuma base sobre quem vai ocupar secretarias no próximo governo. O governador eleito Gladson Cameli foi textual ao dizer só ter um compromisso, de que a área de segurança terá a coordenação do vice Major Rocha.
PRIMEIRA IMAGEM
Pela montagem do secretariado do próximo governo já vai se ter uma idéia exata se houve mudança de mentalidade administrativa. Tem de escolher uma equipe de pessoas que seja qualificada e que tenha o respeito da sociedade. Se entrar como PT, no compadrio, se lasca.
SENTIMENTOS DE MÁGOA
Tenho escutado muitos sentimentos de mágoas e críticas pesadas de deputados da FPA que perderam a eleição contra a figura do governador. Não publico nada por ser no calor da emoção e, principalmente, porque não fizeram as mesmas críticas no decorrer do governo.
BASE SEGURA
A oposição elegeu 13 deputados estaduais. Suficiente para fazer o novo presidente da ALEAC. Mas na contabilidade oficial já tem 15 deputados, com a adesão certa de dois dos novos eleitos. Se há algo que o futuro governador não terá problemas é com o apoio parlamentar.
CONCHAVOS DE BASTIDORES
Há uma série de conchavos entre a oposição e nomes até aqui da FPA nos bastidores, para a eleição do novo presidente da Câmara Municipal de Rio Branco. A FPA corre o sério risco de perder a presidência da Casa, mesmo tendo maioria. É o efeito da última eleição estadual.
A QUESTÃO ERA O PT
Conversava ontem com um amigo que há muitos anos vive o movimento comunitário sobre a última eleição estadual. Na sua visão o problema não era o candidato ao governo, Marcus Alexandre, mas a aversão ao PT. “O povo criou uma antipatia e queria derrubar o PT”, disse.
INÊS É MORTA
Está havendo uma limpa com corte de cargos de confiança no DERACRE, cujos ocupantes supostamente teriam apoiado a candidatura do Gladson Cameli. Agora Inês é morta.
DOIS GRANDES EQUÍVOCOS
O atual governador cometeu dois erros. Um foi de comunicação, ao centrar a sua divulgação na mídia tradicional, deixando de lado os sites e as redes sociais para mostrar suas obras. E outro erro foi se cercar de assessores sem independência para apontar erros e sugestão de correção. Na gestão pública, não existe pior conselheiro que o que vive do amém e sim senhor.
TREMENDA BOBAGEM
A maior bobagem é o partido ficar declarando neutralidade na eleição para a presidência da República, por um motivo básico: o eleitor vota em quem quiser. O resto é conversa fiada.
SÓ UM DESASTRE
Pela última pesquisa do DATA-FOLHA, só se acontecer um desastre para o Bolsonaro perder.
SITUAÇAO DIFÍCIL
O PT do Acre vai ficar numa situação política difícil. Perdeu o governo. Todos os deputados federais perderam. Reduziu sua bancada na ALEAC a dois deputados. Tende a perder a presidência da República. E o bicho vai pegar: não terá onde acomodar os companheiros.
FOI FATAL
Outra grande burrice do PT nesta eleição, no Acre, foi o movimento “Lula Livre”. Com raras exceções, todos que tinham mandato e partiram para a canonização pública do Lula não se reelegeram. Só podiam estar cegos, para não ver que era uma pauta infantil e impopular?
BONS DEBATES
A previsão é de bons e acirrados debates na próxima legislatura. A situação com os deputados Géhlen Diniz (PROGRESSISTA), Luiz Gonzaga (PSDB) e Roberto Duarte (MDB). E a oposição com Daniel Zen (PT), Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Jenilson Lopes (PCdo B). Bom ao parlamento.
SEMPRE DISSE
Por várias vezes disse nesta coluna que não se tirasse a candidata à deputada Meire Serafim (MDB) da lista dos favoritos dentro da chapa do seu partido a deputado estadual. Dito e feito. Foi a mais votada para a ALEAC. Eu conhecia a estrutura de apoio à sua candidatura.
FOI UM FRACASSO
A ex-prefeita Toinha Vieira (PSDB) tem de enrolar a bandeira e esquecer as disputas eleitorais. Vinha acumulando uma derrota atrás da outra, e aumentou o cartel na derrota agora á ALEAC.
TINHA SERVIÇO PRESTADO
Na política há fatos que não se explicam. O Heitor Junior (PODEMOS) foi um bom deputado e com serviços constantes na área da saúde, como no caso do apoio aos portadores de hepatites. Merecia ser reeleito. O problema foi ter entrado numa chapa da pesada.
PERDEU PELA LÍNGUA
O deputado federal César Messias (PSB) acabou pagando pela língua. Passou a campanha falando mal do Gladson Cameli por onde andava e se esqueceu de pedir votos. Perdeu.
BRIGA ANTIGA
Esta briga entre o ex-governador Binho Marques e o atual governador é antiga. Logo após ganhar a eleição em 2010 (publiquei na época), o governador disse que não sabia como tinha ganhado a eleição, com o PT destroçado pelo Binho. Desde lá já não se entendiam.
TODOS FORA
Veio a primeira gestão do atual governador e este não aproveitou os principais assessores do governo Binho Marques. Para quem acompanha os bastidores da política, a briga não é novidade.
NÃO ESTÁ MORTO
É um tolo quem pensar que o prefeito Marcus Alexandre (PT) morreu politicamente com a derrota. Passou a ser, pela sua votação, um nome de peso para futuras batalhas políticas.
ELEIÇÃO TRANQUILA
Tivemos uma eleição para governador e para senador, bem tranqüila. Houve um ou outro arreganho nas redes sociais, nos programas eleitorais, fakes news, mas nada que possa ser computado como algo extraordinário e ter tido influência no resultado. Para governador, na metade da campanha, somente os cegos pela paixão partidária não viam que a vitória estava encaminhada para o candidato da oposição, Gladson Cameli (PROGRESSISTA). As pesquisas apenas eram uma amostragem do sentimento do eleitor de cansaço e repúdio ao PT. As urnas abriram e se confirmou o que estava na cara: derrota do candidato Marcus Alexandre (PT). Para o Senado ficou embolado até explodir a briga entre os dois candidatos petistas. Foi nesta brecha e embalado na ampla aceitação do Petecão e do Gladson, que o Márcio Bittar (MDB) se elegeu. Mas teve seus méritos. O PT saiu da eleição varrido do mapa: perdeu o governo, a vaga de senador, seus deputados federais, na maior derrota sofrida nos últimos vinte anos.