Foto: Arquivo ac24horas/Antonio Daniel
O empresário Edilberto Afonso de Moraes, o popular Betão, que faleceu na noite deste domingo (28) aos 73 anos, revelou em entrevista ao ac24horas em 2015 os altos e baixos de sua trajetória no setor de matadouros. Embora tenha consolidado um império na pecuária, Betão não ocultou os momentos de dificuldade, destacando especialmente o período em que esteve à frente do frigorífico Frisacre.
Leia a entrevista completa: Betão: uma história de lutas, dor e conquistas
Ao narrar sua transição dos pequenos negócios para as grandes operações de abate, o pecuarista relembrou com franqueza a fase em que a empresa enfrentou uma grave crise financeira. “Eu cheguei a quebrar a Frisacre. Na época, eu não tinha a experiência necessária para gerir um negócio daquela magnitude e as circunstâncias do mercado não ajudaram”, admitiu na ocasião.
Apesar do revés, Betão ressaltou que a experiência com a Frisacre foi um divisor de águas em sua vida empresarial. Ele explicou que a “quebra” não significou o fim de sua carreira, mas sim uma lição sobre resiliência e a necessidade de se reinventar. Após os momentos críticos, ele conseguiu reorganizar suas atividades e focar naquilo que era sua maior paixão e especialidade: a criação de gado e o fortalecimento do agronegócio no Acre.
Apesar do revés enfrentado por Betão no passado, o frigorífico Frisacre superou os tempos de crise e hoje se consolidou como uma empresa de grande sucesso. Atualmente sob o comando do empresário Murilo Leite, a unidade industrial é um dos pilares da economia local, sendo inclusive certificada para exportar a carne bovina produzida no Acre para o mercado internacional, levando o produto acreano para o exterior.
O pecuarista faleceu por volta das 19h deste domingo (28), no Hospital Santa Juliana, onde estava internado na UTI. Betão deixa a esposa, Maria Cleildes Lima de Morais, além de três filhos, nove netos e duas bisnetas.
O corpo do empresário chegou ao Ginásio do Sesc Bosque, em Rio Branco, por volta das 5h12 desta segunda-feira (29). Após um período inicial reservado apenas a familiares e amigos mais próximos, o velório será aberto ao público às 8h, permitindo que amigos, admiradores e figuras do setor produtivo prestem suas últimas homenagens a um dos nomes mais emblemáticos da pecuária acreana.