O Boa Conversa, com a presença dos jornalistas Marcos Venicios, Astério Moreira e Luís Carlos Moreira Jorge, repercutiu nesta sexta-feira, 15, os assuntos mais importantes da política no Acre.
Aliás, no programa de hoje, um tema nacional e preocupante abriu o programa. O primeiro assunto foi a explosão de bombas em frente à sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, que culminou com a morte de um militante de extrema-direita.
Para os jornalistas, está claro que o atentado é resultado da política de ódio que se instalou no país nos últimos anos. “Ninguém pode ser acusado diretamente, mas esse discurso de ódio que começou com o ex-presidente Bolsonaro, induziu as pessoas a atos radicais, como, por exemplo, a invasão de 8 de janeiro”, disse Luís Carlos.
O colunista também comentou sobre o pedido de pacificação feito pelo ex-presidente após o atentado. “Deveria ter sido feito isso após a eleição, mas não o fez e esse atentado fica na conta do clima de ódio, de não reconhecer a derrota, não é um ato isolado, democracia não se faz om ódio, com raiva”, acrescentou.
Para Astério Moreira, Bolsonaro tem se tornado refém da política odiosa que criou. “Ele é refém, de certa forma, do mostro que ele mesmo criou. Quando você ver um cara como Silas Malafaia, que era seu apoiador, começa a criticá-lo, mostra que há um ponto fora da curva”.
No entanto, o assunto que mais provocou divergência no programa foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pelo fim da jornada de trabalho, conhecida como 6×1. “Vai ser um processo longo, mas que o debate é o mais importante. O discurso de que o país vai quebrar não cola, isso já foi usado quando a criação do salário mínimo, depois do décimo terceiro e de outras conquistas trabalhistas”, disse Astério.
Para Luís Carlos, a proposta, caso seja aprovada, é um incentivo ao ócio. “Vai ser um desastre para o comércio e para a indústria. É um incentivo ao ócio. Sobre todos os deputados federais terem votado pela tramitação é muito fácil. Governador, prefeito e parlamentar não sabe de onde vem o dinheiro, todo mês tá na conta, o que quebra é a iniciativa privada”, disse.
As duas polêmicas envolvendo dois Projetos de Leis na semana também foram discutidos. Um deles, o Bíblia na Escola, já foi até sancionado pelo prefeito. Luís destacou que o Estado é laico e isso precisa ser respeitado. “Eu também sou cristão, a questão não é essa. O problema é que a Constituição diz que o Estado é laico. Então que rasguem a constituição”, disse.
Marcos Venícios lembrou da polêmica em torno de uma proibição de apresentação cultural de alunos, ligados a religião de matriz africana da Escola Alcimar Nunes Leitão, localizada no Conjunto Universitário, que está sendo investigada pelo Ministério Público do Acre.
A outra polêmica é relação a aprovação do PL que proíbe a presença de crianças na Parada do Orgulho LGBTQI+. Foi lembrada que a própria Procuradoria Geral da Câmara foi contra. “A Procuradoria Geral do Município já disse que é inconstitucional, a Câmara não tem poder para regular o comportamento da família de ninguém”, disse Luís Carlos.
Como última polêmica, os jornalistas debateram a relação entre Assembleia Legislativa e Governo após os deputados derrubarem o veto do governador ao PL do deputado Pablo Bregense (PSD) que institui a semana de conscientização da doença e a classifica como deficiência. O PL havia sido vetado pelo governo por conta do aumento que pode causar em razão de dar direito previdenciários aos portadores.
“É um assunto que precisa ser melhor tratado, não vai ser esse PL que vai quebrar o Estado, não estão propondo gastar milhões em decoração natalina. Outra coisa, estão sendo contra, sem nem saber o impacto financeiro disso”, afirmou Luis Carlos.
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