As investigações realizadas por parlamentares não esclarecem os crimes, apenas os politizam
Em relação as CPIs, e por extensão, as CPMIs, até sabemos como começam, mas nunca como terminam, e isto porque, os seus resultados passam a depender do desempenho teatral dos seus integrantes.
Presentemente, em razão da nossa polarização política, tudo que possa prejudicar o ex-presidente Jair Bolsonaro, político e moralmente, os lulistas não só apóiam como teatralizam, de outro lado, tudo que possa prejudicar o governo Lula, prontamente, os bolsonaristas dão o mesmo troco, a exemplificar, o papel que vem sendo exercido pelo deputado federal Nikolas Ferreira, o mais destacado, diria até os mais exibidos entre os radicais bolsonaristas.
Como os mais experimentados investigadores, antes de pôr “mãos à massa”, buscam identificar a quem o crime mais interessa, nas investigações de natureza política, nas tais CPIs e CPMIs, seus próprios integrantes se dividem, uns desempenhando o papel de acusadores e outros de defensores.
Se nas investigações conduzidas pelas nossas polícias isto também pode acontecer, mas como exceção e não como regra, as investigações conduzidas pela nossa PF-Polícia Federal, bem como as realizadas pelas nossas polícias estaduais, não raro, têm produzido os resultados desejados.
Em geral, as investigações conduzidas por parlamentares, como vem ser o caso das CPIs e das CPMIs, não são os crimes, e sim os interesses políticos que passam a predominar. Na CPMI do 08-01-20223, também denominada de CPMI do gole de Estado, os bolsonaristas fizeram de tripas coração na tentativa de proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, sendo ele, o potencial beneficiário do referido atentado.
Quando o mandante de um assassinato contrata um matador de aluguel, isto para não se fazer presente na cena crime, o fato do ex-presidente Jair Bolsonaro se encontrar nos EUA não o isenta da condição de mandante das invasões que destroçaram as sedes de nossos três poderes.
Outro questionamento: se até o dia 31-12-2022, o ainda presidente Jair Bolsonaro era o comandante em chefe das nossas forças armadas, por que ele não desmobilizou as manifestações populares nas vizinhanças dos quartéis do nosso exército, particularmente, a mais emblemática dela, a que se verificava nas vizinhas do quartel general, em Brasília?
Do teatro patrocinado pela CPMI do golpe, pouco se concluiu, mas em relação às investigações realizadas pela nossa PF, muitas coisas já estão sendo esclarecidas. Por fim: que a CPMI do INSS não venha ser teatralizada, posto que, os crimes praticados pelos assaltantes contra os nossos aposentados vieram das gestões Michel Temer, Jair Bolonaro e Lula.