Menu

Crimes de multidão

Nestes crimes, nem a própria justiça conseguirá fazer um julgamento que seja justo e imparcial.


A chamada individualização das condutas dos integrantes que tenha participado de uma multidão, e desta tenha resultado num crime, continuará a ser num desafio para quem, de direito, a nossa justiça, fazer os devidos julgamentos, até porque, quantificar e qualificar as correspondentes participações, volto a repetir: é desafiador.


Em tais julgamentos, enquanto uns são duramente responsabilizados e penalizados, outros que dele tenha participado e ativamente, do seu planejamento a da sua execução, sequer são citados e continuam livres, leves e soltos.


Em relação ao crime que aconteceu no dia 08-01-2023, reporto-me um dos mais graves crimes contra a nossa própria democracia, qual seja, às invasões e às depredações das sedes dos nossos poderes, como o mesmo  jamais poderia ficar impune restou a nossa própria justiça o desafio de fazer o seu correspondente julgamento, e dada a natureza do crime, o de lesa-pátria, que o mesmo viesse a ser julgado pela instância máxima do nosso poder judiciário, o nosso STF-Supremo Tribunal Federal, posto que, quem diz que o mesmo deveria ser julgado pela primeira instância da nossa justiça, tão somente, mínima a sua gravidade.


Se no meio de uma multidão muitos que se fizeram presentes sequer tinham noção do papel que estavam exercendo e foram duramente penalizados, a estes, nada mais consequente que as suas punições sejam revistas e reavaliadas, e em sendo caso, inocentados, porém àqueles que estimularam, planejaram e financiaram, chega a ser impatriótico se falar em esquecê-los e anistiá-los. Nada disto, nem mesmo a pretexto de abreviar a nossa tão esperada pacificação política.


A nossa pacificação política não se dará enquanto os nossos representantes políticos, particularmente, os nossos congressistas, a quem cabe instituir as nossas leis não abandonarem a ideia que a nossa pacificação só virá quando àqueles que se imaginam candidatos a herói chegarem ao poder, a mesma não virá. Bem disse Bertold Brecht: “maldito é o país que precisa de heróis”.


Quando assisto que as eleições presidenciais de 2026 serão bastante influenciadas pelo Lulismo/Bolsonarismo, justamente, a causa que nos empurrou para a nossa maldita polarização, a mim, nada me parece mais desanimador.


Lamentavelmente, os nossos partidos políticos, mal e porcamente, vem se prestando para acomodar eventuais candidaturas, tanto tem sido assim que, após eleitos, passam a agir consoante os seus próprios interesses, jamais o do partido que havia lhe dado legenda.