Nos últimos anos, por falta de objetividade e de argumentos sólidos que possam demonstrar algum problema ético na oposição, o lulopetismo encruado na imprensa escolheu uma palavrinha tão genérica quanto desonesta, para se referir aos adversários. De cima a baixo, do presidente ex-condenado ao vereador da corrutela, da TV Globo ao tuíte do Zé Ruela, quem não for lulopetista é “extremista de direita”. Não importa o que isso signifique, o fato é que acusar o opositor de pertencer à extrema-direita basta para incriminá-lo, nem precisa explicar o seu significado.
Sem muito esforço, se percebe nessa postura um misto de extrema militância e extrema ignorância. A primeira, é aquela condição em que o sujeito conscientemente se coloca como um soldado a serviço de uma causa, obedecendo ordens ou pagamento. Ele sabe que aquilo não tem nada de extremismo, mas, como faz bem ao lulopetismo, se dana a classificar o fato ou o adversário de extremista. É como um insulto gratuito. Fazem a mesma coisa com “negacionista”, “fascista” etc. Por esta via, o lulopetismo propaga contra o adversário, pechas falsas, injustas, mas facilitadoras de sua faina diária de mentir e enganar. É o uso da linguagem para manipular as mentes mais susceptíveis à propaganda.
A segunda condição, a de ignorante, como já dizia Platão, leva à estupidez. Pergunte-se a qualquer destes que vociferam contra os adversários qual o significado do termo “extremista de direita” e descobre-se que normalmente eles não sabem do que se trata. São cérebros que funcionam no automático. Se o lulopetismo do andar superior, seja no executivo, no judiciário, no parlamento ou na imprensa, diz que fulano é “extremista de direita”, a mente do energúmeno, funcionando no automático, apenas repete o “bordão”, ignorando o que seja extremismo e, mais ainda, o que seja a chamada direita política.
Quando essas duas condições se reúnem, ou seja, o sujeito além de soldado do partido, é ignorante (fato bastante comum), temos o extremamente estúpido que vive no noticiário, nos auditórios e nas mídias, de dedo em riste, acusando de extremista todo aquele que não se curva ao lulopetismo.
Ora, aquilo que a grande mídia amestrada pelo lulopetismo aponta como posições extremadas são muito conhecidas para justificarem o empurrão ideológico, senão vejamos. De que trata o “bolsonarismo”, representante máximo do “extremismo de direita” que não sai da boca desses mentecaptos? Respondo de modo bem sucinto como permite o espaço.
- Defesa da vida – significa considerar objeto de defesa a vida desde o seu princípio ainda no ventre da mãe, sem concessão ao aborto, assassinato que é. Também significa o direito de autodefesa e de terceiros, o que implica usar armas contra aquele que constituir injusta ameaça.
- Defesa da liberdade – é a defesa de todas as liberdades individuais, maximamente do direito à livre expressão, sem concessão nenhuma à censura.
- Defesa da família – quer dizer a defesa da instituição familiar como célula mater da sociedade, cabendo ao núcleo familiar, primeiramente, a educação e proteção dos filhos, especialmente em seus aspectos éticos e morais.
- Defesa da propriedade – é a defesa do direito a possuir como seu e dele desfrutar, qualquer bem que adquira, respeitados os princípios da exclusividade, optabilidade, perpetuidade e inviolabilidade.
- Defesa da pátria – é basicamente a defesa da Constituição Federal e dos interesses nacionais contra agressões, cobiça ou ameaças externas.
Pronto. Está aí a pauta que no dizer do lulopetismo da redação global, ou da legislação, ou da ação qualifica um “extremista de direita” com ambições de criminalização. Como se vê, de extremista o Bolsonarismo não tem nada, o que, aliás, explica os altos índices de popularidade que alcança (o dobro do lulopetismo) em uma sociedade que na mesma pesquisa se coloca majoritariamente de centro-direita. O extremismo que não aparece na sociedade, nem na direita, é dominante apenas na imprensa amestrada, só que não é por acaso.
A extrema estupidez, que abarca o extremo-militante e o ignorante, é a arma preferida do lulopetismo para destruir reputações e se esquivar, pela generalidade e domínio linguístico, de dar explicações sobre o governo desastroso em curso. Por exemplo, a qualquer pessoa que pergunte sobre a incompetência da gestão federal na tragédia do Rio Grande do Sul, basta responder que a crítica vem de um extremista e mandar silenciá-lo. Este é, explicitamente, o alvo do Ministro Paulo Pimenta (o “montanha” na lista da ODEBRECHT), quando pediu à justiça para ir em cima de qualquer um que critique ao governo. Para ele, se criticar, é extremista e “estamos conversados”.
A extrema estupidez, infelizmente, percola e alcança os confins do Brasil. De São Paulo ao município do interior do nordeste com 2 mil habitantes, haverá um lulopetista pra chamar o adversário de extremista de direita, porque viu na Globo. Este é, penso, mais um motivo para que a campanha eleitoral de prefeitos seja ideologizada, pois desse modo se poderá aproveitar os espaços de debate para esclarecer quem é o quê e demonstrar a sujeira do dedo que acusa a todos de extremistas.
Valterlucio Bessa Campelo escreve às segundas-feiras no site AC24HORAS e, eventualmente, no seu BLOG, no site Liberais e Conservadores do jornalista e escritor PERCIVAL PUGGINA, no DIÁRIO DO ACRE, no ACRENEWS e em outros sites. Quem desejar adquirir seu livro de contos mais recente “Pronto, Contei!”, pode fazê-lo através do e-mail [email protected]