Sob custódia do nosso próprio Estado, quatro aprisionados morrem todos os dias no nosso país
No ano de 2023, foram registradas 3.091 mortes de presos no nosso país, e entre os anos 2.014 e 2017, este número chegou a 6.368 mortes. A maioria dessas mortes ocorreu pelas mais diversas causas, e a se destacar, as precárias e desumanas condições do nosso sistema carcerário.
Em relação à morte do cidadão Cleriston Pereira da Cunha, presentemente lembrado como Clezão, ocorrida no dia 21 de novembro de 2023, dos 3.091 presos que morreram no mesmo ano, apenas a sua morte tem sido exaustivamente lembrada. E as mortes dos demais 3.090 presos, cujos nomes e seus apelidos sequer se prestaram como notícia. Apor quê?
Quantas páginas dos nossos jornais e quanto tempo as nossas emissoras de rádio e televisões já gastos tratando a morte do Clezão? Em relação aos nossos blogueiros, pior ainda, já que cada um deles, à seu jeito e modo, faz a exploração política que melhor lhes convier, já que trabalham por encomenda.
Dos mais de 800.000 brasileiros que vivem aprisionados, a maioria deles pertence as nossas mais desprotegidas camadas sociais. Pior ainda, são racialmente discriminado. A cor dos nossos aprisionados é predominante negra. Para que esta discriminação seja comprovada basta que tomemos conhecimento da realidade que acontece no interior das nossas penitenciárias.
Enquanto isto, 40.000 brasileiros são assassinados anualmente. Pior ainda: enquanto as nossas autoridades assistem a esta carnificina humana, as nossas organizações criminosas, mais e mais, vão se organizando. Das duas, uma: ou Estado brasileiro se prepara para enfrentá-las ou a nossa insegurança pública, que já é a nossa principal preocupação, só tenderá a piorar.
Não será se politizando a nossa segurança pública que a nossa paz social se fará presente no nosso país. Idéias do tipo: bandido bom é bandido morto e cadeia para toda sorte de crimes, até mesmo para os crimes de baixa periculosidade, não se prestam como solução.
A propósito, o Estado de São Paulo e o Estado do Rio Janeiro, as duas mais importantes unidades da nossa federação são responsáveis pelo surgimento e desenvolvimento das duas mais perigosas organizações criminosas do nosso país, o PCC e o CV.
O próprio EUA, com suas poderosas e bem treinadas polícias não conseguiram e jamais conseguirão deter as ações dos seus criminosos, mesmo que seja o país do mundo que detém o maior número de pessoas aprisionadas.
A nossa polarização política só tem prejudicado a nossa segurança pública, daí a morte do Clezão haver se prestado para os bolsonaristas acusarem os lulistas de serem responsáveis pela sua morte. Clezão morreu em Brasília, na Papuda, esta por sua, encontrando-se sob a responsabilidade de um governador assumidamente bolsonarista.