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Feminicídio

A morte dolosa das mulheres recebeu a denominação de feminicídio, mesmo assim, a mortandade continuou crescendo.


Nada mais paradoxal, quando em seus julgamentos, os assassinos de suas próprias companheiras, muitas delas mães dos seus próprios filhos, quase sempre alegam que as mataram por amor.


A denominação feminicídio foi estabelecida para chamar a atenção de um dos mais inaceitáveis crimes, ainda que, a criminosa Eliza Matsunaga tenha assassinato o seu esposo, esquartejado e tentado ocultar os seus pedaços, e também, ainda mais criminosamente, Suzane Richthofen, em conluio com dois reconhecidos e impiedosos criminosos tenham assassinado o seu pai e a sua própria mãe. Por estes dois e outros crimes de iguais perversidades, deveria ter sido criado o crime de masculinicidio?


Decerto, uma coisa: entre a proporção dos homens que assassinam as suas próprias companheiras porque diziam amá-las, e o contrário, das mulheres que assassinam seus companheiros pela mesma não razão, é de tal ordem que, no mínimo, os referidos crimes precisam ser devidamente enfrentados, e sempre pela inequívoca causa: quem ama não mata.


Ainda bem que a “mulherada” e muito respeitosamente usei esta denominação para me reportar as mulheres que se fazem presentes nos nossos principais veículos de comunicação, em uníssonas, tenham decidido saírem em suas próprias defesas. Que assim continuem.


Se todos são iguais, independente de raça, de religião e de sexo, nada vem justificar que uma pessoa do sexo feminino seja recorrentemente inferiorizada. Ainda que os homens, no nosso país e no mundo inteiro, e em seus mercados de trabalhos, a mão de obra das mulheres continuam valendo bem menos que a mão de obra masculina, ainda que produzam os mesmos resultados é esta a realidade que precisa ter fim.


E a tal força, ou seja, que a dos homens deve ser sempre superior que a das mulheres, justificativa pior jamais poderia ser apresentada, até porque, neste caso, estaremos a comparar a força do poder com o poder da força, ou seja, o que poderemos chamar de força-bruta.


Resignadamente, as mulheres reconhecem que para o exercício de determinadas funções, diria até, de determinadas missões, elas mesmas reconhecem que não se adéquam, e isto porque, suas próprias constituições físicas e orgânicas assim determinam.


Mas para responsabilizá-las e baseado em fatos, pergunto: por que as mulheres, em todos os Estados do nosso país, e no seu conjunto, 52% dos nossos eleitores são do sexo feminino e 48% do sexo masculino, enquanto na nossa Câmara dos Deputados, a chamada Casa do Povo, das suas 513 cadeiras, menos de 20% delas é ocupada pelas mulheres.


Por amor não se mata, no máximo, admite-se que se morra por amor.