A aclamação ontem do secretário Alysson Bestene como o pré-candidato oficial do PP para disputar a prefeitura de Rio Branco, longe de resolver o problema da falta de unidade partidária, deixou expostas às vísceras de um conflito. Os três vereadores do partido não compareceram. O dinossauro do PP, secretário José Bestene, disse que apoia o seu sobrinho Alysson, mas que era contra a votação ocorrida ontem.
A vice-governadora Mailza Assis subiu no muro. Ninguém é ingênuo para imaginar que o desfecho poderia ser outro, ao não ser a aclamação de Alysson. O diretório do PP é composto por ocupantes de cargos de confiança no governo. Esse movimento só existe porque foi dado aval pelo governador Gladson para que acontecesse sob o comando da deputada federal Socorro Neri (PP). Uniu a fome com a vontade de comer.
Como adversária ferrenha do prefeito Bocalom, o aval era tudo o que Socorro queria, para destronar a candidatura do rival. O PP continua rachado. É como uma canoa sem quilha na correnteza de um rio.
QUER DIZER POUCO
A aclamação ontem do secretário Alysson Bestene para disputar a PMRB, politicamente, quer dizer pouco. Isso era esperado. O real desafio de uma candidatura do Alysson é conseguir aparecer bem nas pesquisas no próximo ano, para se mostrar viável. Se não conseguir bons índices, será difícil sustentar a candidatura. O Alysson sabe disso.
SEM VARINHA MÁGICA
O Alysson Bestene também não espere que o declarado apoio do governador Gladson Cameli seja a varinha de condão que vai impulsionar a sua candidatura a prefeito. Os votos do Gladson são pessoais, ele é um péssimo transferidor de votos para quem apoia. Mostrou isso em campanhas.
ESPERA O PSD
O foco principal do MDB é garantir o apoio do PSD para uma aliança em torno da candidatura a prefeito do Marcus Alexandre (MDB). Quer evitar o fardo de ter como vice um nome do PCdoB ou do PT, partidos em baixa popular.
FECHARÁ COM O MARCUS
Depois do senador Sérgio Petecão (PSD) declarar que não aceitaria nenhuma secretaria para selar uma aliança com o grupo do governador Gladson, ficou ainda mais claro que a tendência do partido é apoiar a candidatura a prefeito do Marcus Alexandre.
BODE NA SALA
O senador Sérgio Petecão (PSD) não está errado. Receber uma secretaria de mimo do governo Gladson para formar uma aliança, é o mesmo que colocar um bode na sala. Só lhe traria desgaste.
NÃO É DEFINIDOR
Ouvi ontem de uma importante figura do bloco da esquerda a sua opinião sobre a ausência do ex-governador Jorge Viana, no apoio ao candidato Marcus Alexandre. Foi pragmático: “Ajudaria, mas não seria definidor para uma vitória do Marcus. O Jorge não dá mais autógrafo, como antes”.
MOBILIZA COMO POUCOS
O prefeito Mazinho Serafim mobiliza como poucos na política. Não vai ser nada fácil para os seus adversários derrotar o seu candidato a prefeito. Não porque seu candidato seja uma Coca-Cola, mas por o Mazinho dominar como poucos a arte de transferir votos.
QUEM ELOGIAR MELHOR
Em vias de acontecer o prêmio da Secretaria de Comunicação para comunicadores, sobre as ações do governo. Quem fizer o melhor elogio será o vencedor.
PODE SER ATROPELADO
O ex-deputado Jenilson Leite (PSB) é um nome de qualidade na disputa pela PMRB. Mas seu problema é o seu partido não ter capilaridade, estrutura, que são essenciais numa candidatura majoritária.
MEXIDAS ERRADAS
O ex-deputado Jenilson Leite tem feito mexidas erradas que o levaram a ser derrotado. Esteve no palanque perdedor do Gladson na última eleição municipal e saiu numa aventura de candidatura isolada para o Senado, que naufragou por falta de estrutura.
NÃO TEM POLITICAGEM
O acampamento na porta da ALEAC dos despejados por uma ação jurídica do governo de uma área no Irineu Serra, não é motivado por politicagem. Mas pela fome, miséria, desemprego e pela falta de política pública do governo, na área habitacional. Ninguém se submete a uma situação degradante de viver em barracas com filhos e idosos por puro diletantismo.
NADA PRÁTICO
E não se vê um movimento prático da secretaria de Assistência Social, para resolver a situação de sofrimento dessas famílias. Fazem cara de paisagem. E o péssimo cartão de visitas continua.
LEVANDO NA IRONIA
O prefeito Tião Bocalom está levando na ironia o movimento contra a sua candidatura para a reeleição no PP. Mas deveria ir pensando num Plano B para sua candidatura no próximo ano. O diretório do PP tem no comando uma adversária dura, a deputada federal Socorro Neri (PP).
FORÇAR EXPULSÃO
A estratégia do prefeito Bocalom que se mostra muito clara é forçar uma expulsão do PP, para sair de vítima e perseguido. Mas se esquece que esse movimento no PP não existiria sem o aval do governador Gladson Cameli.
NEGA POR NEGAR
O senador Márcio Bittar (UB) nega por negar, mas faz movimentos para que o prefeito Tião Bocalom se filie no PL, partido que está sob a sua órbita.
POSSIBILIDADE ZERO
A deputada Michelle Melo (PDT), em nenhum momento recebeu a solidariedade do seu partido, nas suas refregas após perder a liderança do governo. E, ela vai ter que aturar. O PDT tem por princípio não liberar parlamentar para deixar a sigla.
FICOU CLARO
Depois da delação do tenente-coronel Mauro Cid sobre a tentativa de golpe ditatorial articulada pelo ex-presidente Bolsonaro, que chegou a ter o apoio do comando da Marinha, só não aconteceu por não ter tido o apoio do alto comando do Exército. Nunca aceitaram o resultado das urnas. E ainda ousam falar em democracia.
MEXIDA GERAL
Problemas jurídicos podem levar a uma mexida geral no quadro de candidatos da oposição a prefeito de Brasiléia.
BOM DOMINGO
Um bom domingo na paz de Deus.
FRASE MARCANTE
“Corte o pano conforme a roupa”. Ditado vietnamita.