A Carta fora de contexto, inoportuna, enviada pelo governador do Acre à Ministra do STF, Carmén Lúcia, foto, num protesto por ter ela se mostrado escandalizada com os números da violência no Estado, os maiores do país, teve uma resposta da magistratura acreana e veio na manifestação de uma das nossas figuras mais respeitáveis do mundo jurídico do Estado, o Juiz de Direito, Giordane Dourado. E trouxe um tom realista de que a ministra externou com a autoridade na qual é investida a legítima preocupação com o estado de guerra em que vivemos. A voz da Ministra Carmén Lúcia, ao demonstrar a sua preocupação é também a voz dos acreanos que se encontram acuados em suas casas, nas quais se fecham ao fim da luz solar. O choro do apresentador da TV-ACRE, Ayres Rocha, de não se conter ao ler a notícia de uma nova chacina com seqüestro também foi o choro dos acreanos. A população não pode perder nunca o poder de se indignar com a situação de estar no meio de uma guerra que já não vitima apenas os membros das facções, mas também pessoas inocentes. Quem já foi vítima desta violência e os que ainda não foram não podem perder jamais o poder de se indignar como o Juiz Giordano e a Ministra do STF. No momento que não mostrarmos a nossa indignação e deixar de acreditar nas forças policiais estaremos aceitando viver sob a barbárie nossa de cada dia. Clamemos pela paz. E na esperança que nossos bravos policiais acabem com esta guerra. Não se trata de política, ser a favor ou contra o governo, trata-se de vidas.
CRÉDITO A SER DADO
Nesta guerra suja travada no Acre, principalmente, na Capital, não pode também deixar de ser destacar o bom trabalho do secretário de Segurança, Vanderlei Thomas, com a sua equipe de Delegados e policiais e também a PM, de conseguir reduzir, em 2018, os índices de mortes violentas. O que ocorre é que os números de execuções chegaram a um teto tão alto que uma redução não consegue impactar na opinião pública. E um trabalho que tem de continuar ao longo prazo. Não se pode é por conta da redução se negar a realidade de uma Capital violenta.
PERSPECTIVA DE PODER
Há poucos anos um candidato da oposição era uma luta para encher uma Kombi em uma palestra. Ontem, o empresariado do setor produtivo estava em peso, eufórico, aplaudindo, a palestra do candidato a governador Gladson Cameli (PROGRESSISTA). Melhorou a oratória.
ANALISANDO COMO JORNALISTA
Conheço profissionalmente o senador Gladson Cameli (PROGREESSISTA) desde a sua primeira campanha a deputado federal até a eleição para senador, por meio de muitas entrevistas. Ele tinha muitas limitações. Mas evoluiu e hoje é desenvolto e com consistência, foi o que se viu ontem na sua palestra ao empresariado acreano. Melhorou na comunicação a olho visto.
UM BOM DEBATE
A expectativa é de que poderemos ter debates interessantes na televisão, entre um Gladson Cameli (PROGRESSISTA), que hoje se comunica fácil, e um Marcus Alexandre (PT), que domina como poucos a arte de sair bem em entrevistas e debates. Até nisso esta eleição é diferente.
ARROGANCIA PERDEU FORÇA
Esta eleição para governador está mostrando até aqui um lado, o de que a arrogância de algumas figuras da cúpula petista, que antes impunha sua vontade, perdeu força. A começar pelo fato de que, não conseguirem impedir a formação de chapinhas a Federal entre os aliados da FPA. Sempre impediram a ferro e a fogo.
NO SEU PIOR MOMENTO
Ontem, ouvi de um amigo político das antigas, que votará no Marcus Alexandre (PT) para o governo, uma frase lapidar: “o Marcus é o melhor que temos no pior momento do PT”.
NÃO SEI O QUE O LEVOU A ISSO
Não vejo pessoalmente o governador a mais de um ano. Mas o conheço de outras campanhas, de entrevistas, conversas, e sempre foi uma figura muito afável, derramava simpatia aonde chegava, tranqüilo, mas hoje, não sei a explicação, por ter se tornado uma pessoa belicosa.
QUAL O PROBLEMA DE RECONHECER?
É verdade que o governador investiu muito na Segurança Pública, notadamente no aparelhamento das forças policiais e no setor de inteligência, que a polícia está nas ruas no combate aos marginais, mas tem de ter a humildade de aceitar a realidade que as estatísticas apontam hoje para o Acre ser um dos Estados mais violentos e Rio Branco ter se transformado na cidade mais perigosa do país para ser viver. A única reação plausível é mudar este quadro.
QUAL O GANHO?
Qual o ganho político, o ganho de simpatia, que o governador conseguirá em trombar com a presidente do STF, Ministra Carmén Lúcia, que apenas mostrou-se preocupada com este nível de violência, num Estado pequeno como o Acre? Ela não mostrou mais do que a realidade.
VIVENDO E APRENDENDO
Só acreditei porque o fato me foi revelado por uma fonte muito bem informada: o secretário de uma das maiores secretarias do Estado pede voto aberto para o candidato ao Senado, Minoru Kinpara (REDE). Quem é que imaginaria isso dentro de uma secretaria no auge do PT?
ENTRE OS BONS NOMES
Entre os bons nomes na chapa do PSB para deputado estadual está o Paulinho Caruta.
SERÁ UMA SURPRESA
Olhando a chapa para a Câmara Federal do PDT, não consigo ter a mesma euforia que tem o presidente do partido, Luiz Tchê, de que a sua composição elegerá folgado um deputado.
BRIGA DE DESTAQUES
Uma briga feroz que será travada dentro da chapa do MDB a deputado estadual abrange duas figuras destaque: a deputada Eliane Sinhasique (MDB), uma excelente parlamentar, e o vereador mais combativo da atual legislatura na Câmara Municipal, Roberto Duarte (MDB).
SÓ UM FAVORITO
Na chapa do MDB para a Assembléia Legislativa só tem um favorito: a ex-deputada Antonia Sales (MDB), que vem eleita do Juruá. Eliane Sinhasique, Roberto Duarte e Jairo Carvalho disputam em igualdade de condições a segunda vaga, que provavelmente o partido fará.
NOVA CARA
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, deixou para trás a maré negra de início da sua administração. Quem visita hoje a cidade não encontra mais as ruas tomadas de buracos, já há sinalização e iluminação pública. Não resolveu tudo, mas está em franca melhoria na gestão.
UM CANDIDATO EM CADA ESQUINA
Sena Madureira tem um candidato a deputado estadual em cada esquina. Vão para a disputa Géhlen Diniz, Tamires Serafim, Gilberto Diniz, Toinha Vieira, Josandro, João da Onça, Saulo Gadelha, Real, Enock, Juza Bispo, Carlos Vale e Márcia Rufino. Pouco pirão e muita boca.
REDUTO DA OPOSIÇÃO
Sena Madureira, nas duas eleições passadas, tornou-se um reduto da oposição. O atual governador do PT foi derrotado nos dois turnos na sua última disputa naquele município.
MAIORES VOTAÇÕES
Dentro da coligação PT-PCdoB os deputados Daniel Zen (PT) e Leila Galvão (PT) estão num panorama que poderá lhes colocar entre os mais votados. A estrutura que os cerca é forte.
CAMPANHA CONJUNTA
O candidato a deputado federal Manuel Marcos (PRB) e a deputada Juliana Rodrigues (PRB) farão uma campanha conjugada. Ambos ancorados na força política da Igreja Universal.
NOMES DO PDT
Entre os nomes do PDT a deputado estadual estão Gêmil Junior, Luiz Tchê e Thiago Machado. A tendência é de que o partido possa a vir eleger dois nomes para a Assembléia Legislativa.
PROBLEMA SÉRIO
Uma derrota do PT ao governo trará como conseqüência uma situação séria para o partido. Onde abrigar os companheiros dos dois mil cargos de confiança? Na PMRB, nem pensar, não há espaço. Alguns deles têm profissões, são concursados e voltam ao mercado de trabalho. Mas a maioria só tem como profissão ser cargo de confiança do PT nos últimos vinte anos. A vida não será fácil, caso o PT não vença.
UMA PERGUNTA INOCENTE
Meu caro professor e deputado federal Raimundo Angelim (PT), uma pergunta inocente: não está sentindo ao redor um cheiro de fritura? Se não está, o seu olfato precisa ser apurado.
MUTIRÃO NO PSD
O PSD está num mutirão único para deputado estadual, o de reeleger o deputado Jairo Carvalho (PSD), que voltou a integrar a chapa fortíssima do MDB. Esforço concentrado.
DEBATE MORNO
Muito morno o debate da BAND. Foi variado. Passando pelo extremismo religioso do Cabo Daciolo (PATRIOTA) e pela extrema esquerda sem norte do Boulos (PSOL), ambos desatinados; pela mesmice do Geraldo Alckmin (PSDB) e a mesmice da Marina Silva (REDE), por um Jair Bolsonaro (PSL) mais contido, um Ciro Gomes (PDT) fanfarrão, um Álvaro Dias (PODEMOS) com um velho discurso e o Henrique Meireles (MDB) falando o que o mercado queria ouvir.
NA CRISTA DA ONDA
Segundo os levantamentos da BAND, o candidato mais acessado durante o debate nas redes sociais foi o Jair Bolsonaro (PSL), embora isso não signifique declaração de votos. O debate de ontem não será parâmetro para fazer o eleitorado mudar de rumo, ficou muito burocrático.
COMO GOVERNAR COM SERIEDADE?
O candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) mostra preparo em suas explanações, mas o seu problema é estar cercado por partidos, cujos dirigentes foram estrelas no Petrolão e estão sendo agora na Lava Jato. A mesma turma que hoje está rodeando o governo Michel Temer.
CONTINUA TODO MUNDO
Caso o Geraldo Alckmin (PSDB) ganhe a eleição terá que lotear o governo com essa turma.
O JOGO AINDA ESTÁ ABERTO
Leitor manda uma mensagem perguntando por qual razão insisto em dizer que a eleição não está decidida, se as pesquisas apontam o senador Gladson Cameli (PROGRESSISTA), na dianteira? Por dois motivos: pesquisa não elege ninguém. E temos quase dois meses de campanha. E outros: não aconteceu o horário eleitoral, os debates, e a campanha não chegou ao pique. O que se pode dizer neste momento é que há sim uma inclinação maior a favor da candidatura da oposição, o que dá para sentir nas ruas, mas entre isso e a consolidação do voto há um longo caminho a percorrer. Que a oposição nunca esteve tão forte como agora na disputa do governo nas duas últimas décadas é uma verdade. O PT sabe! O jogo continua jogado. Continuo na tese da eleição não decidida. Encaminhada, mas não resolvida.