A Secretaria de Saúde do Estado do Acre (Sesacre) e a Secretaria de Saúde de Rio Branco (Semsa) devem implementar nas próximas semanas ações de prevenção e tratamento voltadas à Febre do Oropouche. A decisão acontece após a emissão de orientação conjunta do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) aos órgãos. As instituições de saúde se preparam para criar protocolos específicos para abordar a prevenção e o manejo dos casos registrados no estado.
Em resposta ao MPF, a Sesacre destacou que as iniciativas contemplarão cuidados específicos para o período pré-natal e neonatal, em conformidade com as recomendações dos Ministérios Públicos. Além disso, está prevista a capacitação de profissionais de saúde para assegurar registros adequados, encaminhamentos e o acompanhamento de pacientes diagnosticados com a febre oropouche, com foco também no acolhimento de gestantes e familiares de pessoas afetadas.
As secretarias também seguirão a Nota Técnica 135/2024, emitida pelo Ministério da Saúde, que orienta sobre a notificação e investigação de casos suspeitos, especialmente envolvendo gestantes, anomalias congênitas e óbitos fetais.
Desde 2023, o MPF monitora as ações do poder público no Acre relacionadas à febre oropouche. O aumento expressivo de casos no estado – 620% entre 2023 e 2024 – acendeu um alerta para a gravidade da situação.
A febre oropouche é uma arbovirose cujos sintomas podem se assemelhar a doenças como dengue, zika e chikungunya. O vírus OROV, responsável pela enfermidade, é transmitido principalmente pelo inseto Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim. Até o momento, não há vacina ou tratamento específico disponível.