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Bocalom sanciona Bíblia nas escolas em Rio Branco e vereador Arnaldo Barros diz que locais ensinarão o que é homem e mulher

Foto: Whidy Melo
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O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, sancionou nesta segunda-feira (11) a lei que autoriza a leitura da Bíblia como recurso facultativo nas escolas da rede pública e particular de ensino do município de Rio Branco. A sanção ocorreu no auditório da Secretaria de Infraestrutura de Rio Branco (antigo Mira Shopping, ao lado da prefeitura), e reuniu pastores de variadas denominações evangélicas, o padre Manoel de Jesus, e foi seguida de coffe-break.


No início do evento, o vereador Pastor Arnaldo Barros, proponente da lei, disse que a ideia surgiu da ocorrência de crimes nas escolas e no conceito bíblico de “homem e mulher”. “Há uma preocupação muito grande, nós que somos líderes, pastores, nós temos que estar atentos, adolescentes militando no crime, então surgiu essa ideia de a gente trabalhar a mentalidade dos nossos jovens. Eu dizia ao Arnaldinho que é meu filho: ‘Arnaldinho, quem foi o primeiro casal da Bíblia?’ E o Arnaldinho dizia ‘Adão e Eva, pai’ então Arnaldinho ele é instituído, ele sabe que o homem tem que ser marido de uma só mulher, uma vez que nasceu homem, ele tem que permanecer sendo homem e uma vez que nasceu mulher, tem que permanecer sendo mulher, então nossos filhos vão estar sendo ensinados dentro da sala de aula”, disse Barros, ao que foi aplaudido pela plateia.


Foto: Whidy Melo

Tião Bocalom comentou que a sanção ocorre mesmo após orientação contrária do Ministério Público e falou que a união entre religiosos é fundamental para evitar uma reação à sanção. “Eu fui orientado pelo Ministério Público a não sancionar. Eu quero dizer que eu vou sancionar porque eu tenho convicção daquilo que estou fazendo. Eu tenho convicção de que nós temos que continuar lutando contra esse tipo de comportamento que está existindo aí. Eu via hoje de manhã cedo, alguém me mandou um mapa, aonde essa geração woke [entenda o termo no fim da matéria] tomou conta do Canadá. Nos Estados Unidos, 17%. 73% ainda não entraram nessa. Mas no Canadá, 90%. Então gente, ou a gente parte para fazer a defesa daqueles princípios que nós acreditamos. Gente, eu tenho que defender aquilo que eu acredito. Eu tenho certeza que cada um de vocês que estão aqui precisam falar com os seus amigos, os demais pastores, o padre falar com os demais padres, para que todo mundo fale a mesma coisa, para que esses dois vereadores não tenham problemas mais sérios, mais na frente, e que eu também não tenha, porque se todo mundo partir para a defesa, tenho a certeza de uma coisa, eles não vão ficar tão fortes, assim é o ponto de nos prejudicar”, afirmou.

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Ao fim do evento, em coletiva, a reportagem perguntou ao prefeito Tião Bocalom e ao vereador Arnaldo Barros se a tramitação de um projeto de inclusão de materiais de religiões de matrizes africanas, por exemplo, também seria bem recebida.


Foto: Whidy Melo

“A Câmara é quem decide. Se eles decidirem, eu não vejo nenhum problema, entendeu? Porque daí cada um vai estudar o que quiser. Aquele que quiser estudar o Candomblé vai estudar, quem quiser estudar o catolicismo, o cristânimo vai estudar, acabou. Isso é liberdade”, disse Bocalom.


Já Arnaldo Barros evitou uma resposta direta, mas afirmou que votará a favor de todos os projetos que forem agradáveis aos olhos de Deus. “Nós respeitamos todas as religiões e vou deixar claro, eu acredito 100% que todas as coisas cooperem para o bem daqueles que amam a Deus. Todos os projetos que a gente perceber que são agradáveis, nós iremos aprovar. A gente só precisa analisar os projetos. Analisando os projetos, nós temos a capacidade de raciocínio para saber o que é bom e agradável aos olhos de todos, principalmente aos olhos de Deus”, pontuou.


Foto: Whidy Melo

O assessor especial para assuntos jurídicos do Gabinete do Prefeito, Jorge Bezerra, afirmou ao ac24horas que a Procuradoria Geral do Município garantiu que a lei é constitucional.


*Woke (pronúncia em inglês: [‘wouk]), como um termo político de origem afro-americana, refere-se a uma percepção e consciência das questões relativas à justiça social e racial.


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