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OUTROS CARNAVAIS

O acreano tem uma expressão própria da folia?

Não se trata de fazer uma leitura saudosista da festa de carnaval. A ideia não é obedecer à lógica do “o que é bom ficou no passado e nada mais serve”. O propósito do texto deste domingo é fazer com que o leitor busque refletir se o acreano, ao longo desses poucos mais de 100 anos de historiografia oficial, conseguiu construir uma “identidade foliã”. Nas conversas com quem gosta da festa e tem mais de 60 anos, a frase mais ouvida é: “tínhamos ‘carnaval de rua’ aqui…”; ou “... o carnaval nos clubes acabou…”. A pergunta é: o que essa lacuna, iniciada na segunda metade dos anos 90, revela sobre as nossas identidades?
por Itaan Arruda
“Voa, Canarinho, voa/ Mostra pra esse povo que és um rei…” . A música do craque Júnior embalou a esperança de milhões de brasileiros na Copa de 82 na Espanha. Unia elementos que fazem a fama do Brasil: futebol, samba, carnaval. O Acre também deixou-se levar pelo ritmo e pela frustração da derrota para a Itália. Choramos juntos. E esse choro pode ser revelador, inclusive daquilo que não somos. Explica-se:

A CENA

Em 1982, aqui pelo Acre, para fazer um recorte ainda vivo na memória de muitos, a cena carnavalesca era muito mais intensa. Não é saudosismo. É história. Além dos diversos prostíbulos do antigo Papoco (atual D. Giocondo), em que cada casa fazia uma espécie de mini-carnaval; além do Nosso Clube (salão de festas localizado onde hoje é o Supermercado Araújo da Isaura Parente); além do Barracão do XV; além do Sborba, Tentamen, e outros espaços, como a sede social do Vasco da Gama, havia as duas maiores expressões dos carnavais de clubes: Rio Branco e Juventus.
Esses dois espaços reuniam três grupos: a elite local; quem achava que era elite e quem queria ser do grupo que se achava parte integrante da elite. Sem dúvida, Rio Branco e Juventus faziam os bailes mais organizados e mais disputados da cidade. Dizer que havia participado do “Vermelho e Branco” ou do “Vermelho e Preto” conferia uma espécie de status. Havia um quê de chic.
Eram eventos que movimentavam o comércio local. Lojas de confecções, bijouterias, costureiras... as Casas Pernambucanas e os Tecidos Cuiabá caprichavam nos pedidos de rendas e tecidos nas cores preto, branco e vermelho. Era venda certa. Não sobrava estoque.
Na cena carnavalesca dos anos 70 e 80 também havia os passistas, os ritmistas, as evoluções, os samba enredos, as alegorias das Escolas de Samba, com as comissões de frente, carros alegóricos. Isso também agitava parte da Rio Branco da época. Um movimento muito similar ao que acontece hoje com as Quadrilhas Juninas. Havia pelo menos quatro ou cinco Escolas de Samba grandes que desfilavam na Getúlio Vargas.
Costurando tudo isso, havia a forte presença do nosso Cartola Acreano, um nome que é reverenciado até hoje nas rodas de samba daqui. Jofre Barbosa da Costa. Dito assim, não comunica muito. Mas quando se fala Da Costa, o choro no cavaco soa mais sofrido. Pedreiro por profissão, Da Costa alcançou a maturidade quando o carnaval por aqui teve Os tempos áureos. Mas é preciso reconhecer que a simplicidade das letras e a melodias do mestre Da Costa não atendiam ao nervosismo que aquela juventude exigia. Há um quê de sofrimento na produção do Da Costa que não rimava com o frenesi juvenil.
O primeiro negro acreano a gravar um disco; um pedreiro com formação musical vinda do pai marceneiro; a discriminação sofrida ao longo da vida, em boa medida, estão tatuadas em uma melodia melancólica e linda. Quem ouve Conselho amigo sente isso nos primeiros acordes. “Oh… Rapaz! Ouça! Preste bem atenção ao que eu vou lhe dizer! Essa mulher, pouco a pouco, vai acabar com você…” Outro clássico do mestre, Acre querido, também é símbolo dessa forma de expressar o sofrimento em forma de samba.
Da Costa foi o primeiro acreano negro a gravar um disco. O pedreiro que se fez sambista tinha melodias simples e melancólicas. Fonte: dacostadoc.blogspot.com

Basicamente, a cena era essa. Não há muito mais: os clubes; o poder público apoiando no que era possível, a existência das Escolas de Samba, dos blocos e os raros diplomatas do samba acreano, representados na figura do mestre Da Costa. Derivações dessa diplomacia, como outro orgulho acreano, Sérgio Souto, e mais recentemente a joia Bruno Damasceno já fazem parte de um outro momento.


Da Costa-"O Catraieiro"

O PROBLEMA

Houve um instante. Houve um momento de síntese em que esse cenário começou a ruir. E esse recorte dialoga com outro cenário: o cenário político. É bem verdade que já no início dos anos 90, o contexto começou a mudar. A crise econômica nacional gerada pelas decisões do governo Collor também atingiu a cena carnavalesca acreana. Isso deu o ritmo nas gestões de Romildo Magalhães, Orlei Cameli. E trouxeram uma imposição à gestão de Jorge Viana. E essa imposição teve consequências traumáticas.


Quando assumiu o governo, a Frente Popular se auto impôs a condição de estabelecer referenciais novos não apenas na arena da gestão, mas até mesmo no plano estético. No que se refere à cena carnavalesca, por exemplo, houve mudanças. O esforço era para estabelecer uma relação entre a folia (uma condição do calendário cultural do país) com a história acreana, com os referenciais e os valores sugeridos pelo então Governo da Floresta (uma condição do cronograma político local).


Não deu outra: a solução foi se amparar no passado. O Carnaval como Antigamente sugeria muita coisa, inclusive, uma festa sem violência, um problema que já fazia parte da agenda pública.

A meu ver, o que concorreu para o final dos carnavais nos clubes foi a concorrência do Estado e do Município. Esse foi o fator principal, avalia Deusdete Júnior, que já presidiu o Atlético Clube Juventus. Eles pagam bandas caras, sem autorização, porque não precisam, não é? Eles são o poder público. Enquanto que os clubes têm que pagar tributação, autorização de tudo quanto é órgão, ambiental, Secretaria de Segurança Pública, Ecade e segurança privada. Ficou muito caro para os clubes porque o Estado e o Município passaram a querer arrecadar em cima dos trabalhos dos clubes. Enquanto o Estado e Município têm a Polícia Militar e a Polícia Civil para dar segurança nos eventos que fazem nas ruas, na Gameleira, e pagam bandas e cantores que vêm de fora em uma concorrência que não é leal e nem justa para os clubes.


Sede social do Rio Branco completamente destruída: processo de tombamento não realizado. Os agentes privados devem retomar, após referendo do Ministério Público. | Crédito: Sérgio Vale
A fala de Deusdete Júnior é fiel ao que pensa a maior parte dos dirigentes de clubes. Tirando uma ou outra linha de argumentação isolada, a maioria pensa dessa forma: credita ao Estado e ao Município a falência da cena carnavalesca acreana.

IDENTIDADE

A questão da identidade é complexa. A começar pela singularidade. Existe apenas uma identidade? Se é quase impossível, na formação de um povo, preservar-se essa pureza exclusiva, então sustentemos a pergunta: quais são as nossas identidades? E, relacionando isso à folia, ao pagode, ao folguedo, à quarta dionisíaca, quais identidades o carnaval construído por aqui deveria observar e preservar?
O problema que o fator político regional impôs e que os gestores do samba e dos carnavais de clube não souberam refletir foi direto: era preciso construir novos referenciais estéticos que preservassem nossas identidades culturais e expressassem isso na festa. Em uma pergunta: como fazer um carnaval com a cara do Acre?
Os dirigentes não queriam saber dessas discussões. Eles queriam o que sempre tiveram: isenção de taxas, apoio na compra de insumos para as alegorias, instrumentos para bateria, dinheiro para cachê do puxador do samba enredo e outros detalhes para realização dos desfiles. A busca dos dirigentes do samba aqui no Acre era fazer da Getúlio Vargas uma réplica da Marquês de Sapucaí. É claro que nunca conseguiram. E é claro também que esse mimetismo da cena carnavalesca carioca incomodava o Governo da Floresta.
Com o tempo, ficou claro também que nem o Governo da Floresta e nem suas derivações conseguiram revelar, no carnaval do Acre, os valores e as identidades regionais. Resumindo: o governo não soube responder, na prática, o que ele mesmo impôs aos dirigentes de clubes e escolas de samba, já agonizantes.
Houve esforço nessa busca, é verdade. Mas as respostas foram muito tímidas. Uma tentativa que encontrou concretude, por exemplo, foi a Marujada, um folguedo que revela nossas raízes nordestinas: uma festa de marujos, envoltos em motins e tempestades, que chegou ao Acre por Cruzeiro do Sul, já vinda de Manaus.
A Marujada é o melhor exemplo da tentativa de resgatar valores e expressões de identidades regionais na festa de carnaval acreano. Na foto, Mestre Aldenor, conduzindo mais um motim em meio a tempestades. Quase um ano sem o canto do mestre

São exemplos como esse da Marujada que colocam o carnaval acreano em um processo de construção identitária muito diverso do que se pratica em grandes centros como Rio de Janeiro, Recife, Salvador ou até mesmo São Luiz.


Uma última equação: se a Geografia explica muita coisa, inclusive a guerra, como já foi dito, como é que ela explicaria o espírito do acreano pouco afeito ao carnaval? Reparemos com algum rigor: os carnavais nos clubes; o carnaval nas ruas; os blocos carnavalescos como eram apresentados, além de não representar em nada a cultura, o folclore e as identidades acreanas, abarcavam quanto do povo daqui nos tempos áureos?


Eram poucos. Comparado à totalidade do povo, os que frequentavam esses ambientes eram poucos. A maior parte não ia. Certamente, a falta de dinheiro era um fator importante. Mas não apenas isso. O que não havia, de fato, era identidade.
A alegria fácil; o sorriso fácil; o gesto de encanto; a dança que oferta prazeres não são traços típicos de quem sempre viveu isolado, apartado de oceanos, portos e contatos com outros povos o tempo todo.

Quem veio para cá e aqui quis ficar decidiu não motivado pela alegria. Geralmente, ou foi fugindo da miséria; ou querendo lucrar e ir embora; ou por motivos tão pessoais que desautorizam qualquer especulação. Em síntese: o clichê de um povo alegre não cabe ao acreano. Serve, no máximo, a uma ou outra peça publicitária de lojas e governos.


Carumbe Marupiara Jabuti Bumbá é uma tentativa dos Irmãos Farias de fazer o que o movimento Modernista se propôs: apreender a cultura externa, processar e expressar com respeito à diversidade e à História locais

Crônicas da Folia

Suspeitas

Marães Câmara era um dentista por demais conhecido para passar despercebido por qualquer lugar, apesar da aparência comum. Baixa estatura. Magro. Cabelos pretos, lisos e poucos. E outras duas características que eram suas marcas registradas: o bigodinho caprichosamente malandro e a voz fanhosa, que denunciava, por onde passava, uma inquietude e uma pressa danadas pelo prazer e pela risada. Um boêmio nato.
Necessário dizer que ser dentista na Rio Branco do fim dos anos 70 era quase ser uma autoridade com passaporte diplomático. Frequentava todos os ambientes sem receio de nada.
Ainda mais com a companhia parceira de tantas farras, Garibaldi Brasil. Era uma dupla necessária e presente em muitas crônicas da imprensa local.

Nos idos de 77… 78, Rio Branco vivia em convulsão social. O êxodo rural, com a falência dos seringais, os conflitos agrários provocados pela ação dos paulistas e a consolidação da pecuária faziam a cidade se transformar em miséria e em desorganização urbana. João Eduardo fazia barulho na periferia e os freis marianos organizavam as Comunidades Eclesiais de Base.


Essa Rio Branco cheia de contradições fantasiava a tristeza no Carnaval. Mesmo quem não podia, espremia o sangue ralo e os poucos cruzeiros do bolso na compra de roupas com as cores certas para desfilar o orgulho anual: o sofrimento de um ano inteiro acochados em quatro noites que poderiam ser eternas.

O Vermelho e Preto, baile do Atlético Clube Juventus, reunia a elite. Tinha essa fama. O Vermelho e Branco, a festa rival, também tinha boa dose de glamour. Mas era mais popular. Era inegável. Era visível. Mesmo porque, o Rio Branco já tinha uma história mais longa, ao contrário da turma juventina, recém chegada à cena carnavalesca.


Pois eis que foi em uma noite do Vermelho e Branco que Marães Câmara resolveu iniciar os encantos mais cedo, ainda no período da tarde. E não foi em um lugar qualquer. Foi lá pelas bandas do Papoco. Era uma conhecida região de meretrício da cidade. Todas as mulheres do Papoco já tinham os ouvidos calejados de promessas. Inclusive daquelas feitas por Marães.

Quando se aproximava das 10 horas da noite, o dentista olhou para o relógio. Sabia que o baile começaria em breve. Decidiu levar duas cocotes para o salão. Nada mais justo, calculou. Predial, uma figura controversa da comunidade do Papoco, estava no bar com o seu blackpower poderoso e seu charme enigmático. Antes de sair do bar com as companheiras, Marães confidenciou alguma maldade ao ouvido de Predial que sorriu, com a safadeza típica de um macho que calcula.


Entre risadas e tropeços, Marães Câmara chegou com as duas moçoilas na frente da imponente e iluminada sede do Rio Branco Futebol Clube. Estava radiante naquela noite. A banda ainda não havia iniciado pra valer, mas a movimentação era grande na frente do clube.
E lá vêm os três. Marães ao meio, já anunciando a presença com a voz fanhosa e imperial.
E foi caminhando com toda a alegria e autoridade de tantos outros carnavais para a entrada do clube, quando foi surpreendido pelo chefe da segurança do baile, acompanhado de outros dois colegas. Sisudos. O chefe, mais velho e menos carrancudo, abriu os braços.
_ Doutor Marães! Boa noite!
_ Égua! Que porra é essa?!
O homem se aproximou do dentista, diplomata da boemia acreana, em tom quase confidencial, como se quisesse evitar problemas.
_ Doutor Marães, o senhor não vai poder entrar!
_ Quem disse? Por que não?, estranhou o diplomata.
_ Doutor Marães… essas moças…!
_ O que têm essas moças?
_ São mulheres suspeitas, não são, Doutor Marães? São moças de condutas duvidosas!
A banda começou pra valer. “Daqui não saio/ Daqui ninguém me tira…” Bêbado, Marães arregalou os olhos ao terminar de ouvir a sentença do chefe da segurança do baile. Na sequência imediata, espremeu o rosto ao olhar para um lado e outro e ver aquelas duas mulheres lindas e sorridentes, apesar de tudo.
_Conduta duvidosa têm as que estão aí dentro. Essas aqui são putas mesmo! A gargalhada de quem estava tentando entrar e ouviu o debate foi geral. Marães e as meninas não se deixaram abater. Viraram as costas para o Vermelho e Branco. Continuaram rindo e tropeçando em todas as cores pelas ruas e por outros salões de Rio Branco naquela noite.
“Atravessamos o deserto do Saara/ O sol estava quente e queimou a nossa cara…!”

O fura-fila

O Juventus prometia naquela noite de carnaval. O trânsito na Getúlio Vargas estava um inferno já bem antes do Pronto Socorro. Havia um clima de alegria que não se sabia bem o porquê. Parecia excessivo, como todo carnaval.

As barracas com raspadilhas, cervejas, cachaças estavam lotadas. Era gente sorrindo, gente gargalhando, gente já se danando lá por trás da Estrada Velha de Porto Acre, antes mesmo de o baile começar. A banda ainda estava passando o som, mas a rapaziada já anunciava alguma impaciência.


A sede d’A Gazeta, o jornal de maior prestígio à época, ficava na Avenida Getúlio Vargas. Fazia fundos com a sede do clube. O que pouca gente sabia era que, naquele ano, a direção do jornal havia adquirido uma máquina impressora de primeiro mundo. Veio da Alemanha.


Era uma coisa medonha, enorme e trouxe uma qualidade de impressão incomparável com os jornais regionais.
Foi em função dessas dimensões da máquina que a história do parque gráfico do jornal se confunde com a folia naquele ano no Juventus. Para que a máquina conseguisse entrar no local definido foi necessário quebrar uma parte do muro da divisa com o clube.

O baile já estava quase no horário. Havia uma ansiedade da parte de quem havia comprado o ingresso e estava doido para fazer estripulias naquele Vermelho e Preto.


Foi nesse momento que um dos sócios do jornal A Gazeta, empresário Roberto Vaz, resolve dar uma passadinha pelo Juventus “pra ver como é que tá”. Ao passar em frente ao jornal, percebeu uma movimentação estranha na parte ao lado da porta de entrada.


Desceu do carro e foi driblando os foliões até chegar em frente ao jornal. Definitivamente, havia algo errado. Olhou com cuidado e viu que havia uma fila de pessoas que começava na beira da Avenida Getúlio Vargas em direção ao muro que fazia divisa com o clube. Ele foi entrando e começou a conversar com pessoas conhecidas que encontrava ao longo da fila.

_ E aí, rapaz?! Tudo bem?
_ Tudo bem! Rapaz, hoje parece que vai ser bom aí, hein?
_ É… vai sim!
Mais dois passos, mais outra pessoa conhecida.
_ Rapaz, você não foi lá na loja…! Tem que passar lá, porra!
_ Eu vou lá! Eu vou lá!
_ Marrapaz… me diz uma coisa: o que é que tá acontecendo aq…
Vaz nem chegou a terminar a pergunta ao colega que encontrou na fila. Foi repreendido antes.
_ Ei! Seu gordinho gaiato! Não é pra furar a fila, não! Vá lá pro fim da fila, gaiatinho!


O vigia do jornal, certamente combinado com parte da segurança do clube, havia montado um esquema de bilheteria paralela: aproveitou o buraco aberto no muro para passagem da impressora para permitir que pessoas que não tinham conseguido ingresso entrassem para a folia mais badalada da cidade pela metade do preço. Como estava escuro no local, o vigia não percebeu que havia repreendido o próprio patrão.
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Itaan Arruda

Jornalista, apresentador do programa de rádio na web Jirau, do programa Gazeta em Manchete, na TV Gazeta, e redator do site ac24horas.


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