Como todos sabem, neste dia 22/11, o regime prendeu Jair Bolsonaro preventivamente, levando-o da prisão domiciliar para uma cela na polícia federal. Não pretendo discutir as minúcias da ordem, basta saber que a decisão já estava escrita antes do episódio da tornozeleira, com base na vigília cristã convocada por seus aliados, o que é também um abuso e vai contra a liberdade religiosa e de reunião. Também não há espaço para especular sobre a intenção de desviar do foco da opinião pública o fracasso da COP30, dos escândalos do INSS e da fraude monumental do Banco Master, que estão escalando e ameaçando todo o establishment. Gente no topo dos três poderes já aparece em crimes financeiros cujos valores são bilionários.
A prisão de Jair Bolsonaro pretende ser, como planejada, a véspera de sua morte, a preparação do grand finale dessa ópera bufa que denomino Regime de Junta (PT-STF) ditatorial que nos governa. O sadismo incidente sobre os presos políticos, que já assassinou na Papuda o Clesão e, fora dela, outros sete presos políticos, além de adoecer, martirizar, empobrecer e exilar mais de milhar, está chegando ao clímax. Prendem-no para terminar o serviço iniciado por Adélio Bispo e, presumivelmente, eliminar do cenário político qualquer oposição viável. Qualquer que responda pelo nome Bolsonaro será cassado e caçado, como forma de inelegibilizar o oponente, bem ao estilo venezuelano e nicaraguense. Não vê quem não quer.
Evidentemente, vivemos sob um jacobinismo de gabinetes, que transita entre os três poderes e mais a velha mídia. Com um STF aparelhado, dizendo a Lei arbitrariamente conforme a capa do processo, quem precisa de uma “Lei dos Suspeitos” da França de 1793? Basta servir-se no infinito cardápio de interpretações e narrativas. Provas? Se não existem, podem ser fabricadas ao melhor estilo Beria, o cão de Stalin.
Tudo isso é sabido e sofrido por quem não perdeu o pensamento crítico e consegue ir além da Rede Globo e dos sites e vozes alugadas ao governo. Muito em função da rapidez das comunicações, somos alvo do olhar do mundo que assiste à deterioração política e moral de uma nação que tem tudo para ser um grande player global, mas mergulha no fosso de uma ideologia macabra, assassina e cruel. O propósito Lulopetista, declarado no Foro de São Paulo, é tornar o Brasil a grande pátria do socialismo e não se deterá diante de obstáculos políticos, morais ou religiosos.
Para isso, conta com seu séquito de moral revolucionária. Basta ver o comportamento atual dos lulopetistas diante do martírio de um homem de 71 anos, sequelado por uma facada que recebeu de um deles, com sete cirurgias nas tripas e mente torturada. Alguns, como o famoso advogado Kakay (aquele que anda de bermudas no STF), abriu um vinho caríssimo especialmente guardado para a ocasião, outros churrasquearam e soltaram rojões. O mais recatado veio a público justificar com um “bem feito!” já que Bolsonaro certa vez falou em “fuzilar” os petistas, esquecendo que Lula prometeu “extirpar essa gente da direita”. No Acre, contra a prisão injusta, se pronunciaram com veemência, os senadores Marcio Bittar e Alan Rick, e os deputados Coronel Ulysses e Roberto Duarte, além do prefeito Tião Bocalom.
O escárnio com que tratam a prisão de Bolsonaro é, no fundo, a expressão da miséria moral da esquerda desde a creche. Em 1920, em seu discurso para a Liga da Juventude, Lenin já pregava que qualquer moral baseada em conceitos extra-humanos e extraclasse, portanto, toda moral e valores cristãos eram dispensáveis ou obstáculos a serem eliminados. Disse Lenin: “Nossa moral está inteiramente subordinada aos interesses da luta de classes do proletariado. Nossa moral deriva dos interesses da luta de classes do proletariado.” A partir daí, ancorada na “moral proletária” foi autorizada toda mentira, roubo, assassinato, corrupção, expropriação, prisão e tortura operadas em prol da luta revolucionária. Vem daí toda a perversão que assistimos hoje, eles agem sem culpa, absolvidos ex-ante por seu ideólogo.
Esses que tripudiam sobre o alvo da perseguição implacável, injusta e de todo malsã conduzida pela Junta, são hoje os mesmos de há mais de cem anos, mudando apenas de método, já que hoje não é possível, como em Moscou, sair à rua empunhando fuzis e pistolas contra seus adversários, nem promulgar uma Cheka (leiam a respeito). Qualquer deles, como disse um (ver AQUI), repetindo Brecht, me endereçaria uma boa bala e uma boa cova apenas por este artigo.
Em suas “Confissões” (397 – 400 DC), Santo Agostinho chamava a atenção para o prazer mórbido no teatro trágico, onde as representações de sofrimentos alheios revelam a própria miséria interior do espectador. Voltaire (1762), descrevendo o suplício de Jean Calas, destaca a injustiça e a multidão que assistiu ou celebrou o horror, condenando implicitamente a zombaria ou indiferença como cumplicidade no fanatismo. Imannuel Kant (1797) disse que alegrar-se com o mal alheio, especialmente injusto, perverte a justiça e a misericórdia, violando a fórmula da humanidade no imperativo categórico. Vale dizer, a ultrapassagem da pena justa é vingança e o júbilo em função disso é moralmente inaceitável. Modernamente, Scruton (1985) situou a moralidade de esquerda em um conceito de assimetria, segundo o qual, fins supostamente virtuosos (igualdade e justiça social, por ex.) justificam quaisquer meios utilizados.
Sim, é disso que se trata, além dos aspectos políticos, a prisão de Bolsonaro tem a ver com a moral que guia esses bolcheviques fora de hora. A forma como os esquerdistas típicos comemoram a prisão e vaticinam a sua morte fala mais deles mesmos do que da vítima da perseguição, revela que para eles a injustiça evidente e a narrativa de uma falsa tentativa de golpe, justificam a prisão de centenas de pessoas comuns e lideranças, se, com isso, forem afastados os opositores ao seu projeto.
Importante saberem os mais ligeiros, que o mundo não acaba agora com essa prisão absurda, o jogo político nunca termina. Jair Bolsonaro não é a luta, ele apenas representa neste momento histórico, necessariamente, a resistência de milhões aos açoites que sofrem diariamente os direitos à vida, liberdade, família, propriedade, religião etc. Acredito que, imolado, ele será fermento em uma massa expansiva, a direita no Brasil não foi acordada para voltar a dormir pela força de golpes de malhetes judiciais. In God, the Truth!
Valterlucio Bessa Campelo escreve semanalmente nos sites AC24HORAS, DIÁRIO DO ACRE, ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites. Seu último livro “Arquipélago do Breve” encontra-se à venda através de suas redes sociais e do e-mail valbcampelo@gmail.com.
















