A Federação das Religiões de Matriz Africana do Acre – FEREMAAC emitiu nota na última quarta-feira (16), esclarecendo questões a respeito da fala de um homem preso por tentativa de estupro contra uma mulher no Horto Florestal, em Rio Branco, no último sábado (11), que disse em depoimento que poderia ter cometido o crime por influência de um ritual umbanda no qual ele bebeu sangue.
Entenda o caso: Homem que atacou mulher no Horto Florestal diz que bebeu sangue e que estava possuído
De acordo com a nota assinada pelo presidente da federação, Pai Célio Gomes, a fala de Guilherme da Silva Cruz, de 24 anos, em depoimento, merece repúdio e o ritual descrito por ele não faz parte de nenhum costume das religiões de matrizes africanas.
“O relato de que esta pessoa estaria envolvida em um suposto ‘ritual espiritual’ que envolvesse a ingestão de sangue e, de maneira ainda mais grave, o consumo de um cadáver, configura-se como uma incitação à comportamentos inaceitáveis, ressaltando que o mesmo não faz parte de nenhum templo de religião de matriz africana, apenas tem residência próximo a um. Atestamos que as Religiões de Matriz Africana não compactuam e nem praticam tais atos”, diz um trecho da nota.
Em outro momento, a federação chama a atenção ainda para o termo de que a descrição falsa de uma situação envolvendo religiões de matrizes africana possa ampliar o preconceito social, que já é presente. “Essas declarações ultrapassam os limites do respeito, da ética e da moralidade, promovendo o Crime de Racismo e Intolerância Religiosa, colocando em risco a saúde mental e física do povo das religiões de Matriz Africana e a segurança da sociedade como um todo”, afirma Pai Célio.
A instituição termina o documento pedindo que as autoridades investiguem as afirmações de forma rigorosa e garantindo à sociedade a seriedade nos cultos.
Veja a nota completa: