A queda de 11% no preço médio das passagens aéreas revela que o setor só respira quando o governo força redução no custo do querosene. A pergunta é: por que medidas estruturais ainda não tiraram o modal da dependência do QAv?
Acesso ao transporte
O salto de 24% no número de passageiros em três anos mostra que o brasileiro voa mais, mas não necessariamente melhor. O desafio agora é saber se o serviço acompanha o crescimento ou se o passageiro paga menos para ter mais aperto.
Sangue
O alerta do Hemoacre expõe a fragilidade crônica dos estoques no fim do ano. O Estado segue dependente de campanhas emergenciais porque não consegue estabilizar o fluxo regular de doadores.
Doação
O O negativo, mais uma vez, vira protagonista da escassez. Sem política permanente de fidelização de doadores, o Acre vive em ciclo anual de urgência, atropelando o planejamento da rede hospitalar.
Saúde móvel
A chegada das carretas do programa federal ao Acre escancara que ainda é preciso deslocar estruturas inteiras para suprir lacunas básicas na atenção especializada. É avanço, mas também é sintoma.
Regulação
Com filas zeradas em algumas cidades, o governo tenta vender eficiência nacional. No entanto, a carência estrutural que obriga mutirões itinerantes segue intocada, mostrando que a fila ressurge assim que a carreta parte.
Senado 2026
O desempenho de Gladson Cameli na pesquisa para o Senado revela que a disputa começa com favoritismo consolidado no Estado. A segunda vaga, porém, indica um eleitorado fragmentado e sem preferência definida.
Disputa
A indefinição entre Bittar, Jorge Viana e Jéssica Sales evidencia um trio que divide praticamente o mesmo espaço político. A pesquisa mostra mais falta de entusiasmo do que força real de qualquer candidatura.
Rejeição
A liderança de Jorge Viana em rejeição mostra que um nome tradicional enfrenta desgaste profundo. Petecão vem logo atrás, sugerindo que o eleitor acreano tem pouca paciência com velhas figuras em busca de reeleição.
Detran
As mudanças pós-resolução do Contran revelam um Detran ainda dependente de ajustes técnicos antes de aplicar novas regras. Enquanto isso, o cidadão é obrigado a conviver com transições que nunca parecem terminar.
Capacidade
De acordo com o Centro de Liderança Pública, o Acre aparece na 25ª posição do Ranking da Regra de Ouro, com -8,5%, indicador que revela incapacidade de financiar investimentos sem recorrer a endividamento adicional. Enquanto estados mais equilibrados exibem percentuais positivos e folga fiscal, o Acre opera no limite, sinalizando que a expansão de despesas de capital depende crescentemente de crédito — cenário que pressiona a sustentabilidade das contas públicas.
Contraste
A comparação com estados líderes do ranking torna ainda mais evidente o desequilíbrio: enquanto os primeiros colocados apresentam porcentuais positivos robustos, demonstrando capacidade de investir com recursos próprios, o Acre amarga percentual negativo (-8,5%), o que o deixa entre os piores desempenhos nacionais. Esse contraste ilustra a dificuldade estrutural do estado em romper ciclos de dependência financeira.
Risco
O resultado acreano — 8,5% — reforça um alerta: operar em desacordo com a Regra de Ouro expõe o estado a riscos legais, fiscais e de credibilidade. Quanto menor o percentual, maior a vulnerabilidade, e o Acre já se encontra na zona vermelha. A persistência desse quadro em sucessivos exercícios pode limitar investimentos, ampliar o custo do crédito e reduzir a capacidade de resposta a crises econômicas e sociais.
Novela velha
Não podia ser diferente. Essa adesão do Acre à demanda de Rondônia junto ao Comsefaz sobre o comércio interestadual de gado termina o ano com a tensão correta do cenário. A corda entre produtores, frigoríficos e governo está tensa. A coluna vem alertando com insistência sobre isso.
Mediação
Esse problema é mais velho do que andar pra frente. O problema todo é que a mediação política do Governo é fraca. Perceba, leitor: a mediação política. Tecnicamente, a Sefaz é o elo mais simples de equacionar o problema. A questão não é estritamente técnica. Eis o nó.
Moderadamente
Questões político-partidárias à parte, correta está a fala do ex-governador Jorge Viana quando trata do assunto. Ele tem uma fala clássica sobre o embate: “o governo tem que mediar de forma a deixar os dois lados do balcão moderadamente insatisfeitos”, diz, referindo-se à eterna arenga entre produtores e frigoríficos.
Taynara
Entrevista de Taynara Martins no Bar do Vaz vale a pena ser assistida. A presidente do Detran/AC é um daqueles raros exemplos de humildade associada ao pragmatismo na gestão. Ela deu aos serviços do Detran uma agilidade inédita por aqui.
Coerência
Sobre essa questão da privatização dos mercados, a coluna alerta que Bocalom está sendo coerente. Não está fazendo nada além do que ele acredita. O prefeito é político que representa o empresariado, a iniciativa privada. Vem do PDS (antigo Arena), PSDB, Progressistas e, agora, PL.
Privatização
A percepção dessa turma é de “intervenção mínima” do Estado na Economia. A coerência dele reside nisso. É claro que ele nunca diria que privatizaria os espaços públicos durante a campanha. Aguente o lombo agora, quem se deixou iludir.
Coragem
E também é preciso reconhecer: além de coerente, ele está sendo corajoso. Uma medida impopular desse nível ser efetivada por uma liderança que quer ser candidata ao Governo… é preciso reconhecer: não é para qualquer um. É preciso ter talento (contém ironia!)
Raciocínio
O que essa turma precisa entender é que o raciocínio de “interferência mínima” do poder público na Economia é uma retórica falsa, mentirosa, sobretudo em realidades como a do Acre.
Se…
Se tudo fosse resolvido na base da planilha Excel por aqui, não existiria Ufac, por exemplo; não existiria Fieac; Sesi, Senai, Sesc, Sebrae, Fecomércio. O funcionalismo público não teria o tamanho que tem; os serviços públicos seriam menores do que são. Voltaríamos ao “Seringal Empreza”.
Deve ser
Para os neoliberais de barranco, deve ser muito frustrante a vida por aqui. É claro que eficiência e eficácia são necessárias sempre. Em todo lugar. Ou alguém mentiu dizendo que elas são exclusivas da iniciativa privada e outro alguém acreditou? Então, tá!

