Com nome pomposo e casas construídas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, em parceria entre os governos federal e estadual, com aporte de recursos por meio da Caixa Econômica Federal, o Conjunto Macauã é, visivelmente, uma das áreas residenciais de pior estrutura de ruas e saneamento básico de Rio Branco.
Convidado por moradores, o videomaker do ac24horas, Kennedy Santos, foi até o bairro conhecer a realidade de quem vive no lugar. A situação encontrada surpreende pelas péssimas condições de trafegabilidade das vias públicas que em grande parte não mais permitem a entrada de veículos.
Na rua Sumaré, a impressão que se tem é de que uma enxurrada passou por ali. Liberdade, uma das moradoras, fala do abandono. “É só promessa. Só vêm aqui no bairro quando é tempo de eleição”, conta ela, que é mãe de uma criança autista que tem dificuldade de ir às aulas por conta da situação.
Outro morador, dono de um pequeno comércio, diz não saber de quem é a responsabilidade sobre as melhorias a serem feitas no bairro. “Uns dizem que é a Caixa Econômica e outros que é a prefeitura. O que sabemos é que nenhum dos dois faz nada por nós”, afirma.
Um casal diz que quem tem carro sofre. “A gente entra na nossa garagem de ré”, diz a mulher que acrescenta que há problemas de esgotos estourados e que já acionou o Saerb sem ser atendida. “Os carros atolam no seco”, diz o esposo.
Se não fosse o bastante as péssimas condições das ruas, o bairro também tem o problema de descarte inadequado de lixo e de móveis velhos. Até um colchão em desuso foi encontrado à margem de uma das vias públicas.
Kennedy Santos encontrou também uma moradora com a consciência de que a obrigação de manter o bairro não é apenas da prefeitura. “O pessoal acha que é só a prefeitura que tem que limpar, mas as pessoas têm que limpar o seu quintal, a sua frente, fazer a sua parte”, diz.