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Bocalom já está em campo com o número 22

Estive neste domingo, 03/08, observando a movimentação no centro da cidade, provocada pela manifestação em defesa da anistia aos presos políticos e pelo impeachment de Alexandre de Moraes, o juiz que vem ultrapassando todos os limites constitucionais e agindo conforme lhe dá nas ventas, como diria meu pai. Havia pouca gente, um vereador apenas (Joabe), um deputado estadual Arlenilson), nenhum federal, nenhum senador, ninguém do governo estadual. Vi, basicamente, o entorno do prefeito Sebastião Bocalom e alguns populares.


É claro que nos tempos atuais não é fácil retirar as pessoas de seu descanso, de seu churrasco no domingo, de sua caminhada matinal, para sob sol quente ouvir discursos repetidos. Sem grande mobilização e presença ampla de lideranças, o povo não se alui, mesmo que seja para pedir justiça e freio ao processo de tirania que está sendo imposto à sociedade brasileira pela junta Lula-STF.


Sem elaborações que justifiquem uma análise do evento local, aproveito a coluna desta semana para, discordante de alguns experts na política acreana aos quais rendo homenagem, reafirmar, como venho dizendo há meses, que o prefeito de Rio Branco, Sebastião Bocalom, será candidato ao governo em quaisquer condições, com ou sem apoio do governador Gladson Cameli ou de quem quer que seja. Aponto o cálculo.


Em primeiro lugar, ele quer e quer muito, é seu maior projeto, se vê como predestinado a tomar as rédeas do Estado e promover o seu desenvolvimento, conduzindo uma espécie de “rondonização” para tirar o atraso do Acre. Como dizem os estudiosos da matéria, querer é sempre o primeiro dos requisitos para qualquer empreitada.


Em segundo, ele sabe que essa é a sua última chance. Daqui a oito anos beirará os 80 anos de idade e será mera lembrança no eleitorado. Voluntarioso e obstinado como é, não deixará escapar este momento.


Em terceiro, ele conta com a entrega, nos próximos meses, de importantes obras na cidade, o que daria mais robustez ao seu discurso com óbvia repercussão nas pesquisas eleitorais. Depois de cinco anos de administração sem escândalos de corrupção e vários equipamentos visíveis, é natural que a população o veja em uma perspectiva favorável.


Em quarto, ele faz uma aritmética simples e conclui que partirá com uns 30-40% dos eleitores de Rio Branco e isso já lhe garante uns 15-20% do total. Imagina que mais uma boa campanha no interior, um vice do Vale do Juruá e estará no segundo turno, e aí o jogo recomeça com a probabilidade de contar com o apoio do terceiro colocado (se houver), que seria neste caso a Mailza Assis, contra Alan Rick cuja presença no segundo turno é praticamente certa neste cenário.


Bocalom nunca disse que é candidato, mas (tem sempre um “mas” conveniente) diz que se for chamado se apresentará. Chamado por quem? Ora, chamado pelo eleitorado. Sim, mas como ele ouvirá esse chamado? Entram aí as pesquisas que até agora colocam o intrépido Bocalom à frente da serena Mailza. Exibindo esse argumento, digo, as pesquisas, ele enfrentará qualquer debate acerca de sua viabilidade eleitoral. Em suas contas, no momento certo, os adultos entrarão na sala e, de algum modo, aquietarão a governadora. Se não conseguirem, ele a enfrentará.


Esse é, no meu entendimento, o raciocínio do Tião Bocalom para as eleições do próximo ano. Alguém pode impedi-lo de ser candidato? Não creio. No seu partido, o PL, o senador Marcio Bittar, precisando do seu apoio, não poderá negar-lhe sigla ou impor uma composição por fora de sua candidatura. Somente pesquisas que o tragam abaixo dos índices da governadora poderiam, talvez, quem sabe, oxalá, demovê-lo da ideia, mas até agora isso não é real. Então, recebam Bocalom no jogo, porque ele já está em campo.


Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS, terças, quintas e sábados no  DIÁRIO DO ACRE, quartas, sextas e domingos no ACRENEWS e, eventualmente, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no VOZ DA AMAZÔNIA e em outros sites.


 


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