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Sobre “novas ideias”, ideias verdadeiras e a pergunta

O pré-candidato à Prefeitura de Rio Branco, momentaneamente apoiado pelo Progressistas e pelo governador Gladson Cameli, Alysson Bestene, resolveu abrir a boca para um arremedo de ataque gratuito, desmedido e mal calculado. Em rede social, o jovem “progressista” escolheu a Segurança Pública como tema para desinformar que “(…) tem um candidato que ficou seis anos na frente da prefeitura e não fez nada pela Segurança. O atual prefeito está terminando o seu mandato e também não fez nada nessa área” (…).


O ataque é gratuito porque, ao menos até o momento, nem Tião Bocalom, nem Marcos Alexandre, fizeram declarações públicas agressivas, nem em relação à Alysson e nem em relação a ninguém. Uma beliscadinha aqui, outra acolá, mas nada muito grave. A quase um ano do pleito, as línguas ainda não se afiaram direito. Certamente serão bem amoladas, mas ainda não é o tempo. É preciso definir quem serão os parceiros de luta. E isso ainda está sendo costurado.


E o leitor nem precisa apelar muito para o senso de Justiça para admitir que Bocalom teria muitos motivos para ser um pouco mais agressivo, principalmente, em relação ao partido Progressista. Mas o prefeito mantém o controle dos nervos e tem sabido responder às provocações com equilíbrio e sobriedade, moedas raras no universo “bocalândio”.


Se ninguém destratou Alysson, qual a lógica do arremedo de agressão que o jovem fez? O pré-candidato momentâneo oficial agiu como aquele menino mimado que provoca os amigos no campinho de futebol, sem a mínima condição de encarar a briga, confiado nos primos grandes que acompanham a partida “na cerca”.


O arremedo de ataque foi desmedido porque não verdadeiro. A concepção da importância dos Municípios no auxílio à política de Segurança Pública é algo relativamente recente: forçando a barra, tem uns 20 anos. Mas é também verdade que tem conquistado força na última década.


Cobrar de Marcus Alexandre o empenho em elaborar uma política de Segurança Pública é, por decisão, não lembrar que, à época, a PMRB e o Governo do Estado trabalhavam em sintonia e o então prefeito tinha outras urgências a cuidar, mesmo a prefeitura tendo sido herdada de outro parceiro que trilhou oito anos de gestão, o professor Raimundo Angelim. Traduzindo: entre elaborar plano de Segurança Pública e cuidar de transporte coletivo, posto de saúde, creches, produção agrícola… o então prefeito não teve dúvidas de quais seriam as prioridades.


O arremedo de ataque foi desmedido também porque injusto com Tião Bocalom, que tem contribuído na área de Segurança. O programa “Rio Branco Mais Segura” é prova disso. Em setembro desse ano foi sancionado um projeto para uso de câmeras, em domínios públicos, que servem de vias de acesso aos loteamentos privados regulares.


Outro aspecto que mostra o equívoco da fala de Alysson Bestene é que, em dezembro do ano passado, uma parceria da Prefeitura de Rio Branco com o Governo do Acre iniciou o trabalho de Videomonitoramento em Segurança Pública. Esse trabalho já rendeu resultados práticos no combate à criminalidade. As 365 câmeras instaladas pela Prefeitura de Rio Branco estão direta e exclusivamente ligadas à Central de Comando e Controle, do Centro Integrado de Operações em Segurança Pública. E A PMRB quer adquirir mais câmeras e busca recursos para isso. O arremedo de ataque de Alysson Bestene desconhece o próprio governo com o qual ele diz contribuir.


O arremedo de ataque foi mal calculado por dois aspectos: primeiro é que até as convenções dos partidos muitas mudanças podem acontecer. Mudanças que, inclusive, podem desautorizar Alysson a miar em qualquer tom que seja. O segundo aspecto é que a impressão que se tem (a quem assiste ao vídeo) é que a pressa do depoimento sugere que Alysson foi induzido a assumir um perfil que não é o dele.


Alysson Bestene é um odontólogo. Uma pessoa cordata. Um homem de gestos e gentilezas sinceras. Um arremedo de agressão em sua boca é tão verdadeiro quanto os galanteios de Tião Bocalom machucando o violão e dizendo, todo lânguido, o trecho da canção de Roberto Carlos… “… se outro cabeludo aparecer na sua rua…”. É mentira da grossa. Uma lição Alysson Bestene já deve tirar do mal feito: é preciso ser verdadeiro em tudo. Se Rio Branco, como ele próprio diz no vídeo, “precisa de novas ideias”, então a referência que Alysson precisa criar para si é: ser verdadeiro; não se deixar levar por orientações apressadas e mentirosas.


Mesmo porque criação de Guarda Municipal não é novidade em nada. É mais velho que andar para frente. Com um detalhe: a missão primeira dessa guarda é cuidar do patrimônio público. Ao Alysson Bestene e os demais pretensos pré-candidatos, fica a pergunta: quem não é honesto consigo vai ser honesto com o povo?


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