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Os símbolos de glamour em Hollywood

Desde sempre, ao criar elementos para imprimir glamour aos filmes, Hollywood acaba por ditar hábitos de consumo. Roupas, jóias, perfumes e automóveis saíram das telas para o cotidiano das pessoas e se tornaram objetos de desejo, em movimento que mostra como a vida imita a arte. E como imita!


Não raro, os icônicos objetos têm por trás histórias reais instigantes, como o colar usado por Anne Hathaway no filme Oito Mulheres e Um Segredo (2018). Lá pelos idos de 1931, a joia foi criada para um homem – o poderoso bilionário indiano Shri Sir Ranjitsinhji VibhajiShri, mais conhecido por Marajá de Nawanagar.


Mas, assim como aconteceu com o marajá após a morte dele, o original sumiu, provavelmente desmontado para servir de base a outras tantas joias. Hipótese possível, dado o número de gemas utilizado – 136 quilates de diamantes azuis-brancos e um diamante verde de 12 quilates. O colar que enfeita o colo de Anne Hathaway no filme é uma réplica criada pelos estúdios Cartier especialmente para o longa.



Oito Mulheres e Um Segredo arrecadou bilheteria de 300 milhões de dólares, nem perto do que poderia valer hoje o glamouroso colar, com o quilate de diamante custando por volta de 10 mil dólares. Mas, nem só de jóias caríssimas vive o cenário hollywoodiano, capaz de transformar uma esfera giratória – a roleta – em um dos mais formidáveis exemplos de glamour.


Tudo começou com o icônico filme “Casablanca” (1942), estrelado por Humphrey Bogart, a arrancar suspiros das nossas avós. Não parou mais. O charme da roleta é ícone do glamour dos cassinos que conseguiu inclusive ser muito bem reproduzido nas plataformas online. Com a vantagem que, pelo celular, você não precisa colocar seu smoking para jogar.


Seguiram-se campeões de bilheteria nos quais a roleta rouba a cena, tais como The Sting (1973), com Robert Redford e Paul Newman; e 007 – Diamantes São Eternos (1971). Nesse e em vários outros da série 007, a roleta é protagonista.


A migração do jogo para o mundo virtual é um processo que parece inexorável dado o número crescente de adeptos que desembarcam nas plataformas todos os dias. Não será surpresa se Hollywood juntar os dois mundos, e em breve veremos o glamour da roleta em alguma ficção científica futurista.


Abram alas para o Ford Mustang


O Mustang fez sua incursão na telona em Um Homem, Uma Mulher (1966), dirigido por Claude Lelouch, com Jean-Louis Trintignant e Anouk Aimée. Dizem, mas não provam, que tal filme teve como objetivo alavancar as vendas do Ford Mustang Hard-Top, vermelho-fogo, lançado naquele ano.


Não deu outra. Tal a força de atração do automóvel que, à época, não raro a imprensa francesa comentava o longa intitulando-o “Um Homem, Uma Mulher… e Um Mustang”. Palma de Ouro em 1966, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Roteiro Original, este é um dos filmes franceses que obteve maior sucesso mundial. A febre Mustang avançou e, no Brasil, virou até letra de músicas – uma delas, Mustang Cor de Sangue (1969), de Marcos Valle.


Impossível omitir o cobiçadíssimo Lotus Esprit, que junto com James Bond protagoniza 007 – O Espião que Amava Demais (1977). A curiosidade é que, ao final da obra, o Esprit foi armazenado em contrato com duração de dez anos. Passado o tempo, foi esquecido no armazém e leiloado. Sem saber o que o armazém continha, certo interessado nesse tipo de negócio arrematou o conteúdo por 100 dólares.  Acabou vendendo a relíquia para Elon Musk, por 100 mil dólares.


Há exemplos mais próximos aos bolsos de comuns mortais, como os sapatinhos vermelhos de Dorothy, no filme O Mágico de Oz (1939); a roupa do Spider-Man (primeiro lançamento em 2002); e o vestido branco de Marilyn Monroe, imortalizado na famosa cena de O Pecado Mora ao Lado (1955), na qual a atriz está em pé sobre uma grade “ventoinha”, segurando a saia para evitar que o vestido lhe suba à cabeça. Esse modelito fez parte de milhares de armários femininos naquela década e na seguinte por preços módicos, nada comparados aos 4,6 milhões de dólares alcançados pelo leilão do original, no eBay.


Na teia de todo esse glamour é necessário dar crédito aos livros, muitos dos quais originaram filmes de enorme sucesso, como O Lobo de Wall Street, escrito por Jordan Belfort como livro de memórias; e outros, como O Jogador, de Fiódor Dostoiévski, que não virou longa, mas foi considerado um “romance maravilhoso” por Thomas Mann, Prêmio Nobel de Literatura, autor de clássicos como Morte em Veneza, versado para a telona. Às vezes, nada mais glamouroso do que dispor de um tempo sossegado para ler um bom livro.


 


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