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Inerte

O poder judiciário mantém-se inerte e só entra em atividade quando provocado.   


Muitos que questionam determinadas decisões judiciais, inclusive algumas provenientes do nosso STF-Supremo Tribunal Federal, sempre alegam o fato dos seus integrantes não terem sido eleitos e que suas decisões não seriam soberanas. Dizem alguns deles: soberano é o povo.


Não fossem as arbitragens provenientes do nosso aparato judicial, ou mais precisamente, dos seus órgãos e instituições afins, quem julgaria os litígios e garantiria os direitos aos envolvidos nos nossos muitos conflitos?


Os juízes, onde quer que estejam instalados, independente das posições que ocupam e nos vários graus da nossa hierarquia judiciária, não deverão ser eleitos, até porque, se assim fosse, qual a parcela do povo a quem devia homenagens e gratidões? Certamente, aos seus eleitores.


Qual o percentual do povo brasileiro, no meio deles, nossos jornalistas, cientistas, políticos, blogueiros e particularmente, dos nossos eleitores, que considera o ex-presidente Jair Bolsonaro como um perseguido? E qual o percentual deste mesmo povo que o considera um golpista? Em relação ao presidente Lula, pergunto: qual o percentual do povo que o tem na pior e/ou na melhor das contas?


No nosso país, sejamos sinceros: só e somente só, de 4 em 4 anos a nossa soberania popular reaparece, e tão somente, para fazermos as escolhas dos nossos representastes políticos e à posteriori, a sua soberania desaparece, enquanto isto os conflitos emergem.


Falando-se de soberania popular, a polarização que se estabeleceu no nosso país não poderia ser mais perversa e nociva a nossa democracia, até porque, pior do que uma polarização partidária, num país como o nosso, em que os nossos partidos políticos não se dão a respeito é o que ora vivenciamos, de um lado o lulismo e de outro o bolsonarismo.


Bem disse Bertold Brecht: “maldito é o país que precisa de heróis”, e na mesma linha, pergunto: Lula e Bolsonaro fizeram por merecer a honrosa condição de herói. Repondo: não, não e não.


Em vida o nosso imortal rei Pelé, assim se pronunciou: o povo brasileiro não sabe votar. Eu, particularmente creio que ele queria dizer, ou deveria ter dito: às nossas elites não interessa que o nosso povo saiba votar. Vejamos as toupeiras que já chagamos a eleger.


No que desaguará a nossa odiosa polarização, caso a mesma prossiga após a nossa próxima sucessão presidencial? A não ser que as agressões trocadas e que os venenos destilados, sejam lançados na lixeira da nossa história, na melhor das hipóteses continuaremos a ser o país do futuro, mas de futuro que cada vez mais nos distanciamos.


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